MAGO Supremo - Capítulo 2247

Capítulo 2247: Primeiro Ataque (Parte 1)

“Agora, para o verdadeiro negócio.” Inxialot havia pressionado a runa de Raagu, que piscou por vários segundos. Só quando a representante humana teve certeza de que os deuses haviam ignorado seu apelo e de que não era uma chamada acidental, ela respondeu.

“O que você quer, idiota? Estou ocupada.”

“Oh, querida.” Inxialot desligou a chamada em choque, percebendo que ele tinha trabalho a fazer e, pela primeira vez, não no laboratório.

‘A coisa boa de ter uma reputação tão terrível é que não se precisa de muito para melhorá-la.’ Ele pensava enquanto estudava a reação de Elina juntamente com a dos outros representantes do Conselho.

“Estou de acordo com o plano.” A face de Lith estava torcida ao ponto de que parecia que ele estava vomitando cada palavra. “Mas exijo Guardas Reais, Anciãos do Conselho, e pelo menos três Distorções de emergência disponíveis a todo momento.

“Se algo acontecer com minha família, não precisarei mais do meu acordo com o Reino. Nesse ponto, preferiria me mudar para o Deserto e ajudar a Soberana Salaark a se livrar de Thrud assim que ela terminar de exterminar vocês.”

Salaark acenou em concordância e os outros recuaram.

A importância de Tiamat na guerra não era muita. Ele só poderia estar num lugar de cada vez e o Conselho estava cheio de pessoas que lutavam melhor do que ele e tinham muito mais experiência em todos os campos da magia.

Ao mesmo tempo, sua presença era de suma importância para se livrar do Grifo Dourado. Ele era o único homem livre que havia chegado ao gabinete do Diretor duas vezes e viveu para contar a história.

Além disso, com base no relatório de Vladion, o lado Abominação de Lith tinha sido crucial tanto para se aproximar do núcleo de energia da academia sem ser percebido quanto para lidar com as forças de Thrud.

O Primeiro Vampiro Nascido não podia mencionar a contribuição de Solus, então ele havia dado todo o crédito a Lith por subjugar Hystar e matar Jormun.

“Então, temos um acordo.” O Rei Meron apertou a mão de Lith, seguido pelos representantes do Conselho.

Eles estavam cientes de que sem sua ajuda, mesmo que a Rainha Louca caísse em sua armadilha, eles não teriam ninguém capaz de desferir o golpe final. Se algo acontecesse com a família de Verhen, a Guerra dos Grifos só terminaria com sua derrota.

***

Reino do Grifo, cidade capital de Valeron, uma semana depois.

Para surpresa de todos, mesmo após o retomar das hostilidades não havia nenhum sinal tanto da Rainha Louca quanto do Grifo Dourado.

Lith havia retomado seu trabalho na linha de frente, recapturando as cidades fronteiriças sozinho e aliviando a pressão sobre o exército regular. Ele e Vastor haviam desferido vários golpes às forças de Thrud e, pela primeira vez, o Reino estava ganhando mais terreno do que estava perdendo.

Mas não era dever que trouxera Lith à capital do Reino. Ele fora lá para comemorar sua última vitória com um amigo e se atualizar com ele.

“Lith, meu rapaz, estou realmente orgulhoso de você.” O Professor Vastor brindou às suas respectivas vitórias e a mais nova negociação de Lith com os Reais. “Você conseguiu fazer com que ambos os Grifos suasse. Eles aprenderam da maneira mais difícil a temer e respeitar você.”

Eles estavam almoçando no Pico do Grifo, um dos melhores restaurantes de Valeron. Estava localizado no topo de um dos edifícios mais altos da cidade e era famoso por sua excelente comida e pela varanda panorâmica.

“Obrigado, Vastor, mas sinto que algo está errado.” Lith respondeu enquanto tilintava os copos. “Entendo a dor, mas Thrud sempre se mostrou uma líder pragmática.

“Ela não tem ideia do motivo pelo qual infiltramos a sede dela nem o que obtivemos com isso. Desaparecer por tanto tempo é uma jogada burra e totalmente fora do seu caráter.”

“Estou te ouvindo.” O Mestre assentiu. “Durante minhas últimas viagens, eu notei uma ausência distinta das Bestas Divinas. Mesmo quando o alarme soou, eles nunca enviaram mais do que uma ao invés das três usuais-”

“Podemos mudar para um tema menos perturbador?” Zinya segurou seu ombro, interrompendo-o. “É a primeira vez em muito tempo que consigo ter os quatro de nós no mesmo lugar e estou cansada de ouvir falar sobre a guerra.”

“Sinto muito, querida, mas não é minha culpa. Lith sempre fica no Deserto ou tem um Guardião grudado à sua cintura. De qualquer maneira, não é o tipo de companhia que posso aceitar sem comprometer meu trabalho.” Respondeu Vastor.

Graças às muitas matrizes que o Pico do Grifo usava para garantir a privacidade de seus clientes e àquelas que Vastor havia colocado, não havia risco de serem ouvidos.

“Pera aí. Zin sabe sobre seu trabalho de meio período?” Kamila perguntou, com os olhos arregalados de surpresa.

“Não tudo.” Vastor se remexeu desconfortavelmente em sua cadeira. “Eu lhe contei sobre o grupo de pesquisa de Jirni, meus filhos e nossos objetivos.”

“E isso é mais do que suficiente para mim.” Disse Zinya com um sorriso caloroso. “Zogar tem direito à sua privacidade. Nosso casamento é recente, enquanto ele tem trabalhado no projeto há décadas.

“Seja lá o que for, confio nele o suficiente para saber que não pode ser nada nefasto. Espero que mais cedo ou mais tarde ele confie o suficiente em mim para compartilhar os detalhes comigo, mas não vou pressioná-lo.

“Tudo o que importa para mim é que ele está feliz, faz um trabalho de que gosta e que ele não me trai.”

Com essas palavras, o Mestre se engasgou com sua comida.

Ele odiava seu trabalho para o Reino e duvidava que Zinya encontraria forças para perdoá-lo se ela descobrisse a extensão de seus experimentos. Ele havia matado milhares como Mestre e seus planos futuros exigiam que ele matasse mais.

“Então você sabe mais do que eu.” Kamila deu de ombros.

“E esse é outro tópico que eu gostaria que evitássemos.” Respondeu Zinya. “Entendo que você é uma Policial, mas este é um almoço em família, não um dos seus interrogatórios, Kami. Eu a convidei para passar um tempo com sua irmã e cunhado, não para percorrer meu marido.”

“Me desculpe, Zin.” Kamila corou de constrangimento. “Como estão as crianças hoje? A última vez que as vi, pareciam ter se recuperado totalmente do ataque de Meln.”

“Não apenas parecem que superaram o trauma, eles realmente superaram!” Zinya irradiava alegria. “Frey e Filia não tiveram pesadelos nas últimas semanas. Eles estão fazendo muitos amigos na escola. Além disso, se apaixonaram pela nova casa, novos parentes, e mais importante, pelo novo pai.

“Eles adoram passar tempo com Zogar e toda vez que ele sai para trabalhar, eles se preocupam mais com ele do que eu. É por isso que proibi Zogar de me contar qualquer coisa a mais pelo menos até o fim da guerra.

“Cada momento que passamos juntos pode ser o último e eu não quero desperdiçá-los com brigas estúpidas.”

O Mestre engasgou-se com a comida novamente, sentindo-se culpado por sua decepção. Zinya era sua segunda chance de ser um bom homem, assim como seus filhos eram sua segunda chance de ser um bom pai.

Ele os amava, mas ao mesmo tempo, estava aterrorizado com a possibilidade de perdê-los no momento em que seu segredo fosse revelado.