Marido Com Benefícios - Capítulo 775

775: Não Faça Isso 775: Não Faça Isso Uma delas era sensível à provocação dela, enquanto a outra não. Hora de provocar um pouco mais. Então, Dora sorriu e se inclinou, sua voz pingando uma mistura de escárnio e resolução fria.

“Você está com medo, não está?” ela disse, suas palavras afiadas como uma lâmina. “Você nem consegue me encarar. Você pensou que me amarrar e me jogar neste buraco sujo iria me quebrar, que seria o suficiente para satisfazer seu desejo torcido por vingança. Mas olhe para mim – eu ainda estou aqui, ainda calma, ainda intacta. E isso te aterroriza, não é? Porque, lá no fundo, você sabe que não importa o que você faça, mesmo que consiga colocar as mãos no dinheiro, você não será capaz de desfrutar um único centavo. Você estará sempre olhando por cima do ombro, assombrado pelo pensamento de eu vir atrás de você. Lembre-se das minhas palavras – uma vez livre, não haverá onde você possa se esconder. Você passará o resto da sua vida miserável se perguntando quando eu virei atrás de você.”

Com isso, Dora começou a cantarolar, uma melodia baixa que ecoava pelas paredes do lugar. Ela não estava apenas tentando desestabilizá-los – embora isso certamente fizesse parte de sua estratégia – ela também estava exausta de falar e precisava de um descanso. O cantarolar era a maneira dela de conservar energia enquanto mantinha a pressão psicológica.

Se um deles teve a coragem de permanecer calado diante de suas provocações, então eles eram mais fortes do que ela lhes dera crédito. Mas ela sabia a verdade: suas palavras não eram ameaças vazias. Se eles a deixassem ir – não, quando eles a deixassem ir – ela os caçaria. Ela não descansaria, mesmo que isso significasse perder a sanidade no processo.

***
Sem que Dora soubesse, sua tática estava funcionando ainda melhor do que ela poderia ter antecipado.

“O que você pensa que está fazendo?” o homem sibilou, seus olhos se estreitando para a mulher que estava a momentos de responder às provocações de Dora. Ele empurrou a mão dela para longe do interruptor do microfone com um empurrão enérgico. “Ela está tentando tirar uma reação de você. Você não vê isso? Não percebeu a maneira como ela tem olhado ao redor?”

A mulher lançou a ele um olhar fulminante, sua mão tremendo levemente enquanto a puxava para trás. “O que você quer dizer?”

“Ela não está apenas sentada lá por diversão,” o homem continuou, sua voz baixa e tensa. “Ela está estudando o ambiente. Ela está memorizando cada detalhe deste lugar para que possa encontrar o caminho de volta quando ela escapar ou quando a deixarmos ir. Eu te disse desde o começo, capturar Isidora Sterling não foi nenhum feito pequeno. Você teve sorte em pegá-la desprevenida, mas lidar com as consequências será um pesadelo. E o dinheiro – por que você insistiu em pegar dinheiro vivo? Você tem alguma ideia do quão difícil vai ser mexer nisso sem levantar alarmes? Não é como se tivéssemos pedido troco! Se eles conseguirem colocar um rastreador em apenas uma cédula, estamos mortos! E não podemos possivelmente checar cada nota!”

A mulher franziu o cenho, e mandou um olhar frustrado para seu aliado. “Claro que pensei as coisas direito. Nós não vamos mandá-la de volta, e não vamos pegar o dinheiro também.”

O homem a olhou como se ela tivesse acabado de sugerir que eles crescessem asas e voassem. “Como assim não vamos devolvê-la ou pegar o dinheiro? Eu não sou um assassino, e só concordei com isso por causa do pagamento! Mas agora você está mudando o plano, e—”
“Você pode calar a boca por um segundo?” a mulher estourou, cortando-o com um aceno brusco da mão. “Eu já tenho um plano. E pedir dinheiro vivo foi parte disso. Só confie em mim. Por enquanto, ligue para ele e confirme que os arranjos estão no lugar. Então, peça para ele depositar o valor em quatro partes nessas contas internacionais. Com o status dele, ele não deveria ter um problema fazendo isso.”

Ela deslizou um pedaço de papel pela mesa, e o homem o pegou, seus olhos se estreitando enquanto ele olhava a lista de números de contas. “De quem são essas contas?”

“Minhas,” a mulher respondeu, um sorriso matreiro surgindo em seus lábios. “Identidades alternativas que eu montei. O dinheiro vivo era apenas uma distração, algo para mantê-lo ocupado para que ele não tivesse tempo ou foco para nos rastrear. Quanto mais ele se preocupar com ela, mais desesperado e irracional ele se tornará. E enquanto esse medo o consumir, seu julgamento ficará nublado, e ele não nos verá vindo.”

O homem a olhou, uma mistura de dúvida e admiração relutante em seus olhos. “Você realmente pensou bem isso, não é?”

A mulher se recostou na cadeira, sua confiança crescendo. “Eu não sou tola. Agora, faça a ligação.”

Enquanto o homem concordava e fazia arranjos para ligar o distorcedor de voz, a mulher encarava a tela. Dora Sterling! Você estava enganada sobre uma coisa. Eu não tenho intenção de deixar você ir e esperar que você venha atrás de mim. Eu simplesmente vou deixar você aqui e fugir do país. Enquanto isso, deixe seu namorado te procurar até você morrer de fome.

“Príncipe Kael. Seu tempo acabou. Você fez os arranjos?” A mulher escutava enquanto seu parceiro começava a falar e sorriu. Ele teria, é claro.

“Você fez? Muito bom. Muito bom. Há uma pequena mudança no plano, no entanto.”

Uma pausa.

“Príncipe Kael. Você sabe que não está em posição de fazer exigências. Você queria prova de que sua mulher estava viva e você ouviu a voz dela. Eu só garanti mantê-la viva e não ilesa então sugiro que pare de perder seu tempo discutindo comigo e em vez disso siga a próxima parte que lhe diremos. Depois que isso for feito, eu lhe enviarei a localização do lugar onde a princesa está.”

“Ts ts. Não fique bravo. Ela está bem até agora. Por quanto tempo ela ficará assim, é claro que isso é com você.