Ligada a um Inimigo - Capítulo 99
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99: Rejeite-me 99: Rejeite-me Um toque suave, inocente, um gesto reconfortante.
Mas o corpo de Ashleigh reagia com um pensamento completamente diferente em mente. O calor da mão de Caleb era suficiente para incendiá-la.
Ela fechou os olhos e virou-se para a mão dele, sentindo a pele áspera de sua palma contra sua bochecha macia. Um sorriso gentil se espalhou pelos lábios dele.
“Estou aqui”, ele sussurrou.
“Estou aqui com você, Ashleigh.” A voz de Caleb chamou por ela do sonho odiado. Ashleigh engasgou e se afastou dele, levando a mão ao peito como se esperasse encontrar a faca.
“O que há de errado?” Caleb perguntou, preocupado.
Ashleigh não respondeu, dando mais um passo para trás dele.
“Por que você foge de mim?” ele perguntou com decepção e preocupação.
“Não estou fugindo”, ela insistiu.
Ele deu um passo à frente, e ela, um passo para trás. Caleb parou e olhou cuidadosamente para ela. Ele não queria afastá-la mais do que ela já havia se afastado.
“Não estou indo a lugar algum,” ele disse simplesmente.
“Você não é meu companheiro,” ela disse secamente, “Granger é.”
Caleb respirou fundo, acalmando seu temperamento. Até a menção do nome daquele desgraçado era demais para suportar.
“Eu sou seu companheiro, tanto quanto ele é,” Caleb rosnou baixinho.
“Não,” ela disse, balançando a cabeça. “Ele tem sido meu companheiro por dois anos. Nós nos amamos, fizemos promessas.”
Ashleigh abraçou a si mesma enquanto falava.
“Nós temos…” Sua voz diminuiu à medida que as lágrimas caíam de seus olhos. “… feito coisas.”
Ashleigh sentou-se em sua cama enquanto imagens de todas as vezes que ela e Granger ultrapassaram os limites de seu relacionamento físico fluíam em sua mente. O jeito como ele a agarrava, as marcas que ela mais tarde veria no espelho. Ela cerrava o maxilar, tentando não deixar escapar o soluço que se formava em sua garganta.
“Eu tomei essa decisão. Eu disse a ele que estava tudo bem…”
Naquela época, Ashleigh sentia-se diferente sobre isso. Ela só queria fazê-lo feliz. Granger estava com tanto medo de perdê-la. Ela achou que compartilhar esses momentos íntimos com ele os aproximaria.
Não era como se ela odiasse. Pelo contrário, às vezes, até gostava. Mas se ela tirasse até um segundo para refletir honestamente, ela se lembraria. Toda vez que ela ficava sozinha em seu quarto depois que Granger ia embora, ela se arrependia do que eles haviam feito.
“É tarde demais para se arrepender agora,” ela disse a si mesma tristemente.
Mas o que aconteceu hoje… Se Caleb não tivesse vindo, será que Granger teria se forçado sobre ela? Ela teria deixado?
“Será que ele sabe que eu não reagi?” ela pensou consigo mesma, olhando para Caleb com pânico. Ela puxou mais forte o roupão, tentando esconder sua vergonha.
Caleb observava-a cuidadosamente. As expressões em seu rosto deixavam claro que seu coração estava em tumulto. Quando ela puxava o roupão, ele queria desviar o olhar, com medo de que ela pensasse que ele estava olhando. Mas antes que pudesse se virar, ele viu uma das marcas vermelhas em seu peito, encarando-o, zombando dele por não poder protegê-la.
Ele queria matar Granger por ter colocado suas mãos sujas nela. Por machucá-la. Caleb engoliu sua raiva. Não era hora para isso.
Ele deu um passo em direção a ela; ela não se afastou. Ele deu outro.
Ashleigh olhou para ele enquanto ele parava ao lado de sua cama. Ela estava lutando contra a vontade de chorar, desejando poder dizer a ele para ir embora. Mas ela também tinha medo de perder o calor que sentia quando ele estava por perto.
Caleb ajoelhou-se na frente dela, mantendo seus olhos nos dela enquanto se movia. Ele levantou a mão até a bochecha dela novamente.
“Mesmo com tudo isso…” ele sussurrou suavemente, sorrindo para ela ternamente. “Eu ainda sou seu companheiro.”
“Você prometeu…” ela disse, com a voz embargada, “você prometeu que me deixaria ir.”
Caleb assentiu, ainda sorrindo.
“E eu teria cumprido essa promessa,” ele disse, “se pensasse, mesmo por um momento, que ele poderia fazer você mais feliz do que eu posso. Que ele poderia cuidar de você.”
Ashleigh fechou os olhos, deixando cair as lágrimas que ela segurava.
“Eu faria qualquer coisa para te fazer feliz, Ashleigh,” Caleb sorriu radiante para ela, passando o polegar suavemente ao longo de seu osso da bochecha.
“Você não pode,” ela sussurrou entre lágrimas.
“Por quê?” ele perguntou.
Ashleigh pensou nas diferenças entre suas matilhas, suas vidas. As pessoas que eles amavam e o quanto eles se odiavam. Seu pai, o pai dele e as perguntas que ela ainda tinha sobre o que aconteceu entre eles.
“Não somos feitos um para o outro,” ela respondeu.
Caleb soltou uma risada. “A Deusa discorda.”
“Bem, ela também me deu Granger!” Ashleigh respondeu, se sentindo irritada e zangada.
“Você acha que ele pode te fazer feliz, Ashleigh?” A voz de Caleb était baixa. Vibrava contra sua pele de uma forma que a fazia tremer.
“Ele faz,” ela mentiu.
“Mentirosa,” Caleb sussurrou.
Mesmo sabendo que era uma mentira, doeu em Caleb ouvi-la. Ele queria que ela o reconhecesse, que o aceitasse.
“É agora ou nunca,” ele pensou consigo mesmo.
Caleb respirou fundo.
“Voltei para Inverno com a intenção de deixar meus sentimentos enterrados aqui. De te ver pela última vez e nunca mais ousar pensar em você.”
Ashleigh abriu os olhos para encontrá-lo olhando diretamente para ela. Ele a encarava através das lágrimas, com uma dor escrita em seus olhos que ela reconheceu, tanto quanto ela negava.
Caleb sorriu para ela, um sorriso torto, meio desanimado. Ela podia ver o quanto ele estava tentando manter isso por ela.
“Como você disse, a Deusa nos deu ambos a você,” ele sussurrou, “então é sua escolha. De verdade.”
“O que ele está dizendo?” ela se perguntou.
“Eu estava disposto a recuar e deixar você fazer essa escolha sem qualquer pressão. Tentei respeitar seus desejos, deixá-la em paz. Mas eu não consigo mais fazer isso.”
“O que você quer dizer?” ela perguntou.
“Não quero mais ficar sentado esperando que esse dia chegue,” ele disse tristemente, inclinando a cabeça para o lado, “O dia em que você se casar com ele. Completando seu vínculo e acabando com o nosso.”
Caleb levantou-se, colocando uma mão em cada lado do rosto dela e segurando-a gentilmente. Ele subiu para ficar de joelhos, mais próximo dela agora. Seus olhos se encontraram, ambos cheios de lágrimas e miséria.
“Ashleigh,” ele começou com um sorriso, “você diz que ele te faz feliz. Então ele, e só ele, pode ser seu companheiro, certo?”
Ashleigh engoliu, incapaz de falar. Ela assentiu.
Caleb apertou os lábios e assentiu com um sorriso triste.
“Então é simples,” ele disse.
Lágrimas frescas encheram seus olhos.
“Você sempre teve uma escolha. Se você tem certeza de que eu não sou seu companheiro, tudo que você precisa fazer é fazer uma escolha.”
Ashleigh sentiu um aperto no coração, sua garganta estava inesperadamente seca, e seu estômago revirava.
Caleb passou os polegares levemente sob seus olhos, enxugando as lágrimas, apenas para serem substituídas por novas.
“Rejeite-me,” ele sussurrou.
O coração de Ashleigh parou; seus pulmões se recusaram a funcionar. Seu estômago parecia que uma bola de chumbo havia sido jogada dentro dele. Todas as partes dela estavam em choque absoluto.
“Agora, em voz alta. Um juramento para a Deusa, rejeite-me, Ashleigh,” Caleb gritou através de lágrimas angustiadas. “Corte nossos laços e liberte ambos!”