MAGO Supremo - Capítulo 2652

Capítulo 2652: Falsa Suposição (Parte 2)

A última vez que os elfos estudaram magia falsa, ela era rudimentar e seu conhecimento escasso. Os usuários de magia naquela época eram raros e guardavam a sete chaves os poucos feitiços que conheciam. Nos dias da Guerra das Raças, não havia algo como um livro didático, muito menos uma academia.

A magia falsa moderna era polida, bem desenhada e organizada de forma que fosse fácil de aprender.

Os olhos de cada representante do Clã brilhavam de ganância, pensando no exército que finalmente poderiam construir. Com um pouco de estudo, a magia falsa permitiria que os indivíduos mais inúteis se tornassem escudos humanos preciosos para proteger as elites.

De repente, o número de mortes no combate às marés de monstros e às cidades perdidas não parecia mais tão assustador, já que as linhas de frente seriam preenchidas com membros descartáveis de sua sociedade.

Além disso, os elfos sonhavam com o dia em que tal nova força militar seria usada para servir uma causa nobre. Como recuperar as terras perdidas para os humanos no fim da Guerra.

“Senhora Aalejah disse que o Conselho Despertado está disposto a nos fornecer os melhores feitiços que têm até o nível três, mas apenas após jurarmos lealdade à causa deles e prometermos em nome de nossos antepassados não usar seu presente contra eles.” Le’Ahy respondeu.

Era o juramento mais sagrado que um elfo poderia fazer. Quebrá-lo significava desgraçar não apenas o próprio juramento, mas também todo o seu Clã até o fundador. Foi o suficiente para estilhaçar os sonhos de conquista de todos e repensar todo o acordo.

“Antes de fazer algo assim, precisamos estudar o livro e levá-lo aos nossos respectivos Clãs.” M’Rael disse. “Só então podemos realmente falar em nome de nosso povo em vez de nossos interesses pessoais.

“Afinal, o conhecimento oferecido a nós não nos torna invencíveis. Sangue élfico ainda será derramado e não podemos pedir que pessoas como mestre Embergleam se sacrifiquem sem ouvir a opinião delas.

“Mas tenho certeza de que o Senhor Qisal ficará feliz em saber que sua proposta está um passo mais perto de ser aceita. Por favor, informe-o de que você teve sucesso, Caçadora Canção de Pássaro. Se o livro que você nos ofereceu hoje é tão bom quanto você diz, posso garantir a ele que o Parlamento se unirá ao esforço militar para recuperar Jiera.

“Vocês concordam comigo, meus colegas representantes?” M’Rael voltou-se para eles enquanto respondiam “Sim” um de cada vez.

Por mais honrosa que fosse, subserviência ainda era subserviência, enquanto o Conselho oferecia aos elfos tanto liberdade quanto uma poderosa arma que poderia ser usada como meio de autodefesa.

A magia falsa tornaria até mesmo um número limitado de elfos uma força a ser reconhecida, já que todos seriam magos de núcleo azul brilhante. Ou melhor, era o que acreditavam.

M’Rael Pedra de Fogo tinha ambições muito maiores. Ele queria liberdade, poder e um reino élfico para chamar de seu. Ele não conseguia acreditar em como Mogar era generoso ao entregar tudo isso para ele em uma bandeja de prata.

‘Agora tudo faz sentido.’ Ele pensou. ‘Nossa derrota na Guerra das Raças, os longos milênios de exílio e isolamento foram todos uma preparação para este momento. Mogar nunca deu as costas a nós elfos como fez com a Abominação.

‘Eles simplesmente estavam esperando o momento em que Garlen estava maduro para ser tomado. Uma fome desenfreada, um Yggdrasill estúpido e um dos artefatos mais poderosos do Mogar estão todos nas minhas mãos ao mesmo tempo.

‘O destino está me chamando e ele me encontrou pronto para responder!’

Le’Ahy estava mais do que feliz por finalmente ter uma desculpa para ligar para o Senhor Qisal e ver seu holograma, assim como M’Rael se regozijava com uma alegria igualmente grande. O feitiço de localização que a Árvore havia ensinado a ele explorou a chamada para encontrar a localização do “Senhor Dragão”.

O Alto Chanceler agora sabia que Qisal Penasombria não existia. Havia apenas Lith Tiamat Verhen, a Fera Divina que Mogar escolhera para entregar tudo o que M’Rael sempre desejou.

***

“Ótimo trabalho, Aalejah.” Lith disse de volta à caverna. “De onde você tirou a ideia de ensinar magia falsa aos elfos?”

“Foi algo que surgiu de repente.” Ela encheu o peito de orgulho. “Estávamos conversando sobre o quão terrível é para o meu povo a perda de um guerreiro de elite quando me ocorreu.

“Todos os elfos alcançam o núcleo azul brilhante, mas a maioria deles não tem a disciplina e o talento para dominar seu próprio fluxo de mana. Depois de atingir um certo nível, um erro pode ser letal, então ninguém pratica magia além de uma certa idade.

“A magia falsa, ao contrário, faz tudo isso por si só, desde que se pronunciem as palavras mágicas e façam os gestos corretamente. Elfos sem talento ainda não podem dominar o nível quatro e cinco porque são muito complicados, mas até mesmo um pequeno pelotão de magos falsos pode derrubar inúmeros monstros do céu e voar para longe em um piscar de olhos.

“Além disso, o livro de nível um era só uma isca. Não darei nada de valor ao Parlamento até que todos os seus membros jurem um juramento de lealdade e irmandade.”

“Sem ofensa, mas tratados e juramentos são apenas coisas feitas para serem quebradas.” Faluel disse. “O que impede que eles voltem atrás em sua palavra depois de obterem o que querem?”

“Você não entende nossos costumes. Os elfos vivem vidas longas e têm poucos filhos, então seu legado é tudo para eles. A Árvore do Mundo registra nossas vidas inteiras e divulga todas as grandes conquistas de nossos clãs para as diferentes colônias, tanto boas quanto ruins.

“Se os elfos de Setraliie mentissem em nome de seus antepassados, sua vergonha não seria apenas deles, mas de todo o povo élfico. Eles seriam repudiados, ostracizados e sua desonra seria eterna.

“Nenhuma comunidade élfica jamais os aceitaria, e a Árvore os marcaria como filhos do homem, o maior insulto que se pode fazer ao nosso povo.” Aalejah não tinha ideia de que naquele momento a Árvore não poderia fazer nem dizer nada por causa de sua própria estupidez.

Razão pela qual a confiança em suas palavras tranquilizou todos que voltaram a suas próprias práticas. Segundo Le’Ahy, o Parlamento precisaria de mais alguns dias para testar o livro antes de tomar sua decisão.

Naquele momento, o grupo de Aalejah simplesmente teria que informar o Conselho sobre o sucesso de sua missão. Claro, a princípio os Despertos ficariam irritados por serem mantidos no escuro sobre a posição do Limite, mas isso não duraria muito.

Eles poderiam usar os elfos de Setraliie como embaixadores de outras colônias e organizar uma força de ocupação adequada para Jiera. Isso, juntamente com os monstros de Zelex, seria a peça final do quebra-cabeça necessária para impedir que o continente caído desaparecesse dos mapas.

Até aquele momento, porém, todos se concentravam em realizar suas próprias pesquisas sob a orientação de Mogar. Faluel e Ajatar experimentavam em seu sangue, Lith e Solus praticavam Magia do Vazio, enquanto Quylla e Aalejah trabalhavam em seu Domínio da Luz.

Friya estava literalmente trabalhando em seu cabelo, tentando desvendar o segredo de seu poder. Ela torcia e amarrava em formas semelhantes a cobras, usava Invigoração neles e usava todos os feitiços de diagnóstico que conhecia, mas além de dar a Morok inspiração para piadas ruins, ela não conseguia nada.