MAGO Supremo - Capítulo 2201

Capítulo 2201: Duas Torres (Parte 1)

“Eles são-” Antes que o Guardião pudesse responder, Kamila virou as costas para ela e correu para o lado de Lith.

“Quylla, faça alguma coisa!”

A Curadora Real usou suas melhores ferramentas de diagnóstico e entendeu que Tyris havia sido sincera.

Assim como Baba Yaga havia dito alguns minutos antes, Lith estava apenas cansado. Quylla virou-se para Kamila para tranquilizá-la, mas, a julgar pela expressão de pânico dela, palavras não seriam suficientes.

“Ele está bem. Não há mais danos à força vital de Lith. Ele só precisa descansar.” Disse Quylla enquanto usava seu feitiço de Injeção para administrar tônicos e nutrientes diretamente no fluxo sanguíneo de Lith.

Lith não precisava deles, mas ver Quylla fazer algo sobre sua condição teve um efeito placebo nos nervos de Kamila.

“Obrigada! Obrigada! Obrigada!” Kamila começou a chorar enquanto Tyris a ajudava a tirar Lith das costas de Kalla e fazia a cabeça de Lith descansar no colo de Kamila.

O Guardião teve o cuidado de usar magia da gravidade para que o peso não a esmagasse.

“Como eu estava dizendo, a operação Liberdade foi um sucesso.” Vladion tossiu, constrangido. “Realizamos uma varredura completa no núcleo de energia do Grifo Dourado com os Olhos e já organizamos os dados.”

Ele tirou várias cópias dos projetos do núcleo de energia de sua dimensão de bolso, entregando-os à Realeza, ao Conselho e até mesmo a Milea, caso o Reino fracassasse.

Levaria dias para o Conselho organizar essa quantidade de informações, mas havia muito pouco que Baba Yaga não pudesse fazer enquanto estava em sua torre.

“Excelente trabalho.” Sylpha concordou. “Agora precisamos apenas encontrar uma maneira segura de fazê-lo entrar em colapso, possivelmente à distância, e estaremos prontos.”

Ninguém na verdade estava ouvindo-a. Todos estudavam os projetos em busca de pistas e inspiração para suas próprias pesquisas mágicas. Apesar de sua origem amaldiçoada pelas mãos do Rei Louco, o Grifo Dourado ainda era uma maravilha da magia.

“Merda!” A Rainha franziu a testa quando reconheceu as runas modernas da academia perdida. Eram as mesmas que o restante das seis grandes academias havia usado quando Lith estava no quarto ano, provando o envolvimento de Linnea.

Ela estava prestes a compartilhar a má notícia com os outros quando seu amuleto do exército se acendeu. As altas esferas do Reino sabiam que ela não queria ser incomodada, então tinha que ser importante.

“Seja rápido.” Ela disse após pressionar a runa do General Berion.

“Conseguimos!” Sua voz estava quase inaudível sobre os aplausos estrondosos. Os olhos de Berion brilhavam de alegria como os de uma criança durante seu aniversário. “Belius pertence ao Reino novamente!”

“O quê? Como?” Sylpha parecia incrédula, mas um largo sorriso surgiu em seu rosto.

“Há algum tempo, Thrud partiu junto com seus generais. Naquele momento, o Mestre Supremo e o Corpo dos Despertados do Grande Mago Ernas conseguiram romper e tomar a cidade!”

“Ótimas notícias! Temos que deixar todo mundo saber que-” Um lamento desesperado encheu o ar de Belius, transformando excitação em medo e fazendo com que o silêncio tomasse a cidade. “O que diabos foi isso?”

“Apenas mais uma baixa desta guerra.” Tyris disse, seus olhos derramando lágrimas tristes. “Jormun, aquele que você conhecia como Jakra, o Dragão Esmeralda, morreu nos braços de Thrud. A chama de um dos primeiros filhos de Leegaain se apagou, tornando Mogar um lugar mais sombrio.”

“Isso é impossível.” Lith virou a cabeça em direção a ela, sua voz quase um sussurro. “Nós lutamos dentro do Grifo Dourado. Ele deveria ser imortal como todos os outros.”

“Não, ele não era.” Tyris balançou a cabeça. “Ele preferiu morrer como um homem livre do que viver como escravo.”

De repente, as últimas palavras de Jormun finalmente fizeram sentido. A compreensão fez Lith cerrar as mãos com força, mas não adiantou nada. Os sentimentos que ele compartilhara com o Dragão Esmeralda durante o aperto de mãos ainda estavam vivos em sua mente.

Lith sabia que não tinha lutado contra um zelote empenhado em conquistar Mogar, mas sim um pai fazendo o melhor para proteger seu filho. Jormun não tinha intenção de matar até o último momento, perdoando até mesmo Lith por matá-lo.

Eles nunca foram amigos, mas também nunca foram inimigos. De certa forma, sua condição os tornava muito semelhantes e, embora tivessem passado muito pouco tempo juntos, Lith viu-se em Jormun enquanto cuidava de Valeron.

Solus também se sentiu muito triste com a notícia, sentindo-se responsável pela morte de Jormun. Ele havia ficado do lado errado da guerra, mas era um homem bom.

“Droga. Thrud perdendo seu marido não é necessariamente uma coisa boa.” Sylpha disse, atraindo os olhares odiosos de Lith e Tyris. “A dor pode torná-la descuidada, mas também pode torná-la implacável.

“Temos que pisar com cautela. Se pressionarmos muito agora, ela pode decidir sair com um estrondo depois de envenenar as terras que controla. Se isso acontecer, levará décadas para o Reino se recuperar e as perdas humanas seriam incalculáveis.”

“Concordo.” Milea concordou. “O Império ajudará você a consertar Belius e a manter as forças de Thrud em xeque. Você se concentra em encontrar o interruptor de desligamento do Grifo Dourado.”

Kamila notou o fogo nos olhos de Lith, nas escamas e na garganta. Ela estava feliz por tê-lo de volta, mas ainda com medo de perdê-lo. Quando ele tentou se levantar e dizer umas boas à Rainha, Kamila o empurrou suavemente para baixo.

“Eu não sei o que aconteceu, mas por favor, fique calmo. Você ouviu Quylla. Você precisa descansar e não está em condições de antagonizar todo o Reino.” Lith estava prestes a responder quando viu o quão preocupada ela estava.

‘Se eu tivesse hesitado, agora Jormun estaria vivo e Kami estaria lamentando minha morte. Então, por que me sinto culpado por estar vivo?’ A indignação de Lith desapareceu, e o cansaço o dominou novamente.

“Vossa Majestade, Imperatriz.” Vladion fez uma pequena reverência para ambas. “Sem ofensa, mas não estou interessado em política. Todos nós cumprimos nossa parte do acordo e eu preciso de passagem segura de volta para minhas terras.”

“Claro.” Tyris concordou, abrindo um Portal Espiritual e fazendo todos resmungarem.

Seguir e emboscar o Primeiro Vampiro Nascido e os Olhos acabava de passar de muito difícil para suicida.

“Obrigado por sua ajuda, Lord Vladion.” Milea retribuiu a reverência. “Espero que o Império possa contar com sua colaboração no futuro também.”

“Veremos.” Ele concordou. “Ouvi muitos humanos fazendo promessas vazias. Vou julgá-los por suas ações e responder da mesma forma a elas.”

Então, Vladion se virou para Lith.

“Você quer ficar aqui ou nos seguir?”

“Seguir.” Ele ofegou mais do que disse.

“Ótimo.” Tyris o levantou do chão, carregando-o como uma princesa, como se ele não pesasse nada. “Vamos, Kamila.”

“Espere, você realmente está indo embora?” Inxialot perguntou.

“Claro, eu vou para onde o bebê vai.”

“Não você, mulher chamativa! Eu quero dizer Lith. Eu preciso da ajuda dele!”

“Terá que esperar.” Tyris ergueu a sobrancelha, confusa. Liches eram um mistério até mesmo para os Guardiões.

“Já convidei sua esposa, mas repito minha oferta só para garantir. Vocês dois estão convidados para a minha casa de campo para conversar. Você pode trazer sua amante/guarda-costas/seja lá o que for, se isso te deixar mais seguro.” Suas palavras rudes deixaram todos pálidos de medo, mas Tyris apenas riu, apreciando o mal-entendido.