MAGO Supremo - Capítulo 103

103: Lutando 103: Lutando – “Não entendo, como isso deve estar relacionado à minha alma? É claro que caçar um filhote é um ato vergonhoso, mas não vejo por que devo interferir. Não é da minha conta.” –
A visão de Lith ficou borrada, sentindo sua cabeça girar novamente enquanto imagens continuavam aparecendo e desaparecendo rapidamente. Ele observou as paredes da academia Grifo Branco se racharem e desmoronarem, até que todo o castelo caísse em ruínas.

– “Que diabos? Outra visão?” Ele ficou perplexo.

“Deve estar te guiando para algo relacionado à luta pelo poder que gira em torno da academia. Parece que sua alma é mais bondosa do que você, já que se importa com Linjos e as crianças.”

O tom de Solus era gentil e aquecido, esperando que ele abrisse seu coração para os outros, mesmo que só um pouco.

“Não vejo como as duas coisas estão relacionadas, mas entrar por um centavo, entrar para uma libra. Qual é o nível de poder dos caçadores?”

“Três azul, um verde e dois núcleos de mana amarelo. Os últimos provavelmente não são magos, músculos demais, mana demais.” Solus respondeu. –
Lith memorizou os oponentes com base em sua força, antes de elaborar um plano de última hora. Não tendo muito com o que trabalhar, ele teve que manter simples.

Matar a sangue frio seis pessoas apenas por causa de uma “profecia mística” estava fora de cogitação. Sua consciência ainda o incomodava pelo modo como tratou as dríades, então ele precisava de uma abordagem mais suave.

Lith instantaneamente trocou seu traje de caçador pelo uniforme da academia através da dimensão do bolso, tendo decidido interpretar o papel do aluno ingênuo defendendo a justiça.

Ele se aproximou dos caçadores a pé, enquanto tecia vários feitiços, prontos para serem liberados apenas com um pensamento, apenas por precaução. Assim que chegou perto o suficiente, estalou os dedos, usando mágica de ar para amplificar o som em um pequeno boom, chamando a atenção deles.

“Ei, o que você está fazendo tão perto da academia? Esta parte da floresta é reservada para os alunos. Saia daqui, antes que eu chame a segurança.”

O barulho repentino fez com que congelassem por um momento, dando ao Byk a abertura de que precisava para escapar do cerco e fugir. Os seis caçadores se voltaram para Lith, olhando para ele com olhos irritados e intenção assassina mal escondida.

***
Raghul, o líder da equipe de mercenários disfarçados de caçadores, estava gostando muito de sua última missão. Ele nunca tinha sido tão bem pago para fazer um trabalho comum. Durante os últimos dias, eles estavam matando bestas mágicas, não importava se eram grandes ou pequenas, uma vez que a remuneração era a mesma.

Ele não tinha ideia de por que seu empreiteiro os mandava especificamente para aquela floresta, mas de acordo com Rodimas, o mais inteligente da equipe, era para perturbar o equilíbrio da academia.

Com base nas informações que ela havia coletado, o Diretor tinha algum tipo de acordo com as bestas.

A conjectura dela era que, ao matar aqueles mais próximos da academia e fazer os alunos parecerem os autores, isso estragaria o relacionamento entre Linjos e o Senhor da floresta.

Se isso acontecesse, ou ele não poderia mais realizar os exames na floresta, ou teria que arriscar a segurança de seus alunos.

Raghul não entendia que bem poderia sair disso, e mais importante, ele não ligava. A razão para ele ter aceitado aquele trabalho, apesar da recompensa suspeitamente alta, era porque ele odiava academias.

As memórias do que ele havia passado, na época em que foi admitido no Grifo de Cristal, ainda assombravam seus sonhos às vezes.

Quando uma maldita criança apareceu do nada, permitindo que a presa fugisse, ele ficou muito irritado.

– “Que azar. Como diabos essa praga nos encontrou nessa imensa floresta? Se formos expostos, perderemos a outra metade do pagamento.” –
“Ei, garoto! Você tem ideia de quanto dinheiro sua pequena façanha nos custou? Pelo menos dez moedas de ouro! Espero que você tenha o suficiente para compensar nossa perda, caso contrário vou ter que te machucar.”

Raghul não ficou surpreso que o primeiro a reagir foi Terion. Ele era o tipo de homem que sempre pensava em sua carteira.

Lith viu um homem magro, de cabelos castanho-escuros encaracolados e rosto cheio de sardas, caminhando rapidamente em sua direção, gritando algo sobre dinheiro.

“Não tem vergonha? Primeiro você se junta contra um jovem Byk e agora tenta extorquir um estudante? Você não merece se chamar de caçador.”

Lith fingiu estar indignado, enquanto esperava pela próxima peça da visão. Salvar o filhote não teve efeito e, até agora, mesmo interagindo com os caçadores não teve efeito.

Enquanto os dois discutiam, Raghul notou que apesar de todo aquele alarido, ninguém estava vindo.

– “Talvez haja uma maneira de minimizar nossas perdas. Se esse garoto veio aqui sozinho e a Rodimas estiver certa sobre nossa missão, talvez ao matá-lo possamos manter nossa cobertura e até ganhar um extra. A ordem é não ser pego em flagrante, afinal.

Sem falar que é melhor evitar ter a equipe da academia em nosso encalço.” –
“Vamos lá, Terion. Alivie um pouco o garoto. Ele está certo, estamos muito perto da academia. Não estamos procurando problemas.”

Terion reconheceu a palavra-código para assassinar, mas seu rosto de poker era impecável. Ele não sorriu, não parou o que estava fazendo nem por um segundo, conseguindo conter sua intenção assassina.

Ele virou as costas para Lith, resmungando.

“Você está brincando comigo? Eu mereço meu ouro, então ou eu pego da sua parte ou nada.”

Aproveitando o momento em que Lith não conseguia vê-lo, Terion desembainhou uma das facas escondidas sob o casaco de caçador, antes de continuar girando sobre si mesmo, jogando-a onde estava o pescoço de Lith em um único movimento fluido.

No entanto, mesmo após sua reunião com as dríades e a percepção de que sua terceira vida realmente tinha sido muito abençoada, Lith ainda era mais desconfiado do que um peru no dia anterior ao Dia de Ação de Graças.

A faca só cortou o ar, já que o alvo pretendido recuou prontamente, conjurando quatro Estalactites que perfuraram os braços e pernas de Terion, pregando-o no chão como um inseto.

Lith havia reagido por instinto, mas agora parecia estar atordoado, incerto sobre o que fazer a seguir. Ele então fingiu estar lançando um feitiço mágico falso, mas os mercenários já haviam se recuperado do choque, ajustando rapidamente sua formação para cercá-lo.

“Recca, salve Terion antes que seja tarde demais! Cuidado, o pirralho tem anéis mágicos, mas não o deixem fugir ou estamos f*didos!” Enquanto gritava instruções, Raghul agradeceu aos deuses por sua boa sorte.

O garoto parecia hesitante em matar humanos, caso contrário a situação teria sido muito pior. Pela mesma razão, Solus estava realmente preocupado. Foi a primeira vez desde que se fundiram que Lith mostrou misericórdia no campo de batalha.

Pior ainda, seus pensamentos pareciam estar em desordem, deixando-se ser encurralado tão facilmente.

O maior do grupo, quase dois metros (6’7″) de altura, com braços grossos como uma cabeça, investiu para a frente como um javali, bloqueando a linha de visão com sua enorme massa corporal.

De acordo com Solus, ele era o outro não mago do grupo, mas se o mantinham por perto, certamente ele teria mais de um truque na manga. Suas roupas emitiram um brilho amarelo, fazendo sua velocidade aumentar dramaticamente, seguido por um brilho vermelho que aparentemente não teve efeito.

Lith desviou facilmente da carga, mas ele conseguiu parar abruptamente, girando em sua perna da frente para dar um gancho rápido na têmpora de Lith.

Lith foi pego de surpresa, a única coisa que ele podia fazer era pular para trás para enfraquecer o golpe e usar seu braço direito infundido de terra para bloqueá-lo.

“Te peguei!” Ela disse com um sorriso.

Com a voz, Lith entendeu que seu inimigo era na verdade uma mulher.

No impacto, sua luva liberou um raio de relâmpago, que atravessou seu corpo, enquanto a força do golpe foi o suficiente para fazê-lo deslizar vários metros para trás, diretamente na lança de sua colega que se posicionou atrás dele.

Todo mundo esperava que seu braço estivesse quebrado e seu corpo paralisado, mas Lith usou Guarda Total, emitindo uma aura azul esférica com um raio de 10 metros (33 pés).

Agora ele não tinha pontos cegos, tudo o que entrava na esfera seria detectado, permitindo que Lith desviasse da lança com uma girada, sem nem mesmo olhar para trás.

Agora que ele estava longe o suficiente da mulher corpulenta, Lith podia ver que o homem chamado Recca, provavelmente o curandeiro da equipe, correu para o lado de Terion, envolvendo-os ambos com uma poderosa barreira de ar, para evitar quaisquer ataques adicionais enquanto tratava da lesão de seu companheiro.

“Te peguei.” Ele disse com um sorriso, estalando os dedos.

Um flash repentino chamou a atenção dos mercenários para seu colega caído.

Uma bola de fogo tinha detonado dentro da barreira, mas o domo de ar que deveria protegê-los impediu que as chamas se expandissem, fazendo com que os de dentro sofressem tanto com a explosão quanto com o recuo.

Os gritos agonizantes dos dois mercenários encheram o ar e, enquanto seus companheiros ainda tentavam entender essa reviravolta repentina, Lith agarrou o homem armado com a lança pelas costas.

Seu braço esquerdo formou um V, trancando a garganta do oponente entre o antebraço e o bíceps, enquanto a mão direita agarrou seu queixo com um rápido movimento de chicote, quebrando o pescoço com um estalo.