Ligada a um Inimigo - Capítulo 96

96: Ele Ainda Ousa 96: Ele Ainda Ousa Depois de discutir com Alfa Wyatt, Caleb precisou esfriar a cabeça. Então, correu pela floresta. Estava voltando para o campo de treinamento quando uma sensação de inquietação o tomou. Sentiu-se em pânico, com medo, um terrível pressentimento.

Ele não sabia o que estava acontecendo. Não havia ninguém ao seu redor, nenhum perigo. Mas então ele sentiu a presença de Ashleigh. Ele reconheceu suas batidas cardíacas. Estavam aceleradas e intensas, ecoando em sua cabeça. Chamavam por ele, gritavam por ele.

Caleb seguiu o som, seguiu-a. Então, de longe, ele os viu. A bile subiu em sua garganta.

Ele tentou desviar o olhar. Não tinha o direito de interferir. Ashleigh havia dito a ele várias vezes que amava Granger. Não era errado que eles se envolvessem em atos íntimos.

Ele planejava sair antes que o ciúme o dominasse, antes que fizesse algo de que se arrependeria. Mas, quando se virou para ir embora, ele sentiu ela novamente, medo, pânico, dor. Caleb olhou para trás; ele a viu agora. Seus olhos estavam apertados, lágrimas escorriam por seu rosto.

Ela não queria isso!

A boca de Granger se afastou de Ashleigh. Ela aspirou desesperadamente por ar mas não ousou se mover.

‘Não está certo…’ ela uivou em sua mente, ‘não é assim que deveria acontecer…’
Seu corpo doía e seu coração parecia um nervo exposto, cru com dor queimante.

“Por favor,” ela suplicou baixinho, “por favor, pare.”

Granger se afastou dela. Soltando seus pulsos e tirando sua mão da carne sensível de seu estômago.

Naquele instante, Caleb estava sobre eles. Ele puxou Granger pela parte de trás da camisa e o lançou através do caminho, fazendo-o colidir com uma árvore.

Sentindo o peso do corpo de Granger sendo arrancado de repente, Ashleigh manteve os olhos apertados. Mas ela se encolheu. Baixando os pulsos contra o peito e encurvando-se numa bola contra a base da árvore.

Ela soluçava, aspirando por ar que nunca parecia preencher seus pulmões.

“Ashleigh…?”

A voz de Caleb a chamou como um sonho, um sonho gentil e confortante.

Ela levantou a cabeça e virou-se na direção de sua voz. Ele estava agachado ao lado dela. Seus olhos cinzentos a olhavam com tanto cuidado que quase doía.

“Caleb?” ela sussurrou.

Ele cerrou seu maxilar e franziu a testa. A expressão em seu rosto era solene, preocupada e zangada.

“Você está bem?” ele perguntou enquanto estendia a mão para tocar nela.

Ashleigh recuou sem querer. Abraçando os braços contra si mesma novamente. Com essa ação, sua expressão mudou. A raiva tornou-se fúria.

Caleb levantou-se e virou as costas para ela. Enquanto ele se afastava, Ashleigh viu algo caído na neve, e sua cabeça finalmente clareou o suficiente para juntar o que tinha acontecido.

Granger lutava para se levantar. Ele estava atordoado, tonto. Finalmente conseguiu sentar-se quando Caleb apareceu diante dele mais uma vez. Granger foi erguido de seu lugar no chão, suspenso no ar pela intensidade da fúria de Caleb.

Ele olhou nos olhos cinzentos de Caleb, que queimavam como uma chama branca e quente. Por um momento, ele esperou que Caleb o matasse, que o fizesse pagar por ter machucado Ashleigh.

Mas então outro pensamento tomou conta de sua mente. A crença de que Ashleigh buscaria conforto nos braços de Caleb. O ciúme queimava na alma de Granger. Ele não iria perdê-la, nem para Caleb nem para ninguém.

Ambos homens rosnaram e grunhiram um para o outro. Caleb lançou Granger mais uma vez. Um estrondo alto ecoou pela floresta conforme seu corpo batia contra a árvore, quebrando-a.

Ashleigh ofegou, olhando para cima para ver o corpo de Granger desabar no chão.

Granger se pôs de joelhos, seu corpo já protestando, virando a cabeça, ele cuspiu no chão, sangue fresco na neve. Então, limpando sua boca, ele resmungou enquanto se levantava e encarava o Alfa cheio de fúria diante dele.

“É essa uma daquelas famosas táticas dos Verão? Atacar alguém apenas quando estão de costas?”

“É seu costume forçar-se sobre uma mulher que não quer!” Caleb rugiu.

“Você não sabe do que está falando!” Granger gritou de volta. “Isso é um problema entre companheiros! Não um estranho!”

‘Esse desgraçado colocou as mãos sujas nela, fez ela chorar!’ Caleb gritou em sua mente. ‘E ainda ousa se chamar de companheiro dela!’
Caleb deu um passo em direção a Granger, rosnando. Seu sangue estava em chamas. Ele só podia ver um alvo diante dele.

Granger sentiu a fúria que emanava de Caleb. Sua aura havia quase visivelmente mudado para um alerta. Uma presença que lhe dizia para correr. Este era o Alfa nele. Isso enfureceu Granger.

‘Eu não sou menos que você!’ ele zombou em sua mente.

Granger foi o primeiro a agir. Ele correu contra Caleb, em alta velocidade. Ele era rápido, mas Caleb era mais rápido. Enquanto Granger se aproximava, Caleb recuou seu punho e o lançou para frente, acertando Granger em cheio no peito, fazendo-o cair no chão.

Ashleigh olhou enquanto os dois homens se encaravam. Seu choque começava a diminuir, abrindo caminho para sua mente processar o que estava vendo.

‘Eles vão se matar…’ ela pensou consigo mesma.

Caleb aproximou-se de Granger, ainda deitado no chão. Ele se abaixou e o pegou, erguendo-o no ar acima dele. Puxou o punho para trás e o esmagou no rosto de Granger. Um som assustador à medida que Caleb o atingia repetidamente.

Ashleigh ofegou.

Seu sonho reapareceu, a sensação das mãos de Caleb segurando seus ombros, forçando-a de joelhos enquanto a dor a dominava. Mesmo agora, o ódio frio em seus olhos enviou um arrepio por sua espinha.

Ele a havia machucado, matado. Era um sonho, mas assistir Caleb bater em Granger agora tornava-o tão real.

“Caleb!” ela gritou. “Pare!”

Caleb parou.

Ele olhou para trás para Ashleigh; seu rosto torcido de medo. Caleb largou Granger no chão, correndo de volta para ela.

“Ashleigh, está tudo bem…” ele disse suavemente enquanto ajoelhava ao lado dela. “Está tudo bem. Eu não vou deixar ele te machucar mais.”

Tão zangado quanto ainda estava, ele estava mais preocupado com ela. Caleb acalmou o fogo em seu coração, afastou o desejo de matar aquela desculpa patética de lobo. Concentrando toda a sua atenção em Ashleigh, ele se suavizou para confortá-la.

“Você precisa parar,” ela disse.

“O quê?” ele perguntou, incerto do que ela queria dizer.

“Deixe-o em paz, não o machuque mais!” Ashleigh gritou por entre lágrimas frescas.

Caleb sentiu como se tivesse sido atingido por ela. Ela estava com medo? Dele?

“Ashleigh…” ele começou, “o que você… ele estava te machucando!”

Ela olhou para Caleb, e depois para si mesma, as marcas roxas em seus pulsos.

‘Quanto ele viu?’ ela se perguntou com vergonha.

“Vá embora,” ela disse friamente.

“Não,” ele respondeu.

“Vá. Embora.” Ela exigiu.

“Não,” ele disse novamente, “eu não vou te deixar assim, não com ele.”

Caleb estava zangado, mas sua preocupação superava qualquer outra coisa que sentisse.

“Ele é meu companheiro!” ela gritou para ele, “isso é entre nós. Não tem nada a ver com você!”

Caleb apertou o maxilar, engolindo a sensação dolorosa.

“Ashleigh–”
“Vá!” ela gritou.

Caleb respirou fundo.

“Certo.”

Ele se levantou, olhando para ela. Ele suspirou antes de se afastar.