Marido Com Benefícios - Capítulo 844
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844: Por quê 844: Por quê Os olhos de Lily nunca vacilaram do seu pai enquanto ele retornava lentamente à consciência. As linhas em seu rosto pareciam agora mais profundas, talhadas pelos dias que ele havia passado lutando para permanecer vivo. Quando seus olhos tremularam abertos, ela se inclinou para frente e segurou sua mão delicadamente. “Como você está se sentindo agora?” ela perguntou, sua voz firme, mas suave.
Ele não respondeu imediatamente, mas a maneira como ele apertou a mão dela lhe disse o suficiente. Apesar de ser quem tinha ficado à beira da morte, a preocupação em seus olhos era inconfundível. Ele abriu a boca para falar, mas Lily foi rápida em balançar sua cabeça, com um pequeno sorriso compreensivo nos lábios.
“Não,” ela disse firmemente. “Você não está autorizado a falar pelos próximos dias. Isso colocará muita pressão sobre seus pulmões. Apenas descanse, tudo bem? Está tudo bem.”
O pai dela assentiu lentamente, seus olhos disparando pelo quarto estéril do hospital. Lily viu a mudança em sua expressão e soube exatamente quem ele estava procurando. O pensamento fez seu peito apertar, mas ela se obrigou a não mostrar nenhuma expressão.
“Ela está no próximo quarto,” disse Lily calmamente. “Descansando. Ela se esgotou de tanto se preocupar com você.” Ela fez uma pausa por um breve momento, hesitando antes de continuar. “Eu posso mandar ela entrar se você quiser vê-la.”
Os olhos dele encontraram os dela, cheios de conflito. A preocupação com sua esposa estava clara também, mas o mesmo acontecia com a sombra dos eventos que levaram àquilo. O peito de Lily se apertou ao ver o tormento dele, e ela apertou a mão dele de forma reconfortante. “Não pense no passado agora, Papai,” ela sussurrou. “Deixe-a entrar. Isso pode ser um novo começo, para ambos.”
Ela viu a maneira como o pai olhava para ela e soube que ele provavelmente havia entendido errado. Ele deve pensar que ela e sua mãe haviam provavelmente chegado a um entendimento. Ela não o corrigiu. Eles haviam chegado a um acordo, mas um que ele não iria gostar.
Antes que ele pudesse reagir ou perguntar qualquer coisa, Lily lhe deu um sorriso suave, um destinado a confortar, e se levantou. “Eu vou mandar ela entrar.” O sorriso, no entanto, desapareceu assim que ela entrou no corredor. Seus passos a levaram ao quarto adjacente, onde sua mãe estava exatamente onde Lily a havia deixado—cabeça inclinada, mãos firmemente unidas em silenciosa oração.
“Sra. Kingston,” disse Lily, sua voz era baixa, mas alta o suficiente para fazer a cabeça da mulher mais velha levantar-se. “Meu pai está acordado. Você pode ir vê-lo agora.”
Os olhos da mulher estavam vermelhos e cansados, mas cheios de um lampejo de esperança. Ela se levantou tremulamente, seu olhar procurando o rosto de Lily. “Lily,” ela começou, voz trêmula.
Mas a expressão de Lily endureceu, cortando-a. “Não,” ela disse friamente. “Não diga o meu nome.” O silêncio entre elas era espesso, quase sufocante. “A única razão de eu estar falando com você é porque eu não quero estressar meu pai. Mas não se engane,” os olhos de Lily se estreitaram, suas palavras pontiagudas, “se você tentar fazer algo como antes, eu me afastarei. E então você poderá explicar a ele tudo o que aconteceu e a sua parte nisso.”
Os lábios da Sra. Kingston se abriram como se fosse falar, mas ela pareceu pensar melhor e assentiu em vez disso, com os olhos voltados para o chão. Lily deu um passo para trás, permitindo que sua mãe passasse, e observou enquanto a mulher mais velha caminhava até a porta, com os ombros ligeiramente curvados.
“Espero ter sido clara,” Lily acrescentou, uma última vez antes de se afastar.
A Sra. Kingston pausou na porta, um momento fugaz de hesitação, antes de desaparecer lá fora. Apenas quando sua mãe estava do lado de fora, Lily respirou aliviada enquanto se sentava do seu lado do quarto e encostava a cabeça na parede.
Agora, ela mostrava remorso. Agora, ela estava aceitando seu erro. Mas o que foi feito não podia ser desfeito. Ela teria feito de tudo para ter sua mãe tentando falar com ela no passado, até mesmo até ontem, mas agora, era tarde demais para remorso, para desculpas.
Os dedos de Lily tremiam enquanto ela segurava seu celular. Ela havia atualizado a postagem algumas horas atrás, e até agora, provavelmente estava em todo lugar. Os comentários já estavam inundando, alguns de apoio, outros dissecando cruelmente cada palavra sua. Ela sabia a verdade: não havia como voltar atrás. Meredith já havia ligado, sua voz aguda com frustração enquanto repreendia Lily por assumir a culpa sozinha quando Cai já havia conseguido redirecionar a atenção do público para si mesmo.
No entanto, a única pessoa de quem ela precisava ouvir permanecia em silêncio. Cai. Ele não havia ligado nem mandado mensagem novamente. Era impossível que ele não tivesse visto—a maneira como as notícias viajam, ele saberia quase instantaneamente. O silêncio se estendia entre eles, uma parede invisível que parecia ficar mais espessa a cada minuto que passava. Ele estava irritado? Decepcionado? Ela não o culparia se estivesse. Ele tinha todo o direito de estar chateado, de questionar por que ela faria tal movimento, tal declaração.
A mente de Lily girava com perguntas que roíam sua resolução. Uma parte dela ansiava ouvir a explicação de sua mãe também, saber o que a levou a tal traição. Ela realmente a odiava tanto assim? Por que sua própria mãe, a mulher que a havia criado, faria algo tão impensável? No entanto, uma parte igualmente feroz dela resistia. De que adiantaria ouvir esses motivos? As justificativas apenas aprofundariam a dor, descascariam a crosta fina sobre uma ferida que ainda estava crua. Não, ela não queria explicações que pudessem torcer a faca ainda mais e fazer com que ela se sentisse ainda mais traída. Desta vez, não haveria segundas chances.
Uma parte dela queria ouvir a explicação de sua mãe. Queria saber o que ela havia feito para merecer tal traição de sua própria mãe. Mas outra parte, mais teimosa e magoada, não queria saber. Ela não queria as justificativas de sua mãe. Pois elas só a fariam se sentir pior.