MAGO Supremo - Capítulo 2280

Capítulo 2280: Regras Básicas (Parte 2)

“O que você acha de irmos visitar o Barão Wyalon, filho?” perguntou Raaz. “Ele merece aquele passeio no DoLorean que você prometeu a ele.”

“Eu não sei, Pai. Eu já recebi um convite do meu antigo sargento, Tepper. Estava pensando em recusar, mas Morok também foi convidado. Não somos muito próximos, mas agora ele está noivo de Quylla.

“Depois do que aconteceu com Phloria, ela precisa de nós mais do que nunca.”

“Quanto tempo isso levaria?” Kamila perguntou.

“Uma hora. Talvez menos. Dificilmente mais. O convite é para me mostrar aos novos recrutas e dar a eles algum tipo de discurso. Campos de treinamento não têm tempo a perder, acredite em mim.

“Qualquer descanso que esses pobres meninos tiverem enquanto eu falar, eles vão pagar caro por isso em suor.”

“Seu acampamento ficava no norte e Jambel também fica.” Solus apontou.”E se buscarmos Wyalon e seguirmos para Grimatros? Assim você pode se exibir na frente da família e amigos. Além disso, podemos partir assim que você terminar.”

“Soa como um plano.” Lith concordou. “A propósito, alguma ideia sobre o problema do V?”

“Não. Ainda estou atolada.” respondeu Kamila.

“Nenhuma ideia, desculpe.” Solus limpou a garganta.

“Que bom, porque eu sinto o mesmo.” Lith ainda precisava dar uma resposta a Leegaain sobre a adoção de Valeron, o Segundo, no caso da morte de Thrud.

Essa era uma decisão que precisava da aprovação de Kamila e Solus. Antes do sequestro de Phloria, Lith já sentia ressentimento pela Rainha Louca, mas agora ele estava atrás do sangue dela. Fazer um favor a ela, mesmo após matá-la, fazia seu sangue fluir para trás de raiva.

***

Região Kellar, cidade de Jambel, no dia seguinte.

Lith e o resto de sua família chegaram à cidade no DoLorean de Salaark. Elina estava dirigindo, para se acostumar e criar coragem para fazer viagens e aventuras sozinha.

Raaz estava fazendo seus exercícios de meditação para se preparar para estar perto das pessoas e manter sua ansiedade social sob controle. Cada má notícia que recebia era um grande golpe para o seu moral, mas com uma filha e uma neta a caminho ele nao se deu moleza.

‘Quero estar lá para elas e ser alguém a quem possam recorrer para orientação. Não uma bagunça quebrada que apenas vai ensiná-las a ter medo de sua própria sombra.’ Mesmo depois de testemunhar o massacre das três cidades, a ideia das meninas lhe dava forças.

“Nossa! Quer aparecer muito?” Rena abaixou a janela, apontando para as bandeiras voando por toda Jambel. “Ao menos poderia ter nos dito que mudou o brasão da família, irmãozinho.”

“Eu não fiz tal coisa- Ah, mas que merda!” As bandeiras eram vermelhas e pretas, mostrando um Dragão da Pena do Vazio enrolado em volta de uma torre branca, a espada havia sido substituída por War e o cajado pelo Cajado do Sábio.

Solus soltou um guincho de alegria de seu anel enquanto Kamila resmungou baixinho, mas perfeitamente claro.

Elas dividiam metade da bandeira cada, tornando sua parceria oficial e deixando Kamila com ciúmes.

“Desculpe. Não foi minha ideia!” Lith pediu desculpas apesar de ser inocente.

“É verdade, Kami. Ninguém pediu nossa permissão para isso.” disse Solus.

Ela era a única, além de Lith, a usar esse apelido na família, fazendo-os se perguntar quando ela perceberia o quão estranho soava.

“Não estou brava.” Mas estava, claramente. “Apenas lembre-se do que eu lhe disse ontem, Solus. Não distorça as coisas.”

“Eu não vou.”

‘Coitada da Kami.’ Pensou Solus. ‘Assim como ela temia, estou ocupando o espaço dela. Será melhor pensar com antecedência sobre como explicar à menina por que apenas o Pai e uma Mãe fazem parte do brasão da família.’

“Qual o significado das bandeiras?” Lith perguntou, apertando a mão de Wyalon sem nem mesmo cumprimentá-lo primeiro.

O Barão havia preparado uma guarda de honra para eles. Um longo tapete vermelho e preto estava abaixo de seus pés e cada soldado segurava um mastro com uma bandeira pendurada.

“Você quer dizer ao seu novo brasão de família?” Wyalon riu. “Leegaain, o Dragão Divino do Império, desenhou-o e a Imperatriz o presenteou aos Reales. Você pode imaginar o resto.”

“Pai de Todos os Dragões!” Era para ser um título honorário, mas Lith disse isso como um palavrão.

“Sim, desculpe, mas estou com ele nisso. Sua forma de Tiamat é assustadora, especialmente depois do você-sabe-o-quê.”  O Barão estremeceu com a lembrança dos Demônios encobrindo o sol.

“Deixa isso pra lá. Temos negócios para tratar.” Lith explicou Wyalon sobre a razão pela qual não poderia ficar muito tempo.

“Ah.” O Barão parecia desanimado, todas as preparações que ele fez só serviram para envergonhar seu convidado.

“Cadê sua família?” Lith procurou por Mirias e seus filhos, mas não os encontrou.

“Não quis incomodá-lo com uma viagem em família.” Wyalon respondeu. “Já é uma honra para mim andar com você. Além disso, duvido que haja espaço suficiente para todos.”

Ele apontou para o carro esportivo, imaginando como toda a família Verhen caberia em um veículo tão pequeno.

“Na verdade, tem mais espaço do que você pensa.” Lith suspirou profundamente, sendo forçado a admitir que seu DoLorean ficava feio comparado ao de Salaark. “Mas esse não é o ponto. Por que a sua família deveria perder a primeira viagem com seu DoLorean?”

Lith tirou outro carro de sua dimensão de bolso, entregando ao Barão um cristal mágico que funcionaria como chave de ignição.

“Eu imploro seu perdão?” Wyalon congelou estupefato.

“Recebi autorização para criar um para meu falecido amigo, Conde Lark, mas ele não existe mais e seus filhos dizem que é doloroso assistir a isso.”

“Como você gosta, queria te dar um DoLorean para agradecer pela sua hospitalidade, sua ajuda com minhas minas de prata e por lutar em meu nome no Corte Real.” Lith disse.

“Eu garanto que é mais rápido do que qualquer cavalo e, se você o levar consigo durante a batalha, suas chances de sobrevivência aumentarão dramaticamente.”

O DoLorean presenteado parecia uma minivan e estava longe de ser legal, mas o rosto do Barão ficou ruborizado de emoção e seus olhos encheram de lágrimas. Bastou-lhe uma respiração profunda para recuperar a calma.

“Eu não posso aceitar-”

“Você está me ofendendo.” Lith o interrompeu.

“Eu aceito de bom grado, então.” O Barão recebeu o cristal com as duas mãos, precisando de pura força de vontade para não pular de alegria. “Mal posso esperar para Mirias vê-lo!”

“Por que esperar?” Lith impediu Wyalon de chamar seu cavalo e abriu um Steps direto para a casa do Barão.

“Volto já!” disse Wyalon e foi verdade.

Ele voltou poucos segundos depois, arrastando os filhos pelas mãos e carregando sua esposa feroz como um saco de batatas no ombro.

“Me larga seu idiota! Vou te matar dormindo e-” O rosto de Mirias estava vermelho de raiva e suas roupas amarrotadas. “É uma honra vê-lo novamente, Supremo Mago Verhen. A que devo o prazer desta visita?”

No momento em que o Barão colocou sua esposa no chão e ela viu Lith, Mirias ajustou seu comportamento de acordo. Sua expressão se tornou gentil e até sua pele voltou à palidez normal.

Ela fez uma reverência perfeita enquanto alisava suas roupas em um único movimento fluido.