MAGO Supremo - Capítulo 2411

Capítulo 2411: Relíquias do Passado (Parte 1)

Os Trolls das fileiras da frente caíram no chão e tropeçaram nos que estavam atrás. O elemento luz espalhado pelo Campo de Conserto fez com que a fome deles crescesse a ponto de se voltarem uns contra os outros, devorando seus aliados e sua própria parentela.

“Belas artimanhas, mas também obtive algumas por conta própria.” Um pilar de fogo maior do que Solus a atingiu de cima, fazendo-a cambalear no chão.

Um Balor estava descendo lentamente do céu, disparando mais rajadas elementais de seus olhos amarelos e vermelhos. Olhos que estavam na mesma linha horizontal, como os de um humano, algo inédito.

Balors poderiam ter até três olhos elementais e eles poderiam aparecer em qualquer parte de seu rosto, mas não dessa forma. O corpo do Balor era uma massa de escamas e músculos vermelho-sangue, com enormes asas membranosas nas costas.

Solus estava surpresa, mas praticamente ilesa. Devido à massa de seu corpo e sua armadura de Andarilho do Vazio, o pilar elemental feriu principalmente seu orgulho. Dominação havia amenizado ainda mais o impacto, fazendo seus olhos brilharem com uma luz vermelha.

Solus não tinha mechas visíveis em seu cabelo, mas a criatura podia perceber, através de seus olhos, que a pequena mulher à sua frente estava drenando a energia elemental ao redor deles de maneira semelhante à raça Balor.

Na verdade, era graças aos Olhos Malignos fundidos com o Cajado do Sábio pendurado em seu pescoço, mas ele não conseguia vê-lo sob a armadura dourada de Solus.

“Interessante.” A voz do Balor era gutural, semelhante ao resmungo de pedras caindo, mas seu tom era refinado e quase educado. “Parece que você e eu temos muito em comum. Você será uma excelente mãe para meus filhos.”

No momento em que ele entrou dentro dos limites do gêiser de mana, seu corpo começou a encolher, mas seu poder aumentou.

“Foda-se com força!” Solus disse enquanto as asas membranosas do Balor se iluminaram com energia elemental e um segundo par saiu de suas costas.

Os olhos dele se dividiram, dando-lhe olhos vermelho, amarelo, azul e laranja enquanto a cor das asas de energia seguia o mesmo padrão. Ele agora tinha pele azul-pálida e cabelo curto prateado.

A perfeição de seu corpo só poderia ser descrita como um milagre da natureza ou o trabalho meticuloso de um artista que passou a vida inteira tentando alcançar a perfeita harmonia entre carne e músculos.

“Se é isso que você gosta, posso providenciar.” Disse o Balor com um sorriso sedutor. “Agora se renda e nenhum mal lhe acontecerá. Ne’sra pertence aos filhos de Glemos e qualquer resistência será punida com a morte.”

Os olhos de Solus se transformaram em estreitas frestas de mana, mas ela não se moveu até que a Fúria voltasse a sua mão.

“Glemos? Isso explica muita coisa, mas onde está seu Harmonizador?” Ela perguntou, notando que, além da armadura cobrindo suas pernas, o Balor não usava nenhum item encantado.

“Você conhece tanto nosso deus quanto seus métodos. Nossa é realmente um encontro predestinado.” As quatro asas do Balor se inflamaram, neutralizando apenas os feitiços provenientes dos magos e das varinhas dos soldados.

As tropas nas ameias e os magos nos céus arregalaram os olhos de horror ao ver a horda de monstros se aproximando rapidamente dos muros da cidade, já que não eram mais impedidos pelas suas coberturas de fogo.

“Harmonizadores são relíquias do passado. A bênção de nosso deus os torna inúteis.” A energia coletada viajou até seus olhos, onde cresceu em força até ser capaz de explodir os muros da cidade.

Ele os liberou apenas para Solus Dominar os quatro pilares elementais e usá-los contra a horda de monstros.

“Eu conheci seu deus e ele era um idiota.” Solus respondeu. “Se você está esperando pelo retorno dele, não prenda a respiração porque ele está morto.”

“Blasfêmia!” O Balor avançou em Solus, os músculos de seu braço se prendendo em uma forma perfeita para um punho perfeito.

“Tanto faz.” Solus bloqueou o golpe sem esforço com a palma da mão aberta e esmagou a mão dele até virar polpa. O Balor ainda gritava de dor quando a Fúria veio em um arco descendente e explodiu sua cabeça com um único golpe.

A morte reverteu seu corpo ao estado caído, provando que qualquer experimento que Glemos tivesse realizado estava longe de ser bem-sucedido.

‘Parece que o idiota estava certo. Ele precisava de força vital e energia mundial para manter sua forma. Nós realmente tínhamos muito em comum.’ Solus liberou o Voo das Fúrias, transformando seu martelo em nove cópias que perfuraram o exército que se aproximava e mataram dezenas.

Ela acionou a Torre de Vigia para localizar a posição de Tista enquanto conjurava os Passos do Warp para resgatá-la. Solus não podia sair do gêiser de mana, mas estava longe de ser indefesa.

Enquanto isso, Aurora estava rapidamente retomando a vantagem. Uma vez que ela superou o efeito surpresa do ataque, não lhe custou muito para mudar o rumo da batalha. A magia dos Goblins era fraca demais para mantê-la parada e ninguém conseguia chegar perto o suficiente para machucá-la.

Ela continuou aumentando a quantidade de luz e calor ao seu redor, fazendo com que os núcleos de Decomposição dos Trolls implodissem, enquanto todos os outros queimavam.

‘Bom trabalho, mas por favor, apresse-se. Tista precisa da nossa ajuda!’ Nyka ainda podia ouvir sua amiga gritando.

‘Eu posso fazer isso, mas vai expor minha natureza. E você?’ Respondeu Dawn.

‘Igual’. Nyka apertou os punhos telepaticamente com frustração. ‘A menos que esses magos sejam cegos, eles descobrirão que sou uma vampira.’

‘Eu não me importo com Tista ou sua cobertura. A escolha é sua.’ As palavras de Dawn fizeram Nyka hesitar por um segundo.

‘Eu vou salvá-la.’ A vampira assumiu o controle de seu corpo e empurrou seu núcleo de sangue ao máximo.

Consumir a força vital acumulada deu-lhe massa, enquanto a mana armazenada se transformava em feitiços mortais. Nyka avançou como um trem de carga, pisoteando ou arremessando aqueles em seu caminho, não importando o número.

“Eu não sei o que você é, passarinh, mas você cheira e tem um gosto incrível.” O Warg não conseguia parar de lamber o sangue de Tista em seus dedos, lutando com os Trolls por cada pedaço de carne que arrancavam.

Ver a multidão frenética apegada a ela, mordendo e puxando-a como uma perna de frango, fez algo dentro de Tista quebrar. Não era mais uma batalha por Ne’sra ou para derrotar uma horda de monstros, era uma batalha pela sobrevivência.

Ela parou de gritar apenas para respirar fundo e, quando terminou, chamas abrasadoras saíram junto com sua voz. Sua habilidade de linhagem Égide Etérea transformou todo o seu corpo em uma massa de Chamas Originais e a libertou da armadilha mortal.

“Eu gosto da carne crua. Apague-a!” Com o Balor desaparecido, o Warg estava no comando, então os Goblins largaram o elemento terra e canalizaram a magia da água.

O olho azul do Demônio Vermelho se iluminou, sugando a chuva que deveria prejudicá-la e transformando as chamas da Égide Etérea em cristais de gelo.

“Que drog-”

Tista gritou de dor e fúria, golpeando quem tentava se aproximar dela. Sunder, suas luvas encantadas, cortavam fundo na carne enquanto a onda de frio que carregavam congelava o sangue e alcançava os corações dos monstros, parando-os.

Até as ondas de ar geradas pelas garras cortando o ar deixavam camadas de geada sobre o chão e tudo o que tocavam.