MAGO Supremo - Capítulo 2508

Capítulo 2508: Deuses e Demônios (Parte 4)

Diante de um ser de pura luz, Glemos mal teve tempo de perceber que o Primeiro Rei realmente tinha mais de dois olhos antes que seu instinto de sobrevivência o levasse a fugir sem olhar para trás.

Na época, Valeron havia alcançado recentemente o núcleo branco, enquanto Glemos já tinha milênios de idade. O Tirano já havia lutado e às vezes matado Feras Imperadores de núcleo violeta brilhante muito maiores do que ele.

Glemos também enfrentou várias Feras Divinas durante seu tempo e sempre sobreviveu. No entanto, quando o Primeiro Rei liberou todo o seu poder, o Tirano correu.

O fato de Valeron ter apenas trinta anos de idade não abalou o medo que possuía as pernas de Glemos. A sede de sangue de Valeron nem estava direcionada a Glemos, mas ele sabia que se ficasse ali, a morte viria atrás dele.

Somente depois de colocar dezenas de quilômetros entre eles, Glemos se sentiu seguro o suficiente para parar, jurando que nunca mais se aproximaria do monstro chamado Valeron.

Sempre que contava essa história, o Tirano destacava como estar na presença do monarca doía. Como ele não conseguiu verificar o Olho Espiritual porque seus sentidos místicos doeram apenas com a visão de Valeron.

Glemos não tinha ideia de por que havia entrado em pânico assim, já que o Primeiro Rei não tinha conhecimento de sua presença, mas ele teve certeza de que se tivesse agido de maneira diferente, teria morrido.

‘Não sou Glemos e aquela coisa não é Valeron. Então por que me sinto assim?’ Eryon pensou enquanto seu corpo tremia de terror.

O Fomor nunca ouviu falar de Medo Tiamat e não sabia que, uma vez ativado, atrair a energia mundial com suas asas também levaria a mana de Lith direto para o corpo dele.

Eryon mordeu a própria bochecha para resistir ao impulso de fugir como seu deus havia feito quase mil anos atrás, usando seus olhos vermelhos e pretos para sobreviver à maré furiosa do Eclipse Final.

‘Por que diabos ele não fugiu ainda?’ Lith amaldiçoou por dentro.

‘Eu não sei.’ Solus respondeu do bolso da túnica do Fomor, para onde ela havia escorregado durante seu primeiro confronto.

Ela era a razão pela qual Eryon ainda estava vivo e seu exército não havia sido transformado em carvão. Solus foi quem lançou o Eclipse Final e ajustou seu poder para torná-lo não letal.

Matar o Fomor e o resto de seus aliados era fácil. A parte difícil era permitir que ele escapasse sem que ficasse óbvio. Se Eryon fosse o único sobrevivente, ele não teria meios críveis de sair do cerco vivo.

O resto dos monstros ainda respirava apenas porque Lith queria que eles se “sacrificassem” para dar a seu líder a chance de que ele precisava.

‘Aumente o calor um pouco.’

‘Entendi.’ Lith fundiu as Mãos de Menadion com as luvas da Armadura do Andarilho do Vácuo, usando-as para repor a energia mundial e, com ela, a magia elemental e as Chamas Místicas dos Demônios.

O Tiamat desceu lentamente, seu corpo envolto em escuridão enquanto conjurava raios tanto do solo quanto do céu. O Fomor usou suas asas para drenar a energia mundial que alimentava Mjolnir, mas pela primeira vez em sua vida, Mogar resistiu à sua atração.

Ele então usou seus olhos amarelos e laranjas para Dominar o feitiço, como Glemos havia ensinado a ele, mas a tempestade ignorou seu comando, atropelando-o e suas tropas como uma avalanche.

Os monstros foram jogados no chão em convulsão e os Demônios os atingiram impiedosamente com metal frio e chamas ardentes do Vazio.

As Mãos enfrentaram as asas do Fomor enquanto a Dominação de Solus apoiava a de Lith, tornando os olhos de Eryon inúteis.

‘Eu sei que te disse para aumentar um pouco o nível e entendo que você gosta do seu ato como Senhor das Trevas do Lith, mas precisa dar a esse cara uma chance se quiser que ele a aproveite.’ Solus disse quando o número de monstros sobreviventes ficou perigosamente baixo.

‘Se eu facilitar muito, ele vai perceber.’ Lith respondeu.

‘Se você tornar mais difícil, ele vai morrer!’

‘Sim, Mãe!’ Ele dissipou Mjolnir, espada em mãos e aparentemente pronto para o golpe fatal.

“Você é realmente resistente à magia. Vamos ver como sua espécie resiste ao Adamant.” As palavras de Lith e o desaparecimento repentino do Medo Tiamat tiraram Eryon de seu estupor.

Ele olhou para os amuletos dimensionais que jaziam no chão depois da morte de seus donos.

Eles estavam cheios de comida que seu povo precisava para sobreviver. Sem eles, a missão falharia e os membros da colônia ficariam sem suprimentos antes de alcançar outro gêiser de mana capaz de estabilizar sua condição.

‘Eu e meu maldito orgulho. Quem se importa com como esse cara conseguiu seus sete olhos? Mesmo que eu o mate, isso não trará Typhos ou Echidna de volta. Se ele me matar, em vez disso, o nobre sacrifício de meus camaradas será em vão e meu povo morrerá de fome!’

Eryon atraiu o máximo de energia mundial que pôde e desta vez Lith permitiu. O Fomor não questionou sua sorte, liberando a energia acumulada em uma onda de choque azul que lembrou Lith da Maré da Perdição.

“Boa tentativa.” Com uma mão Lith sufocou Eryon pelo espírito, enquanto com a outra ele combinou sua Dominação e as Mãos de Menadion para reprimir o impacto.

O Fomor espremeu cada pedaço de mana que lhe restava para vencer a batalha, liberando uma coluna de gelo de seu olho azul que congelou Lith.

‘Eu sabia! Dragões são fracos contra o frio.’ Enquanto a onda de elementos de água se expandia, derrubava o Tiamat e dispersava a energia dos Demônios que haviam estado massacrando as tropas de Eryon.

“Corra, antes que ele se recupere.” O líder dos goblins conjurou uma barreira forte enquanto o Traughen compartilhava sua abundante força vital com o Hati para restaurar o poder do que sobrou do bando.

“Nós somos o passado. Preocupe-se com o futuro.” Com suas seis mãos, o Traughen havia coletado rapidamente os amuletos dimensionais e os colocou dentro de outro, para facilitar o transporte. “Não há esperança de vitória, mas isso não significa que nós também estamos derrotados.

“Faça o que deve e saia daqui com vida. Nós vamos manter os humanos ocupados. Enquanto um de nós respirar, eles não terão tempo de persegui-lo.”

Eryon olhou nos olhos do líder dos trolls e viu sua determinação.

“Obrigado, irmão.” O Fomor assentiu, usando suas asas restauradas para acumular energia mundial e inundar com ela os membros sobreviventes de suas forças.

Os monstros sentiam o poder dos elementos fluindo dentro de seus corpos e usavam a técnica de respiração que Glemos havia passado para eles para Despertar.

Um pilar de luz cercava cada membro das raças caídas, empurrando seus núcleos e evolução à frente. Eram tantos e tão próximos uns dos outros que seu brilho pintava a cidade de Ne’sra com um branco cegante e uniforme.

Tanto os sentidos místicos quanto os regulares eram inúteis, respectivamente prejudicados pela massa de mana e pela luz que os pilares que os monstros produziam.

O exército de sombras lutou contra a luz, sufocando-a com seus corpos negros e tirando sua força com seu Toque da Abominação.