Marido Com Benefícios - Capítulo 809
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809: Ensopado 809: Ensopado Seus olhos se estreitaram em frustração enquanto ela girava sobre o calcanhar e marchava em direção à outra porta fechada. Ela não se importava com o que ele dissesse. Isso tinha que ser outro quarto — qualquer coisa seria melhor do que ficar perto dele. Uma vez lá dentro, ela bateu a porta, encostando-se nela com um suspiro de alívio.
Esse alívio foi breve ao perceber seu erro. Na sua retirada apressada, ela havia deixado sua bolsa do lado de fora. Ótimo. Agora estava lá fora com ele. Não havia absolutamente como ela abrir aquela porta e recuperá-la, não depois de ter saído furiosamente como fez. Ela se xingou por não ter confiado em seus instintos antes.
Naquele momento, ela hesitou por um instante, incomodada pela severa penalidade se rompesse o contrato. Mas havia deixado isso de lado, dizendo a si mesma que estava sendo boba por questioná-lo. Ela não tinha intenção de quebrar nenhuma cláusula. Agora, apenas algumas horas depois, tudo o que ela queria era rasgar o contrato e sair — antes que as coisas piorassem.
Naquele instante, uma batida na porta a fez saltar. Ela encarou a porta, como se a própria porta fosse culpada por seu predicamento. Então, a voz de Cai atravessou. “Tem uma sopa de frango no fogão. E deixei sua bolsa na porta. Saia quando terminar de se esconder.”
Seu semblante se aprofundou. Esconder? Ela não estava se escondendo. Mas sua consciência imediatamente rebateu. Sim, sim, ela estava se escondendo. Ela se irritou com o pensamento, recusando-se a admitir para si mesma, muito menos para ele.
No entanto, seu estômago tinha outros planos. Ele roncou alto em resposta à mera menção de comida. Depois de horas viajando e da tarefa exaustiva de carregar sua mala superdimensionada, ela estava faminta. O fraco aroma da sopa agora se infiltrava sob a porta, tentando seus sentidos. Ela podia praticamente saboreá-la. E ele definitivamente havia deixado no fogão de propósito, sabendo muito bem que o delicioso cheiro acabaria por atraí-la para fora.
Mesmo assim, ela balançou a cabeça, tentando resistir. Não. Ela não podia simplesmente sair assim. Ela precisava de um momento para reunir seus pensamentos, organizar seu próximo passo e — o mais importante — definir alguns limites. Ela tinha que manter distância dele se quisesse ter alguma esperança de passar por isso.
Mas seu estômago roncou novamente, mais alto desta vez e mais insistente.
Ela apertou o estômago e olhou para baixo antes de balançar a cabeça. Isso não ia acontecer. Não mesmo. Num esforço para se conter, ela tirou os sapatos e os jogou de lado. Ha! Não vai sair! Seus pés descalços afundaram no tapete macio enquanto ela tentava ignorar a fome que a corroía e caminhava propositalmente em direção à cama.
“Você não vai sair. Ele vai pensar que venceu.”, ela se lembrou.
Mas, no fundo, ela sabia que não era isso. Não era sobre Cai pensar que havia vencido — era sobre ela. Estar perto dele a fazia sentir-se desconfortável e ela não gostava nada da sensação de confusão.
Ela suspirou e caminhou até a pequena janela, afastando a cortina. Lá fora, já estava escurecendo, embora ainda fosse cedo. Ela não podia se esconder aqui para sempre. Eventualmente, ela teria que enfrentá-lo. Além disso, estava morrendo de fome. Enquanto todos esses pensamentos passavam por sua mente, ela decidiu que sairia.
“Ok, Lily”, ela sussurrou para si mesma. “Pegue a bolsa, ao menos você tem alguns lanches lá que podem durar até esta noite. Então pegue a bolsa e corra de volta para este quarto. Simples.”
Com um último suspiro determinado, ela abriu a porta um pouco, espiando para ter certeza de que o caminho estava livre. Não havia sinal de Cai, e sua bolsa estava ali, arrumada junto à porta, como ele havia dito. Seu estômago roncou em aprovação enquanto ela saía sorrateiramente e a pegava.
Mas no momento em que ela se endireitou, o cheiro da sopa a atingiu em cheio. Sua boca encheu d’água e sua força de vontade vacilou. Ela sentiu sua resolução deslizar enquanto seu olhar se voltava para a cozinha. Ela só precisava de uma mordida quente e rápida, algo para segurá-la até que pudesse pensar novamente com clareza. Os lanches frios talvez não fossem suficientes.
Seus pés se moveram antes que sua mente pudesse alcançar, levando-a em direção à cozinha. A sopa simmered no fogão, o vapor subindo da panela como um convite caloroso. Ela pegou uma colher e mergulhou, provando um pouco.
Ai, meu Deus. Era ainda melhor do que cheirava.
“Bom, né?”
Lily congelou, a colher a meio caminho da boca novamente. Cai se encostou casualmente no batente da porta, braços cruzados, observando-a com aquela expressão calmamente infuriante. Ela rapidamente abaixou a colher, sentindo-se pega em flagrante como uma ladra com a mão na massa…
“Eu não estava—” ela começou, mas ele a interrompeu.
“Relaxa, eu esquentei para você. Imaginei que estaria com fome depois da longa viagem.”
“Eu não estou…” Ela tentou refutar novamente, mas antes que pudesse, Cai se endireitou e a interrompeu, “Aproveite seu jantar, Lily. Não tenho intenção de forçar minha companhia em alguém que não a deseja. E você deixou isso bem claro. Então, não há necessidade de se privar de comida só para evitar-me. Conversamos amanhã. Boa noite.”
Lily encarou a porta vazia onde Cai acabara de estar, um aperto de culpa apertando seu peito. Suas palavras eram calmas, mas carregavam o peso de uma acusação não dita. Ela não esperava isso dele, deixá-la lá parada com uma colher na mão e uma sopa no fogão, como se fosse algum tipo de criança ingrata. E ainda assim, aqui estava ela — culpada, frustrada e completamente conflituosa sobre seu próprio comportamento.
Afinal, ele não havia feito nada. Cada ‘problema’ havia sido em sua própria cabeça. Seja seu medo de ser ofuscada por Jasmine ou agora, sentir suas próprias emoções instáveis, ele não havia sido responsável. E ainda assim, ele havia sido pego no fogo cruzado. Não era de se admirar que ele escolhesse escapar para seu quarto em vez de sentar ali e vê-la fazer papel de tola.