Marido Com Benefícios - Capítulo 873
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- Capítulo 873 - 873 Desculpe mas não posso processar essa solicitação. 873
873: Desculpe, mas não posso processar essa solicitação. 873: Desculpe, mas não posso processar essa solicitação. “Isso não é algum resquício de atração, tá bom.” A voz de Rafe ecoou com frustração quando sua mão bateu forte na mesa, o alto estrondo quebrou o silêncio tenso entre eles. Ele observou enquanto os olhos dela se arregalavam, sua expressão se transformando em algo que ele não conseguia identificar direito.
Um golpe de arrependimento o atingiu imediatamente. Ele a havia assustado? A súbita explosão de raiva parecia demais agora, muito avassaladora, até para ele. Ele abriu a boca, um pedido de desculpas se formando em seus lábios, mas antes que pudesse dizer uma palavra, o olhar dela desviou para baixo. O foco dela não estava mais nele, mas sim em algo sobre a mesa.
Curioso e um pouco perturbado, Rafe seguiu a direção do olhar dela. Seu peito se apertou quando ele viu.
Lá, deitado inocentemente ao lado de sua mão, havia um teste de gravidez. Não usado, mas inconfundível. A visão disso trouxe uma paralisação abrupta a ele, como se o ar tivesse sido sugado do cômodo. Sua garganta seca enquanto ele levantava lentamente o olhar de volta para ela, sua voz tensa quando ele finalmente falou.
“Você ia usar isso?”
Arabelle enviou-lhe um sorriso de escárnio que não chegava aos olhos enquanto ela o encarava. “Não. Pensei em enquadrá-lo como arte moderna. Realmente une o cômodo, não acha?”
Rafe estreitou os olhos, inabalável. “Então, você está dizendo que tem dúvidas de que está grávida.”
O sorriso dela vacilou, mas ela se recuperou rapidamente, dando de ombros com uma desinibição exagerada. “Que? Não, claro que não. Só gosto de manter esses por perto para emergências. Nunca se sabe quando um pode ser útil como peso de papel ou talvez como calço de porta.”
“Não há outra razão para pegar um teste de gravidez”, ele declarou secamente, cruzando os braços enquanto seu olhar penetrava no dela.
“Eu só…” Arabelle vacilou, revirando os olhos como se a pergunta fosse absurda. “Talvez eu estivesse curiosa, tá bom? Ou talvez eu só seja atraída pela linda embalagem rosa. O que você quer de mim, Rafe?”
Sem responder, ele se levantou abruptamente, o arrastar da cadeira contra o chão cortando o ar. Ele pegou o teste, segurando-o para ela como se fosse uma oferta de paz – ou um desafio. “Faça.”
Ela piscou para ele, depois para o teste em sua mão, as sobrancelhas subindo. “O quê? Você está falando sério agora?”
“O que tem de louco nisso?” ele rebateu calmamente. “Estamos os dois nisso, certo? Se você estiver grávida, vai ter de me contar de qualquer forma. Isso só poupa a conversa constrangedora de ‘Aliás, a propósito’ mais tarde.”
Arabelle cruzou os braços e inclinou a cabeça, sua voz gotejando com falsa doçura. “Ah, certo. Porque nada diz ‘apoio mútuo’ como acenar um teste de gravidez na minha cara e me dizer para urinar nele.”
Rafe suspirou exasperado, passando a mão pelos cabelos enquanto seus lábios se contorciam com a insinuação de um sorriso. “Eu não estou acenando-o na sua cara,” ele disse, agitando o teste levemente para efeito. “Estou segurando-o, muito educadamente, eu poderia adicionar. Mas ei, se você preferir esperar até começar a ter desejos de picles com sorvete, isso também está ótimo.”
O queixo dela caiu, uma mistura de incredulidade e diversão iluminando suas feições. “Picles e sorvete? Nossa. Que homem moderno você é, jogando todo clichê de gravidez no livro.”
“Arabelle,” ele disse, sua voz amolecendo, mas ainda insistente, “se houver alguma chance —”
“Yeah, yeah. ‘Precisamos saber’,” ela interrompeu, gesticulando com a mão de forma displicente. “Fine, Príncipe Responsabilidade. Mas não pense por um segundo que isso significa que você manda em mim. Ou que tem algum direito sobre a minha vida.”
“Não me passaria pela cabeça,” ele disse em um tom que definitivamente dizia que ele estava mentindo. “Mas talvez isso nos salve ambos de algumas noites insones.”
Os dedos dela roçaram nos dele enquanto ela pegava o teste, sua expressão uma mistura de desafio e algo mais suave que ela não deixava ele ver. “Você tem sorte de eu não fazer você tomar só para provar um ponto”, ela murmurou em voz baixa, girando sobe seu próprio eixo e marchando em direção ao banheiro.
“Boa sorte com isso,” ele chamou atrás dela, um leve indício de um sorriso puxando seus lábios. “Eu te asseguro que se eu o fizer, vai dar negativo.”
Ele observou ela se afastar, os ombros eretos, o teste de gravidez agarrado em sua mão como se fosse uma bandeira de batalha. Ele suspirou, passando uma mão pelo rosto conforme se sentava de volta na cadeira. Ok. Era isso. Ele estava aqui agora esperando pelo resultado que poderia mudar tudo.
E finalmente, depois de toda essa ansiedade, ele tinha uma resposta — uma verdade que tinha se acomodado profundamente em seu peito, não importava o que o teste revelasse. Ele havia se apaixonado por ela à primeira vista. A realização o atingiu como um soco no estômago, tão inegável quanto o ar que ele respirava. E ainda não o fazia entrar em pânico.
Isso havia sacudido algo solto nele que ele nem mesmo tinha percebido que estava trancado, quase lhe dando uma sensação de paz.
Porque, honestamente, que outra explicação a não ser uma que pudesse explicar a insanidade, haveria para o fato de que ele estava sentado ali, silenciosamente rezando para que o teste desse positivo? Não porque ele estava pronto. Não porque ele queria as complicações que inevitavelmente viriam. Não, não era lógica ou praticidade que impulsionava essa estranha esperança.
Era ela.
O pensamento fez seu peito se apertar, seu coração bater mais forte do que ele gostaria de admitir. Ele não era ingênuo — ele sabia que um resultado positivo abriria a porta para um novo mundo de problemas. Ela já tinha dito que talvez não o mantivesse. Não era como se qualquer um deles estivesse no melhor momento para isso, e ele já podia ouvir a avalanche de argumentos que teriam de navegar.
Mas ainda assim, o pensamento disso, de algo que os unisse permanentemente, fez com que ele quisesse se ajoelhar e rezar mais do que nunca antes. Ele nem tinha certeza do que estava pedindo — certeza? Conexão? Uma chance de provar que ele poderia ser algo mais para ela?
Seja o que for, ele não podia negar a verdade disso. Ele queria ela em sua vida, atada a ele de uma forma que não pudesse ser facilmente desfeita. Talvez fosse egoísta. Talvez fosse loucura. Mas era isso.