MAGO Supremo - Capítulo 2541

Capítulo 2541: Eles Vêm à Noite (Parte 1)

“Não percam tempo chorando.” Disse a Rainha de seu estrado. “Temos até o dia da partida antes do próximo abate. Apenas os mais fortes entre nós serão escolhidos e só porque não podemos confiar na escória morta-viva.

“Precisamos de bocas suficientes para nos protegermos, mas não o suficiente para esgotar nossos recursos limitados antes de construirmos nosso novo lar. Eu sei que estou pedindo muito, mas é o mesmo sacrifício que meu marido acabou de fazer.

“O mesmo sacrifício que eu farei assim que encontrar uma Rainha mais digna para meu filho.” Ela fechou os olhos, suspirando com a ideia de deixar Xagra sozinho e sobrecarregado pela responsabilidade de garantir a sobrevivência da nova colônia.

“Aqui está minha primeira ordem como regente de Zelex: vivam suas vidas ao máximo e aproveitem ao melhor do tempo que nos resta. Também gostaria de aliviá-los do dever de hoje, mas infelizmente os mortos-vivos sabem de nossa perda.

“Este é o momento perfeito para tentar e-” O som do alarme a interrompeu, seguido rapidamente por um tremor tão intenso que os lustres balançavam do teto e a poeira caía.

“Que diabos está acontecendo?” Syrah amaldiçoou o nome de Glemos em voz baixa.

A matriz de compressão dimensional bloqueava tanto a magia dimensional quanto os amuletos de comunicação. A única maneira de se comunicar à distância dentro de Zelex era por meio do warg ou dos flares mágicos.

Graças à sua habilidade de linhagem de compartilhar qualquer coisa com os membros de seu grupo, os wargs podiam se comunicar uns com os outros e transmitir mensagens mesmo a uma distância considerável.

Essa era a razão pela qual eles eram os únicos guardas do senado e a espinha dorsal da guarda da cidade. Infelizmente, tanto os wargs quanto Hati haviam se reunido para receber o discurso da regente, então a única forma de comunicação restantes para os guardas eram os flares coloridos.

A Rainha correu para fora do edifício e voou para observar a situação do alto. Luzes verdes, vermelhas e violeta originárias da entrada sul da cidade, misturavam-se umas às outras, pintando Zelex como uma ferida gangrenosa e sangrenta.

‘Estamos sendo invadidos e nossos agressores desabaram o túnel sul!’ A informação se espalhou pelo elo mental para todos os wargs e Hati abaixo, mas, apesar de sua rigorosa disciplina, eles permaneceram paralisados no lugar.

‘São mesmo demônios?’ Um jovem Hati perguntou enquanto seu coração batia forte no peito, fazendo um som tão furioso que era tudo o que ele podia ouvir.

Sinais violeta deveriam ser uma piada interna entre as tribos de monstros. Um resquício de sua superstição passada que seu deus Glemos havia refutado vezes sem conta. No entanto, eles agora iluminavam o céu da cidade e mais continuavam sendo disparados a cada segundo.

‘Só existe uma maneira de descobrir. Deixem uma unidade de elite para proteger o senado. Todos os outros, comigo!’

Vendo sua Rainha entrar na batalha e os fortes sentimentos que ela compartilhava com seu grupo fez com que eles acordassem. A ideia dos demônios não era mais tão assustadora. Apenas proteger sua amada cidade e tribos importava.

O único aspecto positivo dessa situação era que o abate ainda não havia ocorrido. Ainda havia milhares de monstros prontos para lutar que não teriam problemas em sacrificar suas vidas se isso significasse garantir o futuro de seu povo.

‘Pelo menos assim a morte deles terá um significado.’ A Rainha pensou com tristeza enquanto deslizava sobre os pequenos prédios e contornava os mais altos. ‘Além disso, eu posso usar uma boa luta depois de um dia como este. Derramar sangue deve fazer maravilhas para o meu humor.’

Quando ela chegou ao seu destino, seus olhos se arregalaram e seu queixo caiu até o chão. A entrada sul ainda estava segura. Os guardas haviam cercado a passagem estreita entre o túnel e a cidade seguindo o protocolo, tornando o número de agressores insignificante.

Graças ao seu rigoroso treinamento e a vantagem do campo, uma dúzia de guardas poderia deter centenas de inimigos indefinidamente. Além disso, Syrah não foi a única que percebeu os flares e estava ansiosa para descontar sua frustração nos invasores.

Br’ey, o xamã orc, Ryla, o Fomor, e M’karn, o Traughen, chegaram à entrada sul apenas alguns segundos depois de Syrah. Goblins, ogros e as outras tribos de monstros que não podiam voar demorariam um pouco mais para chegar, mas o barulho de sua marcha frenética já podia ser ouvido à distância.

Contudo, nada disso foi suficiente para salvar a Rainha do desespero que enchia seu coração. Porque, além dos guardas da cidade que repeliam corajosamente os invasores, Syrah podia ver uma radiação prateada que não vinha de nenhum feitiço.

Ela não via a luz natural da lua desde o dia em que a Rainha anterior havia enviado Syrah à superfície para acelerar seu envelhecimento, mas ela ainda se lembrava vívidamente.

“O túnel secreto não existe mais! O desmoronamento o transformou em uma abertura que leva direto para a superfície.” Ela gritou. “Se não vencermos esta batalha e selarmos a entrada rapidamente, a posição de nosso refúgio será revelada!”

Isso significaria apressar o abate, fugir deixando para trás a maior parte de suas posses e estar completamente à mercê dos Tribunais Mortos-vivos para sobreviver. As palavras da Rainha apagaram o que restava do medo dos supostos demônios e fizeram o sangue das tropas ferver.

Pelo menos até que a luz da lua foi engolida por uma maré negra que inundou o acesso estreito a Zelex, pisoteando os guardas mais próximos. Eles tentaram usar magia da água para detê-la, mas o líquido escuro não foi afetado pela magia e continuou avançando.

Somente quando os defensores recuaram o suficiente, a maré revelou sua verdadeira natureza, composta por corpos negros e olhos brancos. As criaturas não tinham características, parecendo sombras esguias ganhando vida.

Enquanto lutavam com os guardas, no entanto, os monstros lentamente voltavam ao seu estado caído enquanto as sombras se tornavam mais definidas. Aqueles que feriam um warg ganhavam uma boca cheia de presas brancas.

Aqueles que lutavam contra um Balor ganhavam asas ou mais olhos, enquanto os trolls enfrentavam oponentes cuja habilidade nos elementos luz e escuridão crescia a cada segundo. Felizmente, o efeito do toque das sombras parecia ser temporário.

Assim que os reforços permitiram que os guardas nas linhas de frente se desengajassem e tivessem um momento de descanso, a energia mundial do gêiser de mana preencheria seus corpos e restauraria seus poderes.

Por outro lado, os invasores retinham as características que haviam roubado e ganhavam mais poderes ao lutar contra uma raça de monstros diferente.

Syrah acenou para Br’ey e Ryla enquanto chamava a si mesma o poder de cem wargs. O Fomor estendeu seu relâmpago dourado à Rainha e suas tropas, dobrando sua eficácia.

A habilidade de linhagem triplicava a habilidade do warg e, uma vez que eles a passaram para Syrah, era triplicado novamente, tornando-o quase tão bom quanto o Turbilhão de Vida.

O xamã orc, por sua vez, retirou a energia do mundo da abertura e a concentrou na praça. Dessa forma, a magia elemental seria selada para os invasores e impulsionada para os defensores.

Isso também servia para isolar o campo de batalha do resto da cidade e proteger as minas de cristal das flutuações de mana que feitiços poderosos poderiam induzir.