MAGO Supremo - Capítulo 2502

Capítulo 2502: Estratégia Implacável (Parte 2)

“Dê a ordem para seus homens recuarem, Capitão.” Lith disse enquanto correntes negras surgiam de seu peito e dos Demônios.

Elas vasculharam Ne’sra, procurando por voluntários entre os mortos do passado e os falecidos recentemente dispostos a entrar na briga.

“A situação está tão desesperadora que precisamos evacuar a cidade?” Neforce perguntou.

“Não. Eles seriam apenas um empecilho.”

A força de um Demônio crescia exponencialmente com o número de seus olhos e todos aqueles que Lith havia trazido tinham o poder de um núcleo violeta. As correntes negras compartilhavam a Magia Espiritual e magia das trevas com as novas tropas, o sacrifício do sexto olho dando substância a dezenas de almas errantes.

As ruas estavam repletas de cadáveres prontos para serem tomados, não importava se pelo dono original ou não.

Por toda Ne’sra os mortos se levantaram para defender os vivos e encontrar um rosto familiar.

“Papai!” Um menino jovem gritou em meio às lágrimas ao corpo de um orc morto.

Impregnada com a essência do Demônio, a carne verde havia sido transfigurada em uma cópia preto e branca do alfaiate.

“Saia da minha casa!” O Demônio gritou em fúria, puxando uma lâmina de seu peito. “Eu era apenas um homem quando enfrentei os cativos de Thrud e minha desobediência custou minha vida. Eu não sou mais um homem. Quando eu morrer desta vez, vou levar todos vocês comigo!”

O alfaiate disparou para a frente, cortando para a esquerda e para a direita com técnicas que nunca havia praticado antes. A lâmina em sua mão parecia tão familiar quanto a agulha de aço, mas era muito mais mortal.

Mesmo com apenas um olho, o Demônio desarmou os orcs revertidos e sugou-os de sua essência de vida para alimentar o seu próprio.

Enquanto isso, Solus saiu do prédio, lançando feitiços e martelos em quem ousasse se aproximar. A Guerra havia saído de sua ensanguentada bainha e voava ao redor de Lith por conta própria.

Ambos o protegiam, atraindo a atenção dos inimigos enquanto ele se concentrava em sua técnica de respiração.

‘Eu gostaria de usar o efeito completo do Chamado do Vazio, mas então os soldados também ficariam cegos e se matariam em pânico.’ Com cada respiração que dava, o número de Demônios aumentava. Com cada respiração que Lith dava, eles ficavam mais fortes.

Os monstros fortes o suficiente para matar um Demônio recém-nascido se encontraram esfaqueados pelas costas quando o fluxo de energia vindo do Tiamat restaurou as sombras dispersas.

“Segundo round, amigo.” O Demônio debochou, torcendo a mão dentro do estômago do troll e sugando avidamente a abundante energia da luz que continha.

O elemento de escuridão deveria fortalecer o troll, mas o Toque da Abominação o drenou mais rápido do que o Decaimento de seu núcleo poderia revigorá-lo. O troll morreu, sua única conquista tendo dado ao demônio mais dois olhos.

“Eu consigo me mover agora.” Lith tirou seus golems da dimensão de bolso. “Obrigado pela sua ajuda, Solus.”

“De nada.” Solus pulou nas costas do Raptor e carregou em meio às linhas inimigas, derrubando vários monstros com um único golpe de seu martelo.

O golem Adamant voava pelo céu com a graça de um falcão apesar de seu peso graças ao seu próprio feitiço de voo. Solus vestiu sua armadura dourada de Andarilho do Vazio para tornar-se reconhecível pelas tropas e depois a entregou a Valia.

O Demônio possuía a mesma assinatura de energia dela, então a armadura atendia ao seu comando e alterava seu tamanho para acomodar a nova hospedeira. Armada com uma cópia da Fúria, Valia continuou o ataque que Solus havia começado, resgatando os soldados necessitados.

Martelos não eram sua arma preferida, nem sua força física era comparável à de Solus, mas graças aos seus seis olhos e os muitos encantamentos da Fúria, os monstros parcialmente revertidos não eram páreo para Valia.

Um golpe da cabeça de adamantita do martelo estilhaçava armas e ossos, transformando qualquer um no caminho do Demônio em uma polpa ensanguentada.

‘Ninguém aqui realmente me conhece, então uma figura e voz femininas são tudo que o povo de Ne’sra precisa para pensar que eu estou dentro da armadura do Cavaleiro Dourado. Dessa forma, ninguém perceberá minha ausência e eu continuarei acumulando méritos.’ Solus pensou.

‘Não planejo trabalhar para o Reino, mas se há algo que aprendi com Lith, é que é melhor ter algo e não precisar dele do que precisar e não ter.’

Suas lições de Magia do Vazio e as viagens às diferentes grandes academias haviam inspirado Solus. A experiência lhe deu a oportunidade de fazer o que mais amava e compartilhar com os outros.

‘Claro, ensinar sempre foi o projeto primeiro de Lith, mas eu faria isso por mim mesma, não apenas para ficar com ele. Claro, trabalhar na mesma academia significaria que eu poderia me tornar professora mesmo antes de meu núcleo se curar completamente.

‘Passaríamos muito tempo juntos preparando as aulas e corrigindo trabalhos. Eu até teria meus próprios apartamentos-‘

‘Quais apartamentos?’ No momento em que Solus se aproximou o suficiente de Warp para voltar dentro do anel de pedra sem ser notada, Lith se tornou parte de seu fluxo de consciência.

‘Nada!’ Ela respondeu rápido demais até mesmo para seu gosto, corando um pouco por dentro. ‘Não há tempo para conversar, precisamos nos concentrar. Eu cuidarei dos feitiços enquanto você lida com o aspecto físico da luta.’

Lith concordou, guardando suas perguntas para depois.

Ele caminhou lentamente para fora do quartel-general do exército pela porta, como se estivesse apenas passeando. A área ao redor do quartel-general estava cheia de cadáveres de monstros caídos.

Após a morte, os filhos de Glemos voltariam à sua aparência original.

Até mesmo os Olhos de Menadion não conseguiam determinar pelos corpos se eles haviam feito algum progresso na restauração de seus núcleos ou que poderes poderiam ter adquirido. O que ele pôde perceber, no entanto, foi a presença de várias poças de sangue que não pertenciam aos monstros e a ausência de cadáveres humanos.

‘Parece que a invasão realmente é por comida. Essas criaturas estão acima do canibalismo, mas os humanos estão disponíveis no cardápio.’ Lith caminhou para a frente, observando a posição do prédio e os sacos onde as lutas estavam ocorrendo.

Ele levantou a mão direita com a palma aberta e os dedos dobrados como se estivesse segurando algo. Inúmeros filamentos invisíveis de Magia Espiritual se espalharam de seu corpo para todos os inimigos a 50 metros (164 ‘) dele.

Os monstros que lutavam com os guardas da cidade sentiram suas gargantas sendo apertadas por uma mão invisível que os levantou do chão. Antes que pudessem entender o que estava acontecendo, Lith fechou a mão.

Seus pescoços estalaram com um rangido, a mão tão forte que separou a cabeça do pescoço. Os soldados humanos olharam para a figura vestida de preto, suas asas enroladas nos ombros como um manto, enquanto ele continuava caminhando para a frente.

Uma lâmina vermelha girava ao seu redor em um caminho irregular, desviando feitiços e cortando qualquer um que conseguisse se aproximar do Mago enquanto ele se concentrava nos próximos alvos.

Um segundo grupo de monstros começou a flutuar no ar como balões, e alguns deles conseguiram ativar a magia de fusão antes que fosse tarde demais. Seu alívio durou apenas até que Lith acrescentou um pouco de magia das trevas.