MAGO Supremo - Capítulo 2251

Capítulo 2251: O Devorador de Sol (Parte 1)

O soco de Orsat estilhaçou a Barreira Espiritual que o Mestre havia imbuido na armadura Devoradora de Sol, amassou o Davross como uma lata de refrigerante vazia e arremessou pedaços de Eldritch por todos os lados.

No entanto, nenhum grito veio das crianças que apenas se agacharam no chão com os olhos fechados e as orelhas tampadas. As caudas imbuidas com os feitiços malditos continuavam girando em um tornado elemental, mantendo as Feras Divinas longe de Filia e Frey.

“Isso é tudo?” O corpo de Tezka se reconstituiu em uma velocidade visível a olho nu, e suas mandíbulas aumentaram de tamanho até ofuscar o bico do Grifo.

Uma mordida e uma torção em seu pescoço desproporcional arrancaram a cabeça de Orsat, fazendo com que seu corpo desabasse no chão antes que o Grifo Dourado o devolvesse à câmara de renascimento.

O choque paralisou Leari, mas ela conseguiu desviar da segunda mordida em sua direção e salvou sua vida.

‘Ele ainda é uma maldita Fera Imperador. Rimo, de onde vem essa massa extra?’ Ela perguntou.

‘Não sei!’ Essas três palavras sempre eram a coisa mais assustadora que um Dragão poderia dizer.

“Abra os olhos, crianças. Estou prestes a mostrar a vocês a razão pela qual as pessoas me chamam de Devorador de Sol.” Filia e Frey se levantaram, ignorando os três titãs ao seu redor, e seguiram o dedo de Tezka apontando para o céu.

No começo, eles pensaram que era um eclipse. Então, perceberam que não era nada como o fenômeno natural que haviam estudado na escola.

Um eclipse solar deveria ocorrer quando a lua se movia na frente do sol, cobrindo parte ou todo ele, dependendo da posição do observador.

O que estava acontecendo, em vez disso, era que uma mancha preta havia aparecido no meio do sol e estava se espalhando rapidamente em direção às bordas.

“Grande Mãe, nos proteja.” Leari e o restante das Feras Divinas reagiram de maneira não muito diferente das crianças, olhando pasmados para o céu enquanto seus corpos se recusavam a se mover.

“Desculpe desapontá-los, mas duvido que Tyris ouça suas preces.” Tezka disse com uma risada. “Ela odeia aqueles que tentam prejudicar as crianças.”

Enquanto ele falava, seu corpo começava a crescer em proporções colossais.

Logo após quebrar o Espaço Selado, ele havia usado a cobertura de sua explosão de aura para ativar seu feitiço de nível Eldritch, Devorador de Sol.

Abominações eram diferentes de seres vivos. Eram almas que se recusavam a morrer e possuíam uma massa de Caos como seus corpos. A energia mantinha sua consciência e habilidades, desde que fossem devidamente alimentadas.

O Devorador de Sol simplesmente usava uma explosão de magia do Caos para trazer um pedaço de Tezka para fora da atmosfera de Mogar. De lá, cresceria e se espalharia como um guarda-chuva, absorvendo tanto a energia luminosa do sol quanto a radiação cósmica.

Então, o Devorador de Sol canalizava essa energia diretamente para o corpo de Tezka.

Eldritches eram feitos de energia e seu núcleo negro era um poço sem fundo. Sua capacidade de reter e controlar mana era infinita, não havia tal coisa como abuso de mana para eles.

O Devorador de Sol era o motivo por trás do nome de guerra de Tezka. A razão pela qual as pessoas acreditavam que os eclipses solares eram presságios de infortúnio. A razão pela qual ele havia lutado empatado com Salaark quando ela ainda era uma jovem Guardiã.

Quando ele havia lutado contra Orpal se passando por Fallmug, Tezka não havia conseguido conjurar o feitiço. Seu lado Abominação e Warg ainda não havia se fundido completamente, limitando sua força.

Se ele tivesse usado o Devorador de Sol, o Caos teria ultrapassado a fronteira entre matéria e energia, devorando sua carne. No melhor dos casos, Tezka voltaria a ser um Eldritch e arruinaria o trabalho de Vastor.

No pior cenário, ele poderia ter morrido de vez.

Agora, no entanto, o Warg e o núcleo negro trabalhavam em sinergia, convertendo carne em Caos e vice-versa em um ciclo que permitia ao Fylgja superar os limites de sua forma física novamente.

Cada um deles produzia um fluxo constante de mana, e Tezka os utilizava sem a necessidade de consumir parte da energia para mantê-los em equilíbrio.

O corpo de Tezka rapidamente alcançou 20 metros (66′) de altura, depois 30 (100′) e, finalmente, 50 metros (164′). Ele poderia ter crescido mais, mas preferiu guardar a mana e transformá-la em poder elemental.

O Fylgja havia se tornado idêntico à imagem retratada no livro de Zinya. Sua figura era a do monstro que todas as criaturas mágicas usavam para assustar seus filhos rebeldes. Tezka era a fera lendária que devorava o sol e cuja sombra matava tudo o que tocava.

“Reforços! Nós precisamos de reforç-” Leari gritou em seu amuleto de comunicação enquanto Tezka erguia sua mão direita, liberando um feitiço do Caos de quarto nível, Vazio Uivante, do tamanho de uma montanha.

As energias entrópicas engoliram tanto a Nascida do Trovão quanto as toneladas de Adamant que a protegiam, deixando para trás apenas faíscas de luz e prata.

Do topo da cabeça de Tezka, Filia e Frey o elogiavam entusiasmados.

Como nos contos de fadas que Vastor lhes contava, os vilões estavam perdendo, os mocinhos ganhando e nenhuma gota de sangue estava sendo derramada.

“Você realmente acha que reforços podem ajudá-los neste momento?” Uma massa de magia dimensional infundida de Caos envolveu Noite Sem Fim, usando-a como um andaime para formar uma lâmina do tamanho do novo corpo de Tezka.

Um único golpe cortou o ar e, em seguida, as forças que mantinham unidos os átomos da armadura, carne e ossos de Rimo. O Dragão havia bloqueado com seu escudo de Adamant, Explosão Dispersa, mas a lâmina sombria atravessou o metal encantado.

Então, seu corpo simplesmente desabou no chão em uma massa de carne coberta de Adamant.

“E quanto a você?” Tezka estendeu a mão aberta em direção a Ophius, atirando o Quetzalcoatl em pânico.

Ele liberou todo o poder da energia mundial que havia selado dentro de seu corpo em uma poderosa explosão da Maré da Perdição que teria achatado uma floresta. Ainda assim, a Maré da Perdição era apenas energia mundial infundida em sua força vital.

Qualquer tipo de energia era apenas comida para um Eldritch.

A esfera azul da Maré da Perdição expandiu-se do corpo de Ophius até atingir a palma de Tezka. Então, a massa negra de Caos atuou como um dreno, sugando a Maré de Sangue mais rápido do que o Quetzalcoatl poderia conjurá-la.

“Você é muito gentil, mas não posso me apropriar de tal banquete sozinho. Aqui, tome um pouco.” A esfera azul ficou negra, envolvendo Ophius antes de se contrair em si mesma.

O Quetzalcoatl de 50 metros (164′) de comprimento desapareceu no ar como se nunca tivesse existido, deixando apenas um buraco esférico no chão como prova de sua existência.

“Olhem só, eles realmente estão enviando reforços.” Tezka apontou para os corredores dimensionais que ele podia sentir, através de Noite Sem Fim, estavam se abrindo. “Vocês querem ver outro truque mágico?”

Filia e Frey concordaram entusiasmados enquanto Tezka fazia a invocação para eles. As crianças adoravam ouvi-lo tecer feitiços porque soavam como música.

“Eu chamo isso de Dimensão do Caos!” O espaço ao redor deles se encheu de rachaduras, como se a realidade fosse um espelho e alguém tivesse acabado de jogar uma pedra nele.

As rachaduras se espalharam para fora, alcançando os portões dimensionais enquanto ainda estavam se abrindo. Iata e os outros dois membros de sua equipe foram os primeiros a responder, mas mais estavam chegando.