Capítulo 1965: Luz na Escuridão (Parte 1)

‘Desculpe!’ Solus pensou enquanto as forças Despertadas exploravam a falta de trabalho em equipe entre Bytra e ela para cercá-los. ‘Não se preocupe comigo e salve-se. Enquanto Lith não morrer, eu também não posso. Eu apenas perderei meu corpo humano novamente.’

Ela tentou fazer parecer casual, mas o medo em sua voz a traiu.

Solus não tinha ideia se na segunda vez levaria menos tempo para se recuperar ou se teria que esperar mais quinze anos. Além disso, ela não tinha certeza sobre o que aconteceria com a torre e o que ela continha.

Se o edifício mágico regredisse para o status de um único andar, não havia como saber o que aconteceria com os materiais armazenados no Crisol, nas minas e na estufa.

Mais do que a perda material, porém, o que a assustava era a ideia de perder a vida que ela mal começara a desfrutar.

‘Apenas perder meu corpo humano meu traseiro.’ Bytra respondeu. ‘Sei como é ser reduzida a uma massa de energia viva. Ser incapaz de comer, cheirar e até tocar nas pessoas que você ama sem matá-las.

‘Você não é uma Lich, Elfin. Eu não sei o que Ripha fez com você, mas tenho certeza de que se você levar mais ataques, você cairá em um sono profundo novamente. Eu não me importo com o que acontece comigo. Mesmo que você não aguente meu toque, eu ainda posso proteger você com meu corpo.’

Um feitiço do Espírito de nível cinco veio sobre eles e o Raiju protegeu Solus enquanto conjurava de seu chifre um campo eletromagnético para dispersar o impacto. A magia poderosa se livrou da barreira improvisada e explodiu o lado esquerdo de Bytra e a Armadura Adamant que ela vestia.

Teria sido uma ferida fatal até mesmo para um Despertado, mas um Eldritch era difícil de quebrar. O corpo de Bytra começou a se curar no momento em que a energia esmeralda parou de vaporizar sua carne.

No entanto, ela ainda podia sentir a dor das feridas.

Ela ainda sangrava, banhando Solus com pedaços de carne e sangue preto. Mais e mais feitiços caíram, mas Bytra continuou parada, usando todos os encantamentos que seu equipamento tinha e tecendo todos os feitiços que conhecia apenas para comprar um segundo a mais para Solus.

A cada nova ferida que sofria, seu corpo mutilado se recuperava, mas isso tinha um preço. A fome crescia dentro dela até que o Raiju olhasse para a mulher que ela estava protegendo como presa, babando da boca dela.

Junto com a fome veio a culpa por suas ações quando havia matado Menadion e Bytra quase perdeu a cabeça para um ataque de loucura sanguínea.

‘Você já fez o suficiente, vá embora!’ Solus disse, e sua voz lembrou o Raiju de quem ela era e pelo que estava lutando.

Ela canalizou sua fome no Caos e sua culpa na determinação enquanto enfrentava seu destino.

“Bytra!” Xenagrosh gritou com indignação, sentido a dor de sua esposa.

“Não se preocupe, assim que eu te levar ao meu laboratório, farei questão de colocá-lo em gaiolas adjacentes.” Assali o Lich disse. “Eu não vou deixar tais espécimes fascinantes morrerem e meus experimentos provaram que a companhia os faz viver mais tempo.”

A maioria dos mortos-vivos não conseguia sair durante o dia, o que enfraqueceu a força de ataque do Conselho. Liches, no entanto, não tinham tal problema. Depois que Ozak prometeu a eles uma parte da Boca e a oportunidade de capturar os híbridos, eles aceitaram ajudá-lo.

Não só os Liches estavam entre os mortos-vivos mais poderosos, mas eles também não tinham medo do Caos ou da morte. Seus filactérios estavam guardados em segurança longe do campo de batalha para que pudessem lutar até cansar sem correr qualquer risco.

Um Lich não era muito para Zoreth, mas sete deles lançando feitiços de Silverwing e cada um com um exército de mortos-vivos menores sob seu comando era outra história. Os Liches esquecidos e socialmente desajeitados eram existências aterrorizantes quando eles se empenhavam em algo.

Eles lutaram com a precisão das máquinas e o sangue frio de um jogador que podia experimentar até mesmo a tática mais imprudente sem medo. Para os Liches, a derrota não significava morte, apenas esperar a contagem regressiva de respawn terminar.

Eles usaram lançamento de corpo para tecer seus feitiços espirituais de nível cinco pessoais e magia verdadeira para conjurar o Bastião e a Aniquilação. Zoreth, por outro lado, estava sozinha e só podia conjurar um deles por vez.

‘Se eu usar apenas o Bastião Corrompido, nunca vou ganhar, mas se eu usar a Aniquilação do Caos, eles vão ignorar e me rasgar em pedaços.’ Ela pensou enquanto lançava um jato de Chamas Originais que foi contra atacado por um esquadrão de Pássaros de Fogo.

Eles voaram para longe imediatamente após liberar as Chamas Originais de suas asas, enquanto Zoreth estava presa no lugar e, portanto, a única que sofria com a explosão.

“Elfin!” Mesmo em seu pânico, Lith não se esqueceu de manter a cobertura de Solus.

Ele já havia recuperado energia suficiente com sua técnica de respiração e estava prestes a correr em direção a ela quando uma figura colossal o atacou.

“Você se divertiu, garoto, mas agora acabou.” A criatura parecia um homem enorme de 20 metros (66 ‘) de altura com pele de pedra e um buraco no lugar de uma face. Metade de sua cabeça era uma boca aberta com vários olhos que piscavam entre fileiras de presas afiadas.

A cavidade no meio de seu rosto parecia abrigar os olhos, boca e nariz ao mesmo tempo, já que Lith podia sentir o hálito fétido vindo dela.

“Saia de cima de mim!” O Tiamat tentou esfaquear a criatura com o Duplo Gume, mas eles estavam muito próximos e o inimigo precisava apenas de uma mão para prender o pulso dele com um aperto de ferro.

“Nem pensar.” O buraco se deformou em um sorriso vertical enquanto um raio de relâmpago negro percorria o corpo do gigante e entrava no de Lith, devastando-o.

‘Eu reconheço esse desgraçado das aulas de Faluel.’ Ele pensou enquanto o Relâmpago Corrompido desativou sua magia de fusão e reduziu a lacuna no poder físico entre eles. ‘Ele é um Jotunn e eu aposto que ele também é um ser humano evoluído.’

O Tiamat havia notado os olhos dentro da boca brilhando em preto enquanto o gigante de pedra ativava sua habilidade de linhagem de maneira que lembrava Lith da sua.

Os Jotunns eram realmente humanos evoluídos que alcançaram um poder físico semelhante ao das Feras Imperadores e ganharam órgãos de mana. Assim como os Tiranos, eles acharam sua condição insuficiente e se disfarçaram de feras para estudá-los.

Seu Relâmpago Corrompido funcionava de maneira semelhante ao Turbilhão de Vida, mas era muito mais fraco. O relâmpago preto fortalecia o Jotunn menos que o equivalente prateado e não podia ser compartilhado com aliados ou equipamento.

Seu único valor ofensivo estava na capacidade de interromper habilidades físicas como lançamento de corpo e Magia de Fusão. Além disso, por maior que fosse a concentração de um mago, qualquer feitiço que mantivessem pronto seria perdido. No caso de Lith, isso até mesmo desativava seus olhos.

O Relâmpago Corrompido também causava danos às suas vítimas, mas não mais do que um feitiço de nível três.

Rkar’r, o Jotunn, se juntou à missão na esperança de capturar o Tiamat e extrair os segredos de suas habilidades de linhagem perfeitas. O Conselho nem precisou mencionar a Boca antes que ele aceitasse.

O Jotunn levou sua boca perto do rosto de Lith para selar aqueles olhos perigosos com uma única mordida.