Marido Com Benefícios - Capítulo 815
- Home
- Marido Com Benefícios
- Capítulo 815 - 815 Certo. 815 Certo. Falar pode ajudar. O olhar de Lily
815: Certo. 815: Certo. “Falar pode ajudar.” O olhar de Lily demorou-se na parte de trás da cabeça da pessoa sentada no sofá, seus pensamentos giravam com palavras não ditas. Ela suspirou suavemente. Ele tinha oferecido conversar, dado a ela a oportunidade perfeita para explicar tudo, mas, em vez disso, ela hesitou, deixando o medo tomar conta de si. Como uma covarde, ela simplesmente balançou a cabeça, murmurando que não conseguia explicar. Pelo menos ele não a pressionou por mais. Ele apenas assentiu em compreensão, seu silêncio pesado com aceitação.
Apesar de ele ter lhe dito que a perdoara e até tê-la convidado para assistir TV com ele, o peso da culpa dela pressionava sobre ela, recusando-se a soltá-la. Ela simplesmente não conseguia se livrar disso, não importava quanto quisesse. Por agora, porém, ela tinha a conveniente desculpa de estar doente. Então, com esse pensamento em mente, ela silenciosamente pegou o termômetro com água que trouxera consigo, recuando para o santuário de seu quarto.
Uma vez lá dentro, ela se enfiou debaixo das cobertas, puxando o cobertor próximo como se pudesse protegê-la da tormenta em sua mente. Ela fechou os olhos com firmeza, na esperança de que o sono lhe oferecesse algum alívio dos pensamentos que a assombravam.
Mas o sono se recusou a vir.
Havia uma razão muito estranha e frustrante para isso—ela era sensível a cheiros. E tudo em que conseguia se concentrar, enquanto estava deitada nessa cama, era no cheiro dele. Apesar do fato de que ele havia trocado os lençóis antes, aquilo se agarrava ao ar, aos travesseiros, a tudo em sua volta. Era como se a presença dele ainda estivesse ao lado dela, um peso invisível do qual ela não conseguia escapar.
Com um suspiro profundo e exasperado, Lily pegou o telefone, desesperada para ancorar sua mente em qualquer coisa que não envolvesse Cai. Ela passou pelas mensagens, seus olhos examinaram a infinita sequência de textos, até que finalmente, ela encontrou algo familiar—Meredith. Grato, sua amiga havia enviado uma centena de mensagens desde a última vez que haviam falado, e era exatamente a distração de que Lily precisava.
Lily desbloqueou seu telefone e passou pela interminável sequência de mensagens de Meredith. A última chamou sua atenção: “Ok, sério, onde você está? Você desapareceu do mapa ou ficou enterrada na neve ou algo assim? Pelo menos me diga que você foi sequestrada por um alienígena gato nesse ermo. Já se passaram dias! Você está bem?”
Lily não pôde evitar sorrir com a dramática preocupação de sua amiga. Ela se permitiu um momento antes de digitar sua resposta. “Infelizmente, não fui abduzida por um alienígena bonitão. Caí nas garras da febre, mas antes que você me bombardeie com mensagens, estou melhor agora.”
Quase imediatamente, o telefone de Lily vibrou com a resposta de Meredith. “O quê?? Uma febre?? E você não me disse? Quão alta ela estava? Você viu um médico? Há médicos aí? E se algo tivesse acontecido com você? Não é um lugar seguro, Lily! Volte. Você é impulsiva demais. Nossa, se você quiser namorar aquele médico, até te ajudo. Mas fique segura.”
Lily parou ao ler essa mensagem. ‘Aquele médico’ estava bem aqui. Era estranho, ela havia escapado do mundo, só para ser cortada dele e ficar presa com ele.
“Eu não estava sozinha, Meredith. Fui bem cuidada. Esse lugar é bom. Mesmo sendo rodeado pela natureza, há toda facilidade aqui que se pode imaginar. Olha, nem tenho problema com mensagens… Há um wifi alimentado por satélite…”
Um pouco depois, enquanto Lily olhava para os ícones de sinal ausentes no seu telefone, ela percebeu que tinha falado cedo demais. Ainda não era nem tarde e o mundo lá fora tinha escurecido, enquanto as luzes já haviam piscado e agora, apenas uma luz fraca iluminava o quarto. Aparentemente, o gerador estava funcionando, mas como isso poderia ser o começo de uma tempestade de trovões que poderia durar ninguém sabia quanto tempo… as coisas deviam ser usadas com moderação.
Mas logo que Lily enviou a mensagem, ela sentiu uma leve pontada de ironia. Ela olhou para a tela do telefone, mirando os ícones de sinal ausentes. Ela tinha falado cedo demais. Justo então, as luzes piscaram, escurecendo o quarto até um brilho tênue, e ela percebeu que o mundo lá fora já havia escurecido. O vento tinha aumentado, e o som abafado da neve batendo na janela podia ser ouvido. A energia ainda estava ligada, graças ao gerador, mas não duraria muito se a tempestade fosse tão ruim quanto parecia. Eles tinham que economizar.
Lily suspirou pesadamente e olhou ao redor do quarto. O que ela deveria fazer agora? Ela se levantou e foi até a janela, tentando olhar para fora, mas tudo que ela podia ver era seu próprio reflexo olhando de volta para ela na luz fraca, com pequenos flocos de neve girando no ar além.
Ela se perguntou, brevemente, o que Cai estava fazendo. Então ela balançou a cabeça, forçando o pensamento a se afastar. Não havia ponto em pensar nele agora. Mas como se chamado por seus pensamentos, um toque ecoou pelo quarto, assustando-a. Ela abriu a porta para ver Cai parado lá com um sorriso estampado em seu rosto. “Está entediada?” ele perguntou, seu tom leve e brincalhão.
Antes dela poder responder, ele virou nos calcanhares, já caminhando para longe, sua voz chegando até ela enquanto falava. “Se está entediada, venha para fora comigo. Tenho algo interessante para fazer. Precisamos arrumar nossos patos em fila antes que a tempestade realmente chegue.”
Lily franziu a testa, confusa com as palavras dele. Patos em fila? O que ele queria dizer com isso? Havia algum problema com os preparativos para a tempestade de inverno? O que exatamente eles estavam prestes a enfrentar?
Com a curiosidade aguçada, ela hesitou apenas um momento antes de pegar seu casaco e segui-lo porta afora. Se ele precisava de ajuda com algo, ela poderia fazer isso.