Marido Com Benefícios - Capítulo 64

64: Segundas Tristezas 64: Segundas Tristezas A tensão no ar era palpável. Numa melancólica tarde de segunda-feira, o prédio da Indústrias Frost estava em um estado de agitação silenciosa.

No espaço de trabalho aberto, dedos batiam nas teclas com trepidação e conversas sussurradas crepitavam como estática. “Você ouviu sobre o Demônio?” sussurrou um funcionário para outro, com os olhos percorrendo o ambiente como se o escritório guardasse os segredos do universo. “Ele está aqui desde sei lá quando. Ninguém sabe por quê, mas ele não está contente com alguma coisa.”

Outro funcionário, sorvendo furtivamente de um copo de isopor, arriscou, “Ouvi dizer que ele até adiantou o prazo dos relatórios trimestrais de todos os departamentos. E houve inspeções surpresa. Ele espera que tudo esteja impecável, sem espaço para erros.”

Mais uma pessoa se intrometeu, “Ouvi dizer que o chefe pode estar em um novo relacionamento. Será que ele brigou com a Dama Chefe?” A fábrica de boatos continuava a girar enquanto teorias e especulações enchiam o ar. Alguns diziam que era uma questão pessoal, enquanto outros alegavam que era um grande negócio pendente.

A tensão no escritório havia atingido o ápice, e cada funcionário estava à flor da pele. Demétrio ainda não havia emergido de seu santuário, onde havia se trancado, mas o clima que ele havia criado se espalhara por cada canto do edifício.

Quando finalmente chegou a hora do almoço, os funcionários começaram a ver um vislumbre de esperança. Uma esperança belíssima, aliás. Uma mulher elegante, vestida em um lindo vestido envelope, entrou com uma marmita na mão, “Com licença,” ela disse à recepcionista, “Estou aqui para ver CEO Frost.”

A recepcionista, surpreendida pela visita inesperada, hesitou por um momento. Vendo isso, a mulher sorriu e acrescentou, “Eu sou a mulher dele. Vim aqui para surpreendê-lo. Ele não ficará bravo.”

A recepcionista assentiu rapidamente antes de pegar o telefone para informar o assistente de Demétrio. Com os boatos de que o CEO estava de mau humor, se ela ousasse deter a Dama Chefe por muito tempo, poderia perder o emprego. Falava suavemente no receptor, seus olhos ocasionalmente desviavam-se para a bela porém fria senhora. Ela combinava bem com o CEO deles.

Assistente Ma franziu a testa ao ouvir o que a recepcionista tinha a dizer. Por um momento, ele teve vontade de dizer à mulher para chamar a segurança para retirar quem quer que fosse a pessoa falsa do saguão. Afinal, o chefe deles ainda estava solteiro. Porém, ele hesitou por um instante antes de fazer isso. Seu chefe definitivamente vinha vendo alguém recentemente. Então talvez fosse a futura Dama Chefe…

E se uma briga com a futura Dama Chefe fosse a razão para o que eles estavam vivenciando hoje, então ele arriscaria sua vida para perguntar ao chefe. Suspirando e dizendo uma rápida prece, ele bateu na porta. “CEO, sua esposa está aqui para vê-lo.”

A notícia da chegada de sua esposa provocou um turbilhão de emoções dentro dele, embora a predominante fosse a irritação. Ele não esperava que ela aparecesse no escritório, especialmente não hoje, quando já estava de mau humor. Ele lembrou da nota azeda com a qual haviam se despedido e suspirou.

Ele assentiu contrariado e murmurou, “Mande-a subir.” Enquanto colocava de lado os arquivos que examinava, Assistente Ma fechou rapidamente a porta e passou a mensagem do CEO antes de retomar seu lugar na mesa. Afinal, ele não esperava que este dia chegasse.

Quando as portas do elevador se abriram, Assistente Ma, Secretária Nina e mais alguns assistentes júnior estavam todos fingindo estar absortos em seu trabalho, enquanto lançavam olhares furtivos em direção aos elevadores. Eles já haviam recebido a notícia da chegada da Dama Chefe. E foi por isso que, quando a beleza saiu do elevador, todos os outros ficaram fascinados enquanto Assistente Ma e Nina sentiram seus corações na garganta.

Ma e Nina trocaram um olhar horrorizado, cada um tentando sinalizar ao outro para pensar em uma maneira de impedir que isso acontecesse logo hoje.

Se havia uma pessoa que sabiam que o chefe desprezava, então era essa mulher.

Pelo bem maior das pessoas trabalhando no escritório, Assistente Ma se sacrificou e se colocou no caminho da Srta. Arabelle. “Srta. Arabelle, seja bem-vinda. Por favor, tome assento e eu informarei o chefe…”

Arabelle olhou para Assistente Ma com raiva por ele ter entrado em seu caminho enquanto os juniores observavam confusos sobre o súbito desejo de morte de seu superior.

Antes que Arabelle pudesse dizer algo, a voz de Demétrio trovejou, “Quem permitiu que ela entrasse aqui? Vocês não conseguem nem lidar com uma simples tarefa? Acreditam em qualquer mentira que chega até vocês?”

A declaração foi seguida por um silêncio tão intenso que o tempo parecia ter parado. A recepcionista, que havia seguido a mulher até o escritório, estava horrorizada com o rumo dos acontecimentos e sentiu sua vida passar diante de seus olhos.

Arabelle sentiu suas bochechas corarem de constrangimento e gaguejou, “Eu-Eu estou aqui para ver…” Ela queria dizer que estava aqui para vê-lo. Ela estava confiante de que ele não a humilharia em público, mas agora, olhando para seu rosto, ela repentinamente se sentiu com medo pela primeira vez na vida.

Quando seu rosto desmoronaria de vergonha e a situação ameaçava sair do controle, a porta da escada de emergência se abriu e Gabriel entrou. Ele já tinha uma ideia aproximada da situação quando ouviu as fofocas e correu para controlar os danos! Droga!

Gabe se colocou entre o irmão que parecia pronto para cometer um assassinato e Arabelle, que estava paralisada sem palavras. “Há um engano, Demônio! Ela está aqui para me ver, e não você. Arabelle e eu tínhamos um almoço marcado.”

Arabelle acenou rapidamente com a cabeça e seus olhos se arregalaram com alívio e gratidão. “Sim,” ela afirmou, sua voz tremendo ligeiramente. “Eu estou aqui para ver Gabe, não você. Sinto muito pela confusão.”