MAGO Supremo - Capítulo 2274
Capítulo 2274: Mais do Que uma Palavra (Parte 2)
“Eu não sou um deles. Eu não me importo com as regras estúpidas deles. Como eu te disse em Verendi, seguimos o caminho da Abominação. Nós não nos escondemos. Nós não nos acovardamos. O mais importante, não viramos as costas para os nossos.” Zoreth colocou sua xícara e prato na mesa antes que os esmagasse com seu aperto.
“Você está me dizendo que quer me ajudar a resgatar Phloria?” Lith perguntou enquanto Jirni e Orion prendiam a respiração.
“Ela é importante para você, então ela é importante para mim também.” Zoreth concordou. “Se você precisa de ajuda para dar uma lição nos covardes Devassos Divinos de Thrud e arrasar seu exército, basta pedir.
“Quando eu te chamo de irmão, é mais do que uma palavra para mim. Estou com você.”
“Nós dois estamos, se você aceitar.” Bytra olhou para o chão. “Eu não sou tão boa quanto Zor em quebrar coisas, mas Solus e eu formamos uma ótima dupla. Minha velocidade complementa a força dela e vice-versa. Além disso, meus assistentes nos ajudariam.”
“Que assistentes?” Solus perguntou.
“Eu trabalho principalmente no laboratório, não no campo. Nandi e Teseu são meus assistentes, então eles vão aonde eu for. Eu já perguntei a eles, e eles concordaram em nos ajudar. Nandi porque se preocupa com Baba Yaga e Teseu para agradecer a você pela sua ajuda.”
Os lábios de Lith se curvaram num sorriso cruel ao pensar em quatro híbridos monstro-Eldritch lutando ao seu lado. Zoreth aumentaria em mais do que o dobro seu poder destrutivo, Bytra se tornaria as pernas de Solus e Nandi permitiria que usassem o poder total da torre mesmo na ausência de um gêiser de mana.
Quanto a Teseu, se ele finalmente tivesse controlado a loucura do sangue e dominado seu lado Meneos, não havia como saber quão poderoso ele poderia ter se tornado. Porém, algo estava errado.
Zoreth era uma das criaturas mais poderosas que ele já conheceu, mas Lith conseguia sentir sua preocupação.
“Não posso falar por Solus, mas não preciso de tempo para pensar. Sou grato por sua oferta e a aceito.” Lith respondeu.
“Eu também.” Solus concordou. “Não sei se um dia seremos amigos, Bytra, mas eu já te perdoei. Estar perto ainda é estranho para mim, mas eu não quero passar o resto da minha vida com medo. Eu preciso enfrentar meus demônios, assim como você.”
“Não tão rápido.” Zoreth levantou a mão, pedindo-lhes que a deixassem falar. “Há duas coisas que preciso esclarecer antes de selarmos nossa aliança. Primeiro, mesmo que eu adorasse mais do que tudo ser sua sombra e lutar nesta guerra até o fim, eu tenho um trabalho a fazer.
“Não posso entrar em detalhes, mas saiba que, se não fosse por mim, os Tribunais dos Mortos já teriam ferrado o Reino. Não adianta vencer algumas batalhas juntos apenas para perdermos mais terreno do que conquistamos.
“Estararei lá para você sempre que estiver livre e, se você me chamar quando eu não estiver, farei o possível para chegar até você o mais rápido que eu puder.”
Lith entendeu sua posição e assentiu para que ela continuasse.
“Segundo, você deve se dar conta das consequências de sua escolha. Até este momento, sempre atuei nas sombras. O Reino não tem ideia de quem seja o misterioso Dragão Sombra, porque minha única aparição pública foi quando a Night atacou Zinya.
“Uma vez que eu me torne uma presença constante no campo de batalha, será apenas uma questão de tempo até alguém reconhecer minha verdadeira forma. Nesse momento, você não será mais o Mago Supremo invocando um Dragão místico.
“Você seria um homem louco que se alia a um infame açougueiro. Se as pessoas vissem você agindo de forma amigável com um Eldritch, elas o considerariam tão ruim quanto. Sua reputação pode ir por água abaixo e com ela o respeito que você trabalhou tanto para reconquistar.
“Você tem certeza de que é isso que quer?” Zoreth perguntou.
“Três anos atrás, fiz uma promessa a Phloria.” Lith respondeu. “Eu disse a ela que no momento em que ela precisasse de mim, eu descartaria meu dever e minha honra se fosse o necessário para estar ao lado dela na hora de necessidade.
“Pretendo cumprir essa promessa. Eu não me importo com minha reputação ou com o que um bando de estranhos pensa sobre mim. Eu posso reconstruir minha reputação, mas não posso trazer de volta uma amiga morta.
“Eu aceito sua ajuda.” Lith ofereceu sua mão aos Eldritches e eles a apertaram. “Só uma pergunta, e seu pai?”
A conversa inteira aconteceu na frente de Jirni e Orion. Eles já haviam encontrado Zoreth várias vezes na casa de Vastor.
“Não se preocupe, o pai nos deu sua bênção. Ele está tão furioso com o sequestro de uma aluna do Grifo Branco que é também sua aprendiz que se juntaria a nós se pudesse.” A Dragão Sombra disse.
“Quanto aos seus amigos aqui, eles também são amigos dele. O pai disse que Jirni tem investigado para descobrir a fonte de sua força há algum tempo e que é apenas uma questão de tempo até descobrir.”
“Bem, Senhora Ern, agora você sabe. Somos a resposta que você estava procurando.” Ela apontou para si mesma, Bytra e Tezka.
De repente, o retorno do Devorador de Sol e seu cuidado com os filhos de Zinya faziam sentido. Jirni revirou sua memória, reconhecendo o Quarto Governante das Chamas e o Mago Rúnico.
Apesar de seus anos de treinamento, seus joelhos teriam cedido diante da ideia de compartilhar o mesmo ambiente com tantas lendas ao mesmo tempo. Felizmente para Jirni, ela já estava sentada, então sua reação parecia tão estoica quanto seu rosto.
“Diga a seu pai que eu não vou trair o segredo dele, desde que ele não traia o meu.” Jirni assentiu. “Nem me importo se eu me tornar sua cúmplice. Apenas traga minha filha de volta.”
“Faremos o nosso melhor.” Bytra disse. “Vamos quebrar todas as leis do Reino, se for preciso.”
“Obrigado.” Orion apertou as mãos deles. “Estarei eternamente em dívida com vocês.”
Ele também não se importava com sua honra ou com a natureza de seus benfeitores inesperados. Uma coisa tão insignificante quanto a moral podia esperar.
“Bem então, você tem minha runa.” Zoreth se levantou e foi em direção à porta. “Desculpe por sair assim, mas quanto mais trabalho eu fizer agora, mais tempo livre terei quando você precisar de mim, Lith.”
“O mesmo aqui.” Bytra se transformou num Raiju humanoide enquanto sua esposa se transformava num Dragão.
Eles saíram da casa da mesma forma que chegaram, para não levantar suspeitas sobre o que aconteceu lá dentro.
“Muito obrigada, Lith.” Jirni disse assim que encontrou forças para se levantar e sentar ao lado dele. “O que aquela mulher disse é verdade. Sua reputação pode sofrer um grande golpe, mas você não hesitou em colocá-la em jogo por minha Pequena Flor.
“Eu nunca vou esquecer o que você fez hoje. A promessa que você fez a Phloria, eu a faço a você. Sempre que precisar de mim, seja lá o que for, basta me chamar e eu virei.”
“Eu também.” Orion concordou, cerrando os dentes por dentro.
‘Deuses, eu me odeio. Talvez se eu não importunasse tanto Lith e Phloria, talvez hoje as coisas fossem diferentes.’ Orion pensou enquanto olhava para Kamila.