Capítulo 895: Está com saudades de nós?
“Ela vai ser a minha morte,” suspirou Demétrio, o olhar fixo em sua Nora, que estava do outro lado da sala, sendo o centro das atenções entre um grupo de homens. A risada dela soava como música, atraindo-o e aos outros sem esforço. Era com os outros que ele tinha um problema.
Erasmi recostou-se em sua cadeira, um sorrisinho de quem sabe tudo brincando em seus lábios enquanto observava seu irmão gêmeo. “Eu te ouço dizer isso há mais de uma década,” ele provocou, girando sua bebida preguiçosamente. “E ainda assim, aqui você está—vivo, chutando e ainda encontrando algo para resmungar.”
“Sim, bem,” Demétrio murmurou, esfregando a nuca enquanto seus olhos permaneciam colados na cena. “Meu coração tem sofrido golpes, um atrás do outro, toda vez que vejo esses abutres circulando ao redor dela. Só porque ela é bonita, não significa que tenham que se aglomerar a ela como mariposas na chama. Eles não conseguem ver a aliança de casamento? Está ali, na mão dela, pelo amor de Deus!”
“Claro que eles conseguem ver,” Erasmi arrastou as palavras, seu sorriso se alargando com travessura. “Mas isso não os impede, né? Eles estão apenas tentando a sorte. Você sabe, caso a esposa nova e mais atraente esteja cansada do marido mais velho e pronta para um upgrade.”
Demétrio lançou-lhe um olhar agudo. “Você acha isso engraçado?”
“Um pouco,” Erasmi admitiu com um riso, tomando um gole despreocupado de sua bebida. “Vamos ser honestos, Demétrio. Você está com ciúmes. E é dolorosamente óbvio. Encare, homem velho—seus olhos estão começando a falhar, você precisa de óculos para ler qualquer coisa menor que um outdoor e, enquanto isso, sua esposa está lá brilhando como se tivesse acabado de sair de uma revista. Todo cara no auge vai notar. E você odeia isso.”
“Claro que estou com ciúmes, gênio!” Demétrio estalou, jogando as mãos para o alto com exasperação enquanto lançava um olhar para Erasmi, “Olhe para eles—pairando ao redor dela como se ela fosse a última bebida em um oásis no deserto. Eles nem são sutis sobre isso! E você acha que eu gosto de ficar aqui assistindo tudo acontecer?”
Erasmi levantou uma sobrancelha, seu sorriso se aprofundando. “Oh, eu acho que você gosta mais do que admite.”
Demétrio o encarou, momentaneamente atônito. “Você está falando sério? Minha visão pode estar indo embora, mas é o seu cérebro que está se deteriorando ainda mais rápido. Você estaria calmo se homens estivessem se aglomerando ao redor da Ava assim?”
Erasmi colocou seu copo para baixo e deu-lhe um olhar direto. “Oh, claro que não. Eu estaria puto. Absolutamente furioso. Provavelmente acabaria dando um soco em pelo menos um desses idiotas só para dar o recado. Mas aqui está a coisa—há algumas diferenças chaves entre você e eu.”
“Me esclareça,” Demétrio resmungou, cruzando os braços.
“Em primeiro lugar,” Erasmi começou, contando nos dedos, “sua esposa é bem mais nova que você. Isso sozinho já te coloca em uma liga completamente diferente. Segundo, e mais importante, você é um pequeno bastardo convencido.”
Demétrio apertou os olhos. “Como eu sou o mau da história aqui?”
Erasmi riu. “Você adora isso. Nem tente negar. Toda vez que um desses caras fica com aquela cara esmagada quando a Nora os dispensa e corre direto para você—como se você fosse o sol dela, a lua e todas as estrelas no meio—you come isso. Admita, é bom, não é? No fundo, você é orgulhoso pra caramba. Ela ainda sabe chamar a atenção e, apesar de toda atenção, escolhe você todas as vezes.”
“Sim, bem,” ele murmurou, a voz suavizando enquanto assistia Nora vir em sua direção e suspirou, “um dia desses, meu coração pode não aguentar. E aí?”
“Duvido que esse dia vai chegar,” Erasmi debochou de Demétrio antes de continuar, “Você será um tolo apaixonado até o dia que morrer.”
Dito isso, Erasmi ergueu a bochecha esperando enquanto Nora aproximava-se, inclinando-se para dar um beijinho rápido em cumprimento antes de passar por ele.
Sem hesitar, ela acomodou-se diretamente no colo de Demétrio, os braços casualmente envolvendo seu pescoço como se fosse a coisa mais natural do mundo. Erasmi arqueou uma sobrancelha, dando ao irmão um olhar pontual que praticamente gritava, Caso encerrado.
Nora, no entanto, permaneceu alegremente alheia à troca silenciosa deles enquanto um sorriso travesso se espalhava em seu rosto ao olhar para os dois irmãos. “Sobre o que vocês estão falando?” ela perguntou.
Erasmi riu, “Oh, estávamos apenas discutindo como o seu marido está ficando cego.”
“Mesmo?” ela disse, esticando a palavra enquanto se voltava para Demétrio, que gemeu baixinho, já se preparando para o que vinha. “Eu acho isso uma coisa boa,” ela continuou.
Demétrio e Erasmi ambos a encararam, suas expressões uma mistura perfeita de confusão e suspeita. “Uma coisa boa?” Demétrio e Erasmi ecoaram.
Nora piscou para eles, inclinando-se conspiratoriamente como se estivesse prestes a compartilhar um grande segredo. “Bem, pense nisso,” ela começou, a voz pingando de lógica falsa. “Se ele ficar cego, então ele não vai ver todos esses caras me perseguindo mais. E se ele não os ver, o coração dele não vai enfraquecer de ciúmes. Isso significa que ele vai viver mais.”
Houve uma batida de silêncio enquanto as palavras pairavam no ar, e então Erasmi explodiu em risadas, seus ombros tremendo enquanto se recostava e segurava a barriga.
Nora sorriu com a reação dele antes de dar um beijo nos lábios de Demétrio e apertar suas bochechas juntas para fazer com que ele sorrisse.
Enquanto os três riam, Seb veio se juntar a eles e deixou-se cair na cadeira com um baque. “Eu estou cansado de homens perseguindo a minha garota.”
Erasmi, Demétrio e Nora se voltaram para Seb surpresos. Seb nunca teve problemas com isso porque Olivia tendia a afastar os homens com seu sucesso.
“Olivia tem novos pretendentes desafiando sua posição?” Erasmi perguntou com interesse enquanto Seb zombou, “Olivia é poderosa demais para esses fracotes. São minha Innocensa que eles estão perseguindo. Minha menininha! Acho que vou colocá-la em uma torre e cercá-la com Minas!”