MAGO Supremo - Capítulo 2518

Capítulo 2518: Problemas de Confiança (Parte 2)

“Mas essa será apenas uma peça secundária para entrar. Nesse ponto, recuperarei meu rastreador enquanto meus Demônios coletam as informações de que precisamos para definir nosso próximo curso de ação. Dado tempo, sou um exército de um homem só e posso conjurar almas suficientes para cobrir uma grande área em um tempo razoável.

“Enquanto nós teríamos que dar tudo de nós para nos mover sem sermos vistos, meus Demônios podem se esconder nas sombras e se deixar ser levados pelos monstros.

“Além disso, o vínculo que compartilho com eles não pode ser detectado por sentidos místicos como os Olhos Malévolos ou Visão de Vida e nos permite trocar informações em tempo real. Vou dar um olho a cada Demônio e, se eles até suspeitarem que foram descobertos, posso apenas dispersar sua energia e recuperar a alma antes de dar a ela um novo corpo.”

“É um excelente plano.” Faluel e Ajatar concordaram. “Somos muito poucos para cobrir uma estrutura do tamanho que Nalrond descreveu e não temos ideia se as crianças de Glemos desenvolveram habilidades que detectariam nossos feitiços ou ligações mentais.

“Lith tem muitos demônios, eles são sutis e, o mais importante, eles são dispensáveis. Mesmo que Lith seja de alguma forma exposto, ele pode simplesmente fortalecê-los e sacrificá-los para encobrir sua retirada.”

“Exatamente o que eu estava pensando.” Disse Lith. “Nalrond, uma vez que eu encontre um ponto de entrada e rompa a barreira, preciso que você fique do outro lado. Não sei quão profundamente iremos e se Glemos deixou para trás matrizes de compressão de espaço.

“Até que eu tenha certeza de que posso simplesmente usar Dobra Espiritual para a superfície, você é a única maneira que tenho de exfiltrar no caso de eu aprender o que precisamos ou ser descoberto.”

“Certo.” O Rezar assentiu, sentindo-se orgulhoso por ser útil pela primeira vez. “Só uma pergunta. Você tem medo de espaços fechados?”

“Não. Por quê?” Lith perguntou enquanto Nalrond apertava sua mão firmemente e subitamente o chão abaixo deles virou uma piscina turbilhante de lama.

Mogar passou de brilhante e quente para escuro e úmido em um segundo, dando a Lith a impressão de estar tão fundo debaixo do mar que a luz não o alcançava mais. O solo liquefeito grudou nele como uma segunda pele, exercendo uma pressão delicada, mas constante.

Lith podia sentir algo gelatinoso pressionando suas narinas e instintivamente segurou a respiração. Foi necessária muita força de vontade para reprimir o impulso de nadar para cima e lembrar que ele havia pedido por isso.

Sua mão em forma de garra apertou a de Nalrond, esperando por instruções, mas o Rezar ficou imóvel e apertou a de Lith em troca. Suas longas garras batiam no antebraço do Tiamat no que parecia ser código Morse.

‘Por que ele não… Droga, esqueci que Nalrond não é um Despertado.’ Lith estabeleceu a ligação mental, permitindo que se comunicassem.

‘Demorou bastante.’ O Rezar disse. ‘Você esqueceu que eu não sou Despertado já que todos os outros já são?’

‘Bem-‘

‘Foi uma pergunta retórica.’ Nalrond cortou a mentira de Lith. ‘Respire normalmente ou nunca vai durar até o complexo subterrâneo.’

O Tiamat tentou e falhou várias vezes, mas não porque a habilidade de linhagem do Rezar era defeituosa. Quanto mais tempo Lith ficava subterrâneo, mais sua paranoia aumentava.

A Visão de Vida e Visão de Fogo não viam nada além de Nalrond, deixando-o cego e surdo. A sensação de estar cercado por centenas de quilogramas de pedra e lama, sem ter ideia de onde era cima ou baixo, o dominou.

Lith estava completamente à mercê do Rezar e se por qualquer motivo Nalrond retirasse sua proteção, Lith respiraria seixos, minhocas e todo tipo de insetos. Um instante de pânico seria mais do que suficiente para matá-lo enquanto ele estava ocupado demais lutando pela sobrevivência para se defender.

‘Se Solus estivesse aqui, eu poderia deixá-la manter uma Dobra pronta enquanto eu foco em Nalrond. Eu não acredito que eu-‘ Seu fluxo de pensamento descarrilou quando ele percebeu o quão pouco ele confiava realmente no Rezar, apesar de tudo que passaram juntos.

‘Acalme-se, velho.’ Lith quis respirar profundamente para aliviar seus pulmões ardentes, mas ainda não encontrou coragem. ‘Nalrond sabe sobre a torre e Solus. Se ele quisesse me prejudicar, já o teria feito.’

Entretanto, só quando os Olhos de Menadion travaram na assinatura de energia do resto do grupo, dando as coordenadas dimensionais que Lith precisava para uma fuga rápida, ele conseguiu relaxar.

‘Uau. Estou profundamente ofendido.’ Nalrond disse após notar quanto tempo Lith demorou para dar sua primeira respirada subterrânea. ‘Quantos planos de contingência você preparou antes de “confiar” em mim?’

Seus pensamentos transbordavam tanto sarcasmo que Lith podia ouvir as aspas aéreas.

‘Três. Posso voltar ao meu tamanho normal, posso usar Dobra e posso abrir meu caminho para cima.’

‘Obrigado pela sua honestidade. Agora mantenha os Olhos de Menadion em mim e faça o que eu faço.’ Nalrond começou lentamente se curvando em direção aos seus pés, como se fosse se alongar.

Depois, ele concentrou sua aura à frente deles e enfraqueceu a parte traseira, retornando o solo a um estado semi-sólido. Ele esperou que Lith assumisse a mesma posição antes de dar um chute suave que os impulsionou para a frente de uma maneira não diferente de se estivessem no oceano.

Não havia ar subterrâneo, então uma parte da habilidade de linhagem do Rezar consistia em manter uma pequena porção da terra acima deles líquida e fazer o oxigênio viajar até ele por osmose.

Uma vez coletado o suficiente para uma respiração, ele passaria metade para Lith por contato físico. O elemento do ar mantinha as bolhas de ar comprimidas enquanto o elemento da água extraía a umidade do solo para envolver as bolhas com uma espessa camada de água.

A pressão impedia que o ar se desfizesse em bolhas menores e inúteis enquanto se moviam pelo funil de lama enquanto viajavam da superfície ao Rezar.

A camada de água capturava a poeira e as impurezas ao longo do funil e era eliminada antes que as bolhas entrassem nas narinas dos seus alvos. Nalrond enviaria metade do ar conjurado para o Tiamat e decomprimiria as bolhas ao alcançar suas respectivas narinas, enchendo-as com ar fresco.

Tanto o movimento quanto a respiração exigiam manter um ritmo preciso. Nalrond manteve-o lento e regular até que Lith se acostumasse antes de acelerar as coisas. Um erro no primeiro levaria Lith a atingir o solo ainda macio e ficar preso, forçando Nalrond a parar também devido à diferença de massa.

Um erro no último, no entanto, era muito pior. Lith inalaria o vazio, deixando seus pulmões vazios e dando-lhe a sensação de que estava sufocando. Ambos aconteceram algumas vezes e enquanto diminuir a velocidade não era um problema, Lith corria o risco de ter um ataque de pânico toda vez que errava o ritmo da respiração.

Perder uma bolha de ar significava começar a se engasgar, seguido de uma tosse violenta que esvaziava ainda mais seus pulmões já ardentes e dificultava a recuperação a tempo para a próxima bolha.

Lith conseguiu recuperar o ritmo correto de respiração sem a necessidade de uma emergência na superfície apenas graças à sua disciplina mental e à ajuda de Nalrond.