Marido Com Benefícios - Capítulo 46
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46: Um perseguidor 46: Um perseguidor Nora olhou ao redor da sala de aula, que estava vazia, com apenas cadeiras e mesas espalhadas. Ela estava preocupada com aqueles bilhetes que estava recebendo e a única solução que conseguia pensar era chegar cedo à aula e escapar de receber um bilhete ou pelo menos pegar a pessoa em flagrante.
Porém, enquanto desempacotava seu caderno e canetas, seu coração disparou quando um pedaço de papel dobrado caiu de dentro de sua mesa e voou para o chão.
O ambiente estava assustadoramente silencioso, o único som era o de sua respiração nervosa. Nora sentiu seu coração disparar. Ela tentou se convencer de que podia ser apenas um pedaço de papel solto e nada mais. Talvez alguém estivesse brincando e o deixasse em sua mesa. Mas sabia que não podia se enganar.
Olhando ao redor, ela começou a ter dificuldade para respirar enquanto pegava lentamente o bilhete. Quem poderia ter subido aqui e deixado um bilhete? Será que a pessoa o deixou aqui ontem à noite após o fim das aulas? Mas os zeladores teriam levado embora. Será que a pessoa ainda estava aqui, observando-a e esperando que ela pegasse o bilhete?
Ela pulou de susto quando alguém de repente entrou na sala, o que também assustou a outra pessoa. O colega a olhou confuso antes de acenar em cumprimento e dirigir-se à sua própria mesa. Logo, os alunos começaram a chegar, e Nora se sentiu um pouco consolada na multidão enquanto continuava a olhar para o bilhete à sua frente. Ela ainda não tinha reunido coragem para abri-lo e ver o conteúdo.
Encarava a folha branca e lisa com seu nome escrito nela com uma caligrafia caprichada. Engoliu em seco, sua mente acelerada. Isso era uma novidade. A pessoa realmente tinha escrito…
Seu coração batia forte no peito enquanto lia as poucas palavras escritas: “Você está indo bem, Nora. E posso ver que você está ansiosa para me encontrar. Vejo o modo como seus olhos vasculham os arredores quando você recebe meus bilhetes. Logo nos encontraremos e então poderei dizer pessoalmente o quanto você é incrível.”
À primeira vista, a mensagem parecia positiva. Mas Nora não conseguia se livrar da sensação de pavor que se instalara em seu estômago. Esses bilhetes anônimos vinham aparecendo em sua vida quase diariamente agora e ela estava cada vez mais assustada.
Ela tentou levar os bilhetes para a polícia, mas eles se recusaram a fazer algo a respeito já que não havia ameaças no bilhete. O policial até riu, dizendo que provavelmente ela tinha um admirador que não tinha coragem de se aproximar. E depois disse para ela ir até eles se os bilhetes contivessem alguma ameaça. Em resumo, a polícia tinha ignorado seus medos, sugerindo que ela estava superestimando as coisas.
O zumbido das conversas e o barulho das carteiras desviaram sua atenção do bilhete, e ela cuidadosamente o dobrou e deslizou para dentro de sua bolsa. Ela não podia se dar ao luxo de deixar seu desconforto aparecer; não quando aquela pessoa estava sempre a observando.
Após o que pareceu uma eternidade, Nora finalmente se acalmou determinada a esquecer o bilhete. Mas, à medida que a aula começava, ela não conseguia evitar de olhar ao redor da sala, seus olhos passando de um rosto para outro, à procura de algum sinal de que alguém a estava observando.
Quando o longo dia finalmente terminou, Nora estava extremamente ansiosa. Ela considerou conversar com o Vovô William ou Demétrio Frost, mas temia que eles também pudessem ignorar seus medos. O peso dos bilhetes e o medo constante de ter alguém a observando tinham afetado sua saúde mental e emocional.
Mesmo cercada por milhares de pessoas, ao sair do campus, ela não conseguia se livrar da sensação de estar sendo observada.
Foi somente quando chegou ao café e correu para o vestiário fechado que se sentiu relativamente mais segura. Mas, ao sair para a área principal, em seu uniforme, não pôde deixar de se perguntar se a pessoa que lhe deixava bilhetes estava ali e se ela estava interagindo com ele também.
Os olhos de Nora se encheram de lágrimas ao perceber que não podia continuar a viver assim, sempre olhando por cima do ombro e questionando cada interação, ela tinha que conversar com o Vovô William. Ele talvez fosse o único que pudesse ajudá-la. Talvez ele pudesse pressionar a polícia a investigar os bilhetes. Se não mais, isso assustaria a pessoa que estava tentando manipulá-la e assustá-la dessa forma.
Quando a garçonete anterior foi dispensada, Nora rapidamente se concentrou em seu trabalho, tranquilizando-se de que logo, ela conseguiria se livrar desse problema. Vovô William não era do tipo que ignoraria seus pensamentos tão facilmente. Ele ajudaria.
O restante do turno passou tranquilamente com ela finalmente colocando suas preocupações no fundo da mente. Na verdade, foi Lucien, seu novo amigo, que a distraiu fazendo piadas tão bobas, que ela não pôde deixar de rir.
No entanto, ela não poderia esperar que seu medo retornasse tão cedo. Ao se despedir de Lucien, um entregador de flores correu direto para Maya no caixa. Ela não deu muita atenção, pois isso era algo comum no café.
Porém, à medida que o movimento diminuiu, chegou a hora de Nora partir, Maya a chamou até o pequeno escritório nos fundos. Ao entrar, Nora não pôde deixar de notar o grande buquê na mesa de Maya e a elogiou, “Esse buquê é tão bonito.”
Maya assentiu e disse, “É para você. Achei que seria inapropriado você recebê-lo enquanto trabalhava, então o trouxe para cá. Pode levá-lo.”
Quando Maya deixou o escritório, ela não percebeu a palidez de Nora. Nora estendeu a mão trêmula e encarou o bilhete. A caligrafia nele era muito parecida com a do bilhete da manhã. Lentamente, ela o abriu e encarou as palavras, “Não gosto dos novos amigos que você faz. Não converse muito com seus clientes. Isso me deixa triste.”