MAGO Supremo - Capítulo 2206

Capítulo 2206: Matador de Parentes (Parte 2)

“Eu consegui!” Morok apertou os punhos em triunfo antes de abraçar aqueles que já considerava como seus sogros. “Pai, mãe, não vou decepcioná-los.”

“Por favor, não me chame assim.” Orion e Jirni disseram em uníssono enquanto seus estômagos reviravam.

“Enquanto estamos nisso, você tem algum parente que ainda esteja solteiro? Minha Pequena Flor pode usar uma ajuda na escolha de seu parceiro.” Orion perguntou tanto a Morok quanto a Nalrond.

“Pai, para com isso!” Phloria ficou vermelha como beterraba, tentando e falhando em encerrar a discussão.

“Infelizmente, não. Sou o último sobrevivente da minha aldeia.” Nalrond disse, despertando compaixão da pequena multidão ao seu redor.

“Graças aos deuses, não. Até onde eu sei, sou o único em quem meu pai experimentou. Você não precisa se preocupar com ele, eu o matei.” Morok disse, fazendo Jirni e Orion se perguntarem se era tarde demais para retirar sua oferta.

“Isso é… perturbador. Explicações são necessárias, mas podem esperar. Não quero arruinar esta festa com assuntos mórbidos.” disse Jirni.

“Dar suas filhas como gado é mórbido, mãe!” As palavras de Phloria só lhe renderam um olhar reprovador.

“Se vocês tivessem cuidado melhor de suas vidas pessoais, não teriam forçado seus pais a avaliar seus pretendentes para vocês. Todas as três.” Jirni disse às suas filhas antes de se voltar para Tyris, que ainda ria do drama familiar.

Salaark era uma figura pública e Leegaain sempre se apresentava com seu verdadeiro nome. Assim que Jirni notou que Condestável Griffon estava seguindo Kamila um dia sim, um dia não, não demorou muito para descobrir a verdadeira identidade do Guardião.

“Vossa Majestade, receio que depois de tudo que passou com Lith, minha filha já teve o suficiente de Dragões e Fênixes para duas vidas. Você tem algum Grifo que poderia apresentar a ela?”

“Mãe!”

“O quê? Primeiro você, depois Kamila, depois Marth e agora sua irmã decidiu seguir os passos de Valeron em seus parceiros amorosos. O bom disso é que você tem uma escolha mais ampla.” Jirni deu de ombros.

“Meus filhos são muito velhos para Phloria, mas tenho alguns bisnetos que ficariam encantados em conhecê-la.” Tyris respondeu.

“Grande Mãe Todo-Poderosa! O que eu fiz para merecer isso?” Phloria disse, enquanto batia o pé frustrada.

“Isso é um pouco de exagero, mas obrigado.” Tyris riu, fazendo Phloria perceber sua gafe. “Deuses, isso nunca fica velho. Quanto à sua pergunta, você é uma pessoa boa e merece toda a alegria que vem em seu caminho.”

***

Casa de praia do Salaark, Deserto de Sangue, alguns dias depois.

Após o fim da missão, Quylla atestou que Lith precisava de descanso absoluto para se recuperar. Manter sua Forma de Abominação por um tempo prolongado havia sobrecarregado sua força vital, então a Realeza concedeu a ele e Kamila alguns dias de folga.

Os Mestres Forjadores Reais e o Conselho Despertado ainda estavam estudando os planos do Grifo Dourado. Até que elaborassem um feitiço que destruísse a academia perdida sem colocar em risco o restante do Reino, eles não precisavam dele.

Pelo contrário, os Reais queriam que Lith voltasse ao auge o mais rápido possível.

Kamila tinha sido fiel à sua palavra e o trouxe de volta ao lugar onde passaram a lua de mel. Eles tinham muitas felizes lembranças lá e ela esperava que, com o tempo, privacidade e a ajuda de Solus, conseguissem preencher o vazio que havia se formado entre eles.

Depois que o Vazio atacou na frente dos Reais para proteger Solus e Kamila descobriu sobre o passado de Lith como Derek, ela lutava para manter a aparência de seu relacionamento.

Ela havia superado isso enquanto ele estava dentro do Grifo Dourado, impulsionada pelo medo de perder Lith e que suas últimas memórias juntos fossem de uma briga feia. Agora que ele estava de volta e na segurança de sua casa, no entanto, Kamila se encontrava no ponto de partida novamente.

Desde o dia da revelação, segurar as mãos era o gesto mais íntimo que ela podia suportar. Estar sozinha com ele era constrangedor, então ela se certificou de que nunca estavam sozinhos.

“Cara, quase tive um derrame quando vi aquela cabana de caça com pernas de galinha correndo pelos meus campos.” Raaz disse, tomando sol enquanto vigiava as crianças brincando na praia. “Por um momento, temi que Baba Yaga viesse se vingar de Dawn e Night.”

“Você não é o único, querido.” Elina riu enquanto se refrescava rapidamente no oceano para encontrar alívio do sol do Deserto. “Os membros do Corpo da Rainha tiveram muito o que fazer e Lith teve muitas explicações para dar depois que Baba Yaga partiu.”

“Sim.” Lith assentiu. “Graças aos deuses, eu estava com o Vladion, então sua presença estava justificada. Além disso, Tyris apoiar minha história e dizer que ela tinha negócios com a Mãe Vermelha fez todos pararem de fazer perguntas.”

Ninguém na Corte Real, no exército ou mesmo na associação ousava questionar as palavras da Primeira Rainha. A identidade do Condestável Griffon ainda era um segredo, e foi por isso que Tyris apareceu diante deles em sua verdadeira forma.

Naquele momento, a única preocupação deles era não irritá-la e se tornar sua refeição.

“Você tem sorte que Tyris leva seus votos a sério, porque em circunstâncias normais você estaria por conta própria.” Salaark também estava tomando sol, comendo sem parar de uma enorme travessa que uma coluna de servos certificava-se de que nunca esvaziasse.

Sua barriga inchada e sua pausa incomum no trabalho atestavam o quão próxima ela estava do prazo.

O bebê estava a ponto de nascer e ela não queria ser pega no meio de uma discussão diplomática.

Isso já havia acontecido no passado e tinha sido constrangedor até para ela.

“Tem certeza de que está bem, irmãozinho? Você está muito quieto.” Rena estava desfrutando de um daqueles raros momentos em que alguém cuidava de seus filhos e ela podia passar tempo com os adultos. “Geralmente, quando você é forçado a fazer uma pausa, reclama o tempo todo.”

“Estou fisicamente bem, obrigado.” Lith respondeu com um resmungo. “Meu problema é que ainda me sinto culpado pelo Jormun e o fato de todos me olharem estranho não ajuda.”

Ele estava bem perto de ganhar o título de Matador de Dragões, que para um humano, um Fae ou uma Fera Imperador teria sido uma das maiores honras que seus parentes poderiam conceder.

Infelizmente para Lith, Dragões e Fênixes o chamavam de Matador de Parentes e não havia nada de bom em receber um nome tão ruim. Ele matou Xedros, o Primeiro Wyvern, Syrook, o Dragão Negro e agora Jormun, o Primeiro e provavelmente último Dragão Esmeralda em Mogar, eliminando uma linhagem inteira.

Para piorar a situação, Xedros e Jormun eram ambos os Primogênitos de Leegaain assim como Sinmara, Surtr e Gentor o Dragão Dourado. Quando até Sinmara começou a agir constrangedoramente na frente de Lith, ele sabia que estava encrencado.

A única coisa boa era que tanto Leegaain quanto Salaark não pareciam se importar. Eles continuaram a seguir e proteger Kamila como se nada tivesse acontecido.