MAGO Supremo - Capítulo 101

101: Iluminação 101: Iluminação “Minha alma? O que você sabe sobre isso?” Lith ficou assustado com as palavras dela. Ele nunca havia sido uma pessoa espiritual, mas após reencarnar duas vezes e seu encontro com o Escorpicore, não ter dúvidas sobre a existência de almas seria idiota.

“As plantas são diferentes de monstros ou bestas mágicas. Não evoluímos em busca de poder, também ganhamos maior afinidade com a Grande Mãe.” A dríade loira acenou para os arredores.

“Nós, Dríades, em particular, estamos profundamente ligadas a todas as formas de vida em um nível espiritual. Posso ver de relance que sua alma está danificada. Não tenho como saber como isso aconteceu ou como isso mudou sua vida …”
‘Acho que tenho uma ideia clara.’ Lith pensou.

“… mas talvez, só talvez, eu possa te oferecer uma solução, ou pelo menos indicar a direção certa.”

“Como exatamente?”

“Você já teve um déjà vu? Ou a sensação de estar no lugar certo na hora certa? Isso acontece quando sua alma consegue guiá-lo a um cruzamento importante em sua vida.

“Podemos mostrar onde e quando ocorrerá um evento-chave, mas o feitiço requer pelo menos duas Dríades.”

“Pelo menos? Quantos dos seus parentes vivem nesta floresta?” A paranoia de Lith se manifestou, então ele começou a procurar inimigos escondidos ao seu redor, mas não encontrou nenhum.

“Apenas nós duas.” Ela suspirou. “Eu não teria deixado meu território se minha irmã não estivesse em perigo mortal. Também não teria entregue meu coração a você, se eu tivesse alguma outra escolha.”

Irmã. Aquela palavra acendeu um sinal de compaixão no coração de Lith. Ela havia corrido um enorme risco para proteger sua família, algo que ele respeitava profundamente.

Apesar de não conseguir se mover sem a permissão dele, os olhos dela estavam cheios de orgulho e desafio.

Depois de considerar suas opções, Lith dispersou todas as energias escuras. Ele já tinha outro refém, caso a ruiva tentasse algo engraçado. Além disso, ele não tinha utilidade para eles desde o começo.

Se contrabandear uma flor brilhante era difícil, como ele explicaria duas Dríades seguindo-o por todos os lugares? Os tesouros naturais eram suficientes para compensar Lith por todos os seus problemas.

Sem a energia escura sugando seus poderes, a Dríade vermelha conseguiu se vestir com um aceno de sua mão, conjurando um vestido vermelho e dourado de cetim que complementava seus olhos.

Quanto mais tempo ela estava em contato com a terra, mais forte ela se tornava.

Lith guardou os tesouros naturais em sua dimensão de bolso, sem deixar as dríades saírem de seu campo de visão. Desde que a segunda Dríade apareceu, Lith sentiu uma irritante sensação de formigamento dentro de seu coração, algo que parecia culpa.

Ele sempre agiu sem escrúpulos, matando sem distinção ou remorso, mas secretamente se orgulhava de nunca ter prejudicado alguém sem motivo. Lith sabia que no momento em que começasse a matar simplesmente porque podia, teria perdido seu último resquício de humanidade.

Seguindo seu modo de vida “viver esperando o pior”, desta vez ele quase matou um inocente, forçando outro à escravidão. Mesmo para ele, isso era um novo baixo.

Sentindo-se atordoado, procurou o conselho de sua bússola moral.

‘Você acha que exagerei desta vez?’
‘Deixe-me ver.’ Solus ponderou.

‘Você quase foi morto por um monstro de tentáculos, e quando apareceu outro você tomou precauções. Isso foi a coisa certa a fazer. Mas quando você determinou que não era uma Abominação, não havia motivo para ser tão cruel.

‘Criaturas mágicas são como humanos. Algumas são boas, outras são más. No entanto, você a rotulou de ameaça sem motivo. Temos sorte de você estar mascarado, caso contrário, da próxima vez que nos encontrarmos, eu esperaria que ela nos atacasse à vista.’
Ele concordou silenciosamente com ela.

“Faça o que você tem que fazer.” Lith recuou, permitindo que as Dríades se aproximassem uma da outra.

As duas dríades juntaram suas mãos e seus olhos instantaneamente se encheram de luz branca, enquanto uma poça de água se formava no espaço delimitado pelos seus braços, enchendo-a até a borda.

A luz desceu na água, formando uma esfera branca que girava sobre si mesma, transformando a água em um redemoinho e fazendo com que se parecesse com uma projeção 3D de uma galáxia. Um pequeno sopro negro saiu do corpo de Lith, fazendo-o sentir-se subitamente mais leve, como se parte de seu fardo emocional finalmente tivesse sido aliviada.

O sopro entrou no vórtice, transformando-o em uma cor profunda do crepúsculo laranja. Naquele ponto, as dríades soltaram as mãos, deixando a galáxia moribunda ir.

Continuou girando em si por um tempo antes de se mover em direção a Lith, fundindo-se com seu corpo e forçando-o a reviver todas as suas três vidas.

Dor invadiu seu corpo enquanto sua mente pegava fogo. Lesões e contusões antigas apareceram e desapareceram em uma fração de segundo, enquanto as lembranças de sua primeira vida inundavam seu cérebro.

Ele caiu de joelhos, arranhando o chão tão forte que quebrou as unhas.

A dor, a raiva, o desespero aflito, a vingança e, finalmente, a paz. Depois foi a vez de sua segunda vida, com sua loucura, solidão e fome.

Ao lembrar de sua segunda morte, uma ferida aberta apareceu em seu peito. Lith tentou cuspir uma boca cheia de sangue, mas apenas cuspiu saliva. A ferida desapareceu tão rápido quanto se formou, deixando apenas a sensação de dor que precedeu o alívio da morte.

Então veio sua terceira vida, e não era como ele se lembrava. Havia dor, fome, mas muita luz e alegria. Ele foi forçado a perceber todo o amor e carinho que as pessoas lhe deram, mesmo quando ele ainda as tratava como ferramentas, manipulando suas ações e sentimentos.

Começando com seu pai, depois Selia, Nana, Lark e finalmente seus amigos na academia.

Quando as imagens em sua mente alcançaram o presente, continuaram avançando, mostrando a Lith um lugar que ele nunca havia visto antes, onde ele deveria estar a todo custo.