MAGO Supremo - Capítulo 2427

Capítulo 2427: Preço do Progresso (Parte 3)

“Graças às minas em Jiera, teremos acesso a um fluxo constante de recursos que serão usados para criar Tablets e trens aqui em Garlen. Somente depois que as necessidades do Reino forem satisfeitas, usaremos as minas locais para expandir ainda mais. Alguma objeção?” O Rei perguntou.

Aqueles na sala balançaram a cabeça unanimemente.

“Alguma pergunta antes de encerrar esta sessão?” Desta vez, o Diretor Marth levantou a mão e Morn acenou para que ele falasse.

“Apenas uma, Vossa Majestade. Acredito que falo em nome de todos os meus ilustres colegas quando digo que, apesar do excelente trabalho que o Mago Verhen fez na escrita dos livros didáticos de Magia do Vazio, ainda não conseguimos entender o básico.”

O Duque Marth conjurou uma esfera de luz, o elemento que ele usou inúmeras vezes e por inúmeras horas em sua profissão como Curandeiro. Ao franzir os olhos, um ponto preto apareceu na esfera.

Depois mais até que parecesse um dálmata. Naquele momento, a luz e a escuridão começaram a entrar em conflito e o feitiço desapareceu.

“Isso é o melhor que posso fazer depois de treinar e ler por dias o que deveria ser magia de nível zero. Mago Verhen, você pensou sobre nosso pedido para dar aulas de Magia do Vazio?

“Eu acredito firmemente que, se os Arquimagos não entendem, os simples alunos também não entenderão.”

“Sério?” Sylpha franziu a testa surpresa. “Eu estudei muito menos antes de conseguir muito mais logo após visitar o Mago Verhen no Deserto.”

Ela conjurou uma esfera de luz também, mas a dela se transformou em escuridão e voltou, os elementos fluindo sem esforço um no outro. No entanto, sua performance serviu apenas para humilhar seus súditos leais, inclusive Orion.

Ele treinou mais do que ninguém na esperança de que a Magia do Vazio o ajudasse a Despertar, mas se saiu tão mal quanto Marth.

“Querida, não se esqueça que você tem um talento excepcional.” Meron apontou para as mechas coloridas em seu cabelo. “Além disso, no dia de nossa visita, recebemos uma aula particular do Mago Verhen e ele nos deu uma demonstração prática.”

“Eu acho que você está certa.” Sylpha concordou, admitindo internamente que ainda precisava de Dominação para executar as etapas mais difíceis da Magia do Vazio. “Mago Verhen, sua ajuda será muito apreciada.”

“Até ontem, eu teria respondido que sim, pensei sobre isso, mas minha resposta é não.” A sala gemeu com essas palavras, mas Lith levantou a mão para deixá-lo continuar. “Infelizmente, depois de apenas um dia, minha esposa já deixou claro que minha presença em seu local de trabalho é um estorvo para ela.

“Ficarei feliz em dar a ela um pouco de alívio e dar aulas para os alunos do quarto ano das academias. Os Diretores, os Mestres Forjadores Reais e quem estiver interessado podem comparecer pessoalmente ou apenas acompanhar a aula através de seus amuletos.”

“O quarto ano?” O Arquimago Tilmann, o Diretor do Grifo da Terra, perguntou. “Você não deveria começar com alunos do primeiro ano? Estamos falando de nível zero.”

“As pessoas que frequentam o primeiro ano não têm conhecimento de magia e precisam aprendê-la desde as bases.” Lith balançou a cabeça. “A Magia do Vazio já se mostrou difícil para Arquimagos com décadas de experiência no manuseio dos elementos.

“Compartilhá-lo com iniciantes apenas destruiria sua autoconfiança e reduziria ainda mais o número de graduados. Já os alunos do quarto ano não apenas têm três anos de prática mágica, como também fazem cursos como Teoria da Magia de Combate e Magia Dimensional.

“Durante essas aulas, os alunos aprendem como colocar a primeira magia em prática como nunca antes e como fazer múltiplos lançamentos dos elementos enquanto os mantêm em harmonia. Os mesmos princípios que possibilitam a combinação de dois elementos diferentes e a criação de um feitiço de quarto nível também podem ser aplicados na Magia do Vazio.

“Você pode considerar simples, mas a Magia do Vazio não é diferente da Magia Dimensional, Necromancia ou Domínio da Luz. Todos são ramos da magia por si só e, embora a teoria por trás da Magia Dimensional seja bem conhecida e estabelecida, nem todos podem usá-la.

“É por isso que quero dar uma aula não obrigatória, como a Magia Dimensional. No entanto, como é minha primeira tentativa, gostaria que minha disciplina não afetasse de forma alguma as notas dos alunos em caso de insucesso.

“Eu sei em primeira mão como são estressantes os cursos de especialização. A última coisa que essas crianças precisam é de ainda mais pressão.”

“Concedido.” O Rei disse e os Diretores acenaram. “Suponho que você vai escolher o Grifo Branco como seu campus principal.”

“E você está certo, Vossa Majestade.” Lith concordou e os Diretores lamentaram. Marth apenas se gabou. “É minha alma mater e tenho muitos amigos lá.”

“Diretor Marth, reserve dois lugares na frente para o Rei e eu.” As palavras de Sylpha fizeram o sorriso de satisfação no rosto do Diretor se transformar em um sorriso de orelha a orelha.

“Será uma honra.” Ele se levantou, cumprimentando-os com uma reverência profunda.

“Alguma outra coisa?” O Rei perguntou, mas, além de murmúrios baixos, a sala permaneceu em silêncio. “Sessão encerrada. Todos estão dispensados. Tenham um bom dia.”

Assim que a Realeza deixou o recinto, Marth agradeceu a Lith, batendo nas costas dele e oferecendo hospitalidade nos alojamentos do Professor do Grifo Branco para ele e sua família pelo tempo que desejassem.

“Você realmente acha apropriado dar aulas de Magia do Vazio apenas no Grifo Branco?” O Arquimago Distar, o Diretor do Grifo Negro e marido de Brinja, jogou suas melhores cartas

“Eu pensei que nossas famílias eram amigas próximas. Brinja ficará triste com sua escolha.”

“Você está certo.” Lith concordou, olhando seu relógio de bolso e percebendo que já era hora do almoço. “Diga a ela que apesar de eu ainda ter algum atrito com o Grifo Relâmpago, posso dar algumas aulas lá.

“Isso trará prestígio ao Marquesado dela e dará às pessoas a ilusão de que não guardo ressentimentos.”

“Eu estava falando sobre *minha* academia!”

“Vamos ver isso. Eu mal lembro seu nome, Antz.” Lith deu de ombros.

“Meu nome é Ainz.” A voz do Diretor destilava desprezo.

“Isso é o suficiente, tchau.” Lith saiu andando, pedindo ao Grande Mago que agia como seu criado para fazer um desvio antes de levá-lo de volta à sede do Condestável.

Durante sua ausência, Kamila não parou de trabalhar, fazendo pausas apenas para usar o banheiro ou fazer um chá que bebia sozinha entre documentos de casos.

‘Eu não sei o que é pior. Se o fato de que sem Lith me alimentando, eu fico com tanta fome que poderia comer um dos meus colegas ou que, sem ele ou Jirni, ninguém fala comigo.’ Ela olhou em volta do salão, com inveja dos outros Condestáveis que encontravam alívio de seu trabalho duro na companhia uns dos outros.

Aqueles com casos mais fáceis ofereciam ajuda aos que eram mais lentos ou estavam apertados. Quando se sentiam sobrecarregados, iam para a sala de descanso e conversavam enquanto preparavam um lanche.

Embora sua mesa estivesse a um metro de seus colegas, ela sentia-se à deriva no oceano. Toda tentativa de puxar assunto era recebida com monossílabos e sempre que ela entrava na sala de descanso, todos saíam correndo para voltar ao trabalho.