Capítulo 2002: Sozinhos Juntos (Parte 2)

“Estamos juntos nisso e eu quero que você entenda que eu sempre estarei lá para você. Chore no meu ombro, peça-me para cozinhar seus pratos favoritos ou para ser seu parceiro de treino se você precisar chutar algumas bundas.

“Qualquer coisa é melhor do que você me dar o tratamento silencioso e me forçar a ver você sofrer de longe.” Lith abraçou Solus, fazendo-a sentir através de suas ações e emoções que não havia distância entre eles.

Algumas coisas tinham mudado, mas a profundidade de sua ligação e sentimentos ainda era a mesma.

“Qualquer coisa?” Ela perguntou.

“Qualquer coisa.” Ele assentiu.

“Então eu quero tomar um longo banho quente para me livrar do suor e depois tirar um cochilo juntos como nos velhos tempos.” Solus enterrou o rosto no peito de Lith, ignorando o cheiro pungente que ele exalava.

“Sem problema, mas para a parte do banho tenho que pedir permissão da Kami.”

“Não preciso de companhia para isso, espertinho!” Solus corou, então considerou a possibilidade e corou ainda mais. “A propósito, como todos estão mortos de cansaço enquanto você está bem?”

“Não havia muito o que fazer na casa de praia do Salaark.” Lith deu de ombros. “Sempre que ficávamos entediados, trabalhávamos na minha resistência.”

“Mas a Kami é uma hum-” Solus corou até as orelhas e se Distorceu para o quarto dela.

***

Lith chegou por último ao almoço. Kamila insistiu para se juntar a eles e estar entre duas belas mulheres tornou difícil para ele adormecer. Para piorar as coisas, ele não conseguiu se levantar até que quatro horas se passassem.

Após a refeição, ele se encontrou com os outros na Forja e mostrou-lhes os Golems. Além do espaço vazio em seus peitos, a fase preparatória estava terminada.

“Ainda não há cristal de memória.” Faluel disse depois de verificar os complexos padrões de runas e apreciar o uso de cristais elementais por Lith para alimentar as habilidades dos Golems.

“Isso virá por último.” Ele respondeu. “Um núcleo de energia pode existir por si só, desde que tenha um recipiente para contê-lo e caminhos de mana para mantê-lo estável. Um cristal de memória, em vez disso, precisa ter tanto um recipiente como uma fonte de energia.

“Sem o primeiro, os dados armazenados não podem ser utilizados, enquanto sem o último, logo se reverte para um cristal comum.”

“E os que minha mãe usou contra Meln?” Phloria conjurou um holograma dos cartões de cristal de Jirni, enfatizando o cubo gravado em seu centro.

“O cubo contém um complexo núcleo de energia sem o qual os feitiços guardados nos cristais se dissipariam.” Lith respondeu.

“Eu já tinha adivinhado isso, eu quis dizer sobre o recipiente? Eu não vejo nenhum.”

“A própria Jirni é o recipiente. Os proto cubos são apenas armas.” Lith disse. “Agora se preparem. É hora de trabalhar no núcleo de energia.”

Solus tirou a Fúria, dando uma de suas cópias a cada um de seus amigos. Faluel usava as Mãos de Menadion, Tista a Boca, enquanto Solus usava ambas em sua forma ainda incompleta.

Para surpresa de todos, o artefato se metamorfoseou para combinar com seu novo mestre. A máscara passou de branco puro para vermelho vivo e as joias agora estavam alinhadas verticalmente em vez de horizontalmente, parecendo uma fileira de presas em vez de lábios.

Mas, mesmo em sua nova forma, o poder da Boca permanecia inalterado, emitindo uma aura que cegava a Visão de Vida dos Despertos.

“De onde vem isso?” Friya apontou para Tista surpresa.

“Foi o presente de casamento de Vastor.” Lith disse. “Decidimos dar para Tista para compensar sua falta de lançamento do corpo até que ela consiga seu núcleo violeta. Além disso, ela é a mais fraca entre nós e suas habilidades de Mestria Forjadora podem usar um impulso.”

“Não estou questionando sua escolha, apenas dizendo que é um presente e tanto.” A Hidra disse.

“Sim, por que vocês não nos falaram disso antes?” Protetor perguntou.

“Quando, exatamente? A cerimônia foi ontem e as comemorações não terminaram até tarde da noite. Você esperava que eu invadisse seus quartos apenas para me gabar?” Lith respondeu.

“Parabéns, Tista.” Todos disseram com metade da alegria e metade da inveja.

“Obrigada. Eu prometo que vou aproveitar ao máximo a Boca. Eu ficarei feliz em emprestá-la a qualquer um de vocês quando precisarem.” Ela respondeu com um sorriso enorme que combinava com o artefato.

“Como Xenagrosh convenceu o Mestre a desistir de uma ferramenta tão poderosa?” Faluel olhou a Boca com suspeita, usando seus feitiços de Mestria Forjadora para se certificar de que era verdadeira e que não havia dispositivo estrangeiro.

Os dois pedaços do conjunto de Menadion começaram a ressoar ao entrarem em contato, suas assinaturas de energia se fundiram por um instante, tornando-se maiores do que a soma das partes únicas. Então, o fenômeno parou tão rapidamente quanto começou, deixando todos atordoados.

“Ela não fez isso.” Solus tocou os dois artefatos com suas contrapartes da torre, tentando entender o que acabara de acontecer.

Infelizmente para ela, a torre não reagiu à presença deles. Seja qual for o efeito que ela acabara de testemunhar, ou era exclusivo para o conjunto de Menadion ou a torre ainda tinha que recuperar tal habilidade.

“O que você quer dizer?” Tista vestiu a Boca novamente antes de pegar as Mãos emprestadas de Faluel, mas novamente nada aconteceu.

Eles se revezaram tentando desvendar o mistério e só depois de desistirem foi que Lith lhes entregou o cartão de saudações que encontrou com a Boca.

“Merda.” Faluel disse.

“Pode dizer.” Lith concordou. “Não se sabe o quão mais forte a Organização se tornou, nem se sua versão da Boca eclipsará o original. O Mestre devolveu a Boca para mim apenas como um sinal de boa vontade e porque é uma relíquia. Ele sabe que não pode atualizá-lo enquanto a Avó pode.”

“Você acha que ela faria isso se eu pedisse?” Tista perguntou.

“Se você se curvar, claro. Caso contrário, você terá que bajulá-la muito.” Solus respondeu. “Ela consertou minha Fúria só porque já havia prometido à Mãe fazer isso.”

“É, eu pedi a Salaark para atualizar minhas Mãos ontem e ela riu na minha cara.” Faluel suspirou. “Não apostaria nela ser mais complacente com você só porque você é da família.”

“Eu sei.” Tista concordou. “Ela não fez nada para o Lith também. Nem mesmo como presente de casamento.”

“Chega de conversa.” Lith bateu palmas para chamar a atenção deles. “Todos estão prontos?”

“Ainda não.” Solus atualizou os documentos na Biblioteca para que todos soubessem qual matriz seria usada para cada etapa do processo.

Ao mesmo tempo, Lith entregou a Faluel e Friya, respectivamente, um pedaço do coração de Syrook e um pedaço dos pulmões do Dragão Negro. Eles eram as únicas pessoas além dele mesmo que Lith poderia confiar com um ingrediente tão poderoso.

Quylla tinha um núcleo mais poderoso, mas Friya começou a estudar Mestria Forjadora logo após entrar no aprendizado de Lith. Ela era a única do grupo que teve um Forjador-Mestre especialista como mentor e suas habilidades eram de primeira linha em comparação com uma autodidata como Lith.

Orion havia ensinado apenas as noções básicas. Nem Quylla, nem Phloria receberiam o legado de Ernas a menos que jurassem lealdade à família e contribuíssem para seu desenvolvimento.

Os pedaços do Dragão Negro que Lith havia dado à Hidra e a sua aprendiz eram necessários para criar seu núcleo parcial para o primeiro Golem. Eles começariam com o Raptor e depois passariam para o Problema.