MAGO Supremo - Capítulo 83

83: Surpresa do Solus 83: Surpresa do Solus Depois de entrar em casa, longe de olhos curiosos, Lith fez uso de seu novo conhecimento como curandeiro.

Ele usou a Invigoração para encontrar e consertar todos os danos ósseos, musculares e até mesmo dos discos intervertebrais acumulados nos corpos de seus pais ao longo do tempo devido ao trabalho duro nos campos e ao envelhecimento.

Ele também usou magia de quarto nível para emprestar a eles sua energia e impedi-los de se sentirem cansados devido aos efeitos colaterais do tratamento.

“O quê?” Raaz mexeu seus membros, sentindo as mudanças sutis que seu corpo havia sofrido.

“Eu me sinto cheio de energia e meus nós desapareceram. Parece que tenho vinte anos de novo!”

“Fico feliz em ouvir isso.” Lith respondeu, abraçando seu pai. “Eu aprendi tanto em apenas um mês. A academia me mostrou como eu era míope. Não há como saber o quanto minhas habilidades mágicas vão melhorar.”

Ele também fez um check-up completo em Tista. Ela sempre estava em ótima forma, mas Lith nunca deixou de se preocupar com ela.

Eles conversaram sobre seu exame simulado, do qual Lith deu uma descrição precisa, exceto por seu encontro com o Escorpicore, que ele omitiu completamente.

Ele deu ênfase especial ao fato de ter desenvolvido um bom relacionamento com seus colegas de equipe e com Phloria, em particular.

A versão manipulada de sua história tinha como objetivo evitar que eles ficassem preocupados com ele estar sozinho na academia. Ele esperava ajudá-los a superar seu antigo sentimento de culpa por Lith nunca ter tido amigos no passado.

Seus pais ainda acreditavam que Lith havia passado sua infância sozinho porque a família precisava de dinheiro e comida, forçando-o a se tornar um caçador primeiro e um curandeiro depois. Mas essa era apenas metade da verdade.

Ele tinha quase nada em comum com magos adolescentes, muito menos com crianças pequenas. Trabalhar sempre foi uma desculpa para evitar correr qualquer risco desnecessário de revelar sua verdadeira identidade.

Depois de resolver os assuntos com sua família, Lith decidiu dar um passeio no bosque. Ele precisava de algum tempo sozinho, não apenas para organizar seus sentimentos caóticos, mas também para tentar converter tudo o que havia aprendido na academia e em seus livros em magia verdadeira.

Sabendo que poderia estar sob vigilância, ele caminhou em direção à sua clareira particular nas madeiras de Trawn usando Visão de Vida, enquanto Solus vasculhava os arredores com todos os sentidos à sua disposição.

‘Além de nós e dos animais, não consigo encontrar mais nada.’ Ela informou.

‘O mesmo aqui. Acho que é possível que os homens da Rainha tenham objetos mágicos que escondam sua presença, mas duvido que possam evitar todos os nossos recursos combinados. Eu uso magia verdadeira, enquanto você, bem, me bate o que você usa.

‘Resumindo, acho que estamos seguros. Provavelmente eles foram enviados para vigiar ameaças externas, não eu.’
‘Sim, mas é melhor prevenir do que remediar.’ Solus expressou seu primeiro comentário paranoico de todos os tempos.

‘A propósito, você se lembra que antes do exame simulado eu falei sobre uma surpresa?’
‘Claro.’
‘Bem, hora de revelar meu novo presente. Precisamos de um lugar especial, então preciso que você siga minhas instruções.’
Lith lançou seu feitiço de voo em corrente de ar, movendo-se em um padrão irregular em direção ao destino que Solus havia apontado. Ao mesmo tempo, ambos estavam examinando os arredores.

Segui-los com tanta velocidade enquanto permaneciam ocultos era impossível. Logo chegaram à parte interna do bosque, onde meses antes eles haviam ajudado os três reis em sua luta contra o Definhar.

Ainda era um deserto, apenas gramas e ervas daninhas haviam começado a crescer de novo.

‘Estamos livres. Eu não percebi ninguém nos seguindo. Você escolheu esta área porque não fornece cobertura para nossos potenciais perseguidores?’ Lith pensou.

‘Não, porque é um dos poucos pontos que servem ao nosso propósito. Graças ao meu senso de identidade, toda vez que recupero uma nova habilidade, sempre sei como funciona. Esta é especial e precisa de um lugar especial.’
‘O que há de tão especial neste lugar? É deprimente e está mais morto que Júlio César.’
Solus riu.

‘Você já se perguntou por que o Definhar se movia nesta direção toda vez que conseguia escapar?’
‘Normalmente, eu diria que estava desesperado, mas aposto que você tem uma explicação melhor.’
‘Bingo! Eu percebi na primeira vez que estivemos aqui, mas naquela época eu não conseguia entender direito. Você vê, com meu sentido de mana, não só posso diferenciar pessoas, mas também paisagens.

‘Isso acontece porque este mundo é literalmente cheio de mana, e alguns lugares mais do que outros. Durante nossas viagens, notei vários pontos onde a energia mundial era muito mais abundante que o normal, e este é um deles.

‘Acredito que o Definhar estava procurando por este lugar para sugar a enorme quantidade de energia mundial e estabilizar sua forma.’
Solus se desprendeu do dedo de Lith em sua forma habitual de aranha, alcançando uma clareira a alguns metros de distância antes de começar a cavar no chão.

Diante de seus olhos espantados, um pulso azul iluminou a clareira. A cada batida, algo saía do chão. Era como ver um vídeo em câmera rápida, onde se podia ver uma semente se tornar uma flor em menos de dez segundos.

Mas no caso de Solus, a pequena pedra cresceu e virou uma torre.

Uma torre minúscula e demolida, para ser preciso.

Mal alcançava 10 metros (33 pés) de diâmetro, com uma única porta frágil o suficiente para ser levada por uma forte rajada de vento. A torre só tinha o térreo e nenhum teto, os escombros cobriam seu topo, como se tivesse desabado sobre si mesma.

‘Isso realmente é uma surpresa.’ Lith ficou impressionado, mesmo assim. ‘Esta coisa vem com mecanismos de defesa? Se sim, aonde quer que a gente vá, sempre teremos um lugar para ficar, evitando humanos e animais.’
‘Primeiro de tudo, isso não é uma coisa, sou eu!’ Solus estava bastante irritada por ser tratada como um objeto. ��E sim, eu tenho mecanismos de defesa. Então, ponha seu traseiro mal-educado para dentro, para que eu possa ativá-los.’
Lith fez o que lhe foi dito, descobrindo que a estrutura dentro era maior do que parecia do lado de fora. À sua direita, havia um conjunto de escadas desmoronadas subindo e outro que parecia descer sem impedimentos.

À sua frente, havia uma única porta, que levava a um quarto quase idêntico ao que Lith havia construído em sua própria casa. No entanto, a cama era king-size com dossel, e o quarto tinha banheiro privativo, assim como seu quarto na academia.

“Deslocamento de massa?” Lith perguntou maravilhado.

“Sim.” Pela primeira vez, ele pôde ouvir a voz de Solus com os ouvidos. “Apenas parte desta forma existe em nosso plano, o resto está realmente em nossa dimensão de bolso. Você gosta deste pedaço de lar longe de casa?” Ela estava claramente ansiosa por elogios.

“Muito, é uma réplica incrível. Eu não posso te agradecer o suficiente por me dar um banheiro de verdade. Isso significa o mundo para mim.”

Solus riu.

“De nada. Mas esta não é a surpresa, apenas parte dela. Desça, por favor.”

No porão havia mais dois quartos, o primeiro era uma cópia perfeita do salão de treinamento do ferreiro mágico, até os mínimos detalhes.

“Eu consegui reproduzir os laboratórios de poções e de forjamento, mesmo os equipamentos.” Ela explicou. “Mas não posso criar ingredientes ou consumíveis do nada. Algumas coisas só podemos comprá-las.”

Lith abriu a gaveta que deveria conter anéis e amuletos para encantar, mas, como Solus havia anunciado, estava vazia.

“Não é um problema.” Ele respondeu. “Não há muito que eu possa fazer com meu conhecimento limitado.

“Felizmente, quando eu disse à Professora Wanemyre que queria praticar um pouco por conta própria, ela me deu alguns anéis e um frasco do líquido necessário para desenhar círculos mágicos. Temos o suficiente para algumas tentativas de tentar converter o forjamento em magia verdadeira.”

O único feitiço de ferreiro mágico que Lith havia visto era o de encantar itens dimensionais. Ele desenhou os círculos e as runas com extremo cuidado, não havia ninguém para ajudá-lo caso algo desse errado.

Quando terminou, ele colocou um seixo no centro. Ele não estava esperando sucesso, apenas estudar o fluxo de mana do feitiço de magia falsa para depois reproduzi-lo com magia verdadeira.

Então, em vez de entoar, ele usou Invigoração para chamar a energia do mundo e enviá-la para preencher o círculo mágico. Foi fácil, e não afetou suas reservas de mana, uma vez que estava usando energias externas.

Ao contrário da Professora Wanemyre, ele não encheu os círculos até o limite. Sendo um experimento, quanto menos energia melhor, sem mencionar que ele queria evitar a criação de anéis de nível superior após apenas um mês.

De acordo com os livros, era suficiente fornecer mana aos círculos até que o ar começasse a crepitar para obter os objetos dimensionais de menor classe.

Lith conhecia as treze runas e seus feitiços como a palma da sua mão, ele as havia executado inúmeras vezes durante as aulas e também sozinho.

Lembrando do sentimento característico de cada um, ele teceu as invocações das runas em rápida sucessão. Na mente de Lith, o desempenho de Wanemyre, embora excepcional, era como uma criança tocando um piano a uma tecla de cada vez.

Ele estava convencido de que, para maximizar os efeitos do forjamento, os diferentes feitiços deveriam se complementar e se integrar uns aos outros, como numa sinfonia mágica.

As runas subiram no ar uma após a outra, formando um anel perfeito em torno do seixo num piscar de olhos. Lith então começou a comprimir a mana dentro das runas. Em breve toda a energia estava envolvendo a pedrinha, tentando penetrar nela.

Agora era o momento mais crítico, Lith tinha que forçar energia e matéria a se fundirem. As coisas estavam indo bem, mas no fundo da sua mente, havia um alarme constante gritando para ele que algo estava errado.

De repente, a massa de energia implodiu, pulverizando o seixo. Apesar de não conseguir escapar, a mana desenfreada ainda conseguiu queimar o círculo, deixando uma rachadura no chão.

“Ai! Isso doeu!” Solus disse.

“Desculpe, minha culpa.” Lith disse, envergonhado por seu fracasso. “Alguma ideia do que deu errado?”

“Só de cara, posso pensar em pelo menos oito erros que você cometeu.” Ela realmente respondeu à sua pergunta retórica, deixando Lith atônito mais uma vez.