Ligada a um Inimigo - Capítulo 87
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87: Você Só Tem Que Aceitar 87: Você Só Tem Que Aceitar Ashleigh pisava cuidadosamente através da névoa e do nevoeiro. Seu pé descalço tocou a terra fria e macia abaixo dela. Estendendo a mão, encontrou a casca de uma árvore.
“Alô?” ela chamou, apenas recebendo seu próprio eco em resposta.
Ela tentou olhar ao redor, para ver se reconhecia algo. Era inútil. O nevoeiro era tão espesso que ela mal podia ver sua própria mão na frente do rosto.
“Onde estou?” ela se perguntou em voz alta.
“Comigo,” uma voz suave respondeu a ela.
“Alô?!” Ashleigh chamou de volta rapidamente, o coração acelerando. Se era medo ou alegria por não estar sozinha, ela não sabia. “Quem está aí?”
Ela rapidamente mudou sua posição. Colocando a árvore atrás de suas costas e ajustando a postura para uma posição mais defensiva. Mas, olhando ao redor, ela ainda não viu nada, não ouviu nada.
“Sai!” ela exigiu. Seus olhos moveram-se por toda parte, indo e voltando, tentando pegar qualquer sinal de movimento.
Justo quando ela começou a pensar que poderia ter simplesmente imaginado a voz, conforme seu coração finalmente começava a se acalmar, tudo mudou.
Ashleigh ofegou com a súbita e avassaladora sensação de formigamento que percorreu seu corpo. Uma onda de prazer atravessou cada nervo.
“Ah…” Um gemido suave escapou de seus lábios, seus joelhos enfraqueceram. Ela se recostou contra a árvore para se estabilizar.
Ou melhor, no que tinha sido uma árvore segundos atrás.
A firmeza de seu peito pressionou contra suas costas. Suas mãos fortes desceram sobre seus ombros e braços, envolvendo sua cintura.
Ela fechou os olhos, respirando profundamente pelo nariz. Ashleigh não conseguia se concentrar, sentindo o corpo dele contra o dela, tão perto dele. Ela se sentia embriagada em sua presença.
“Estou aqui com você, Ashleigh,” ele sussurrou suavemente contra sua garganta, sua respiração quente provocando seus nervos e enviando outra onda de prazer que atingiu até seus dedos dos pés.
Sua boca pressionou beijos delicados atrás de sua orelha e percorreu sua garganta, arrancando dela pequenos suspiros e gemidos de deleite.
Desesperada para recuperar suas faculdades mentais, ela se afastou, virando-se para encará-lo. Ele sorria para ela, terno mas diabólico. Ela sentiu o desejo dentro dela crescer novamente. Seus olhos se encontraram, avelã com cinza.
“Caleb?” ela sussurrou.
Ele sorriu para ela novamente, levando a mão até seu rosto.
“Quem mais seria?” ele respondeu.
Ashleigh sentiu um alívio profundo em seu coração.
“Eu–o que foi aquilo?”
Suas palavras foram interrompidas por um som que chamou sua atenção para algo atrás dela.
Ela se virou, mas não viu nada. O nevoeiro parecia estar se dissipando, ela podia ver árvores ao redor agora, mas não sabia de onde vinha o som.
“Talvez tenha sido só um animal,” ela disse baixinho.
“Provavelmente,” ele respondeu com uma voz que pertencia a outra pessoa.
Ashleigh virou-se rapidamente, chocada e confusa com o que viu. Cabelos negros, olhos azul-pálido.
“Granger?” ela perguntou, incrédula.
“Sim…” Ele franziu a testa, seu sorriso torto. “Estava esperando outra pessoa?”
O coração de Ashleigh estava acelerado mais uma vez. Ela olhou ao redor deles. Caleb não estava em lugar nenhum à vista.
“Eu não entendo…” ela disse.
“Ash, o que há de errado?” Granger perguntou, estendendo a mão para ela.
Ela se virou novamente para ele, seu sorriso gentil oferecendo-lhe um conforto que ela não sentia em uma eternidade. Ela sorriu, respirando fundo. Ela fez o melhor para relaxar. Ashleigh pegou sua mão, sentindo seu calor, sua bondade e seu amor por ela.
“Nada,” ela disse, retribuindo seu sorriso. “Eu só fiquei confusa por um minuto.”
“Mas você não está mais confusa, está?” uma voz disse por trás dela. “Acho que não.”
Os olhos de Ashleigh se arregalaram, ela virou-se lentamente. Lá estava ele, um sorriso diabólico orgulhosamente no rosto, como antes.
“Você sabe o que realmente quer,” Caleb sorriu, “você só tem que aceitar isso.”
Ele estendeu a mão para ela.
Ashleigh sentiu seu coração batendo fortemente no peito, cada vez mais rápido. Ela tinha certeza de que iria explodir a qualquer momento. Até mesmo sua respiração estava se tornando difícil.
Ela olhou para trás, para Granger. Ele ainda estava lá, ainda oferecendo o sorriso confortante que ela havia amado por tanto tempo. Ele segurou a mão dela com firmeza, mas não disse nada. Ela se virou para Caleb.
Ashleigh deu um passo em direção a ele. Granger não a soltou, segurando sua mão, mas não a puxando de volta. Ela olhou para eles mais uma vez. Eles permaneceram imóveis, esperando que ela tomasse uma atitude. Engolindo seu medo e confusão, ela deu outro passo, desta vez sentindo a resistência de Granger.
Ela olhou para trás, para ele. Lágrimas em seus olhos, seu sorriso vacilante. Ele não disse nada, mas ela sabia que ele estava implorando para que ela ficasse. Doeu.
Ashleigh olhou para Caleb. Seu sorriso diabólico havia desaparecido. Ele a olhou sinceramente agora, sem arrogância, sem suposições. Pura, honesta, aceitação. Ele abriu os braços para ela, seu coração, seu lar. Ele lhe daria qualquer coisa, a levaria a qualquer lugar, e a trataria como sua igual. Tudo o que ela tinha que fazer era pegar sua mão.
Ela levantou o braço em direção a ele, seus dedos quase se tocando.
Justo quando seus dedos estavam prestes a se tocar, uma dor como ela nunca havia sentido antes picou seu braço. Ela encolheu o braço protetoramente contra seu peito. Procurando por ferimentos, ela não encontrou nada. Nem mesmo a cicatriz que ela sabia que deveria estar lá. A dor não parava, no entanto.
“Ah!” ela gritou, caindo de joelhos. Queimava através de seu ombro e parecia estar se espalhando para seu peito. “Ajude-me!”
Quando Ashleigh olhou para seus companheiros em busca de ajuda, ela se encontrou sozinha. O nevoeiro e a névoa haviam desaparecido, mas um vermelho escuro e carmesim agora cobria o céu. Ela olhou para cima para ver a Lua de Sangue acima dela.
O som de algo cortando o ar alcançou seus ouvidos antes que ela o visse com os próprios olhos. Ela pulou para fora do caminho a tempo. A flecha encontrou lugar na terra onde ela tinha estado.
Ashleigh imediatamente se moveu para trás da árvore mais próxima para se cobrir.
“Escondendo?” ele riu, “Que previsível.”
Ashleigh olhou ao redor da árvore. Caleb estava ao ar livre, procurando ao redor.
“Caleb?” ela chamou.
Ele sorriu, virando-se para onde ela estava escondida.
“Aí está você.”
Ele correu em direção a ela. A expressão em seu rosto estava cheia de fúria. Ela tentou se levantar, mas a dor a dominou mais uma vez e ela tropeçou no chão. Dando a ele tempo suficiente para alcançá-la. Ashleigh lutou, chutando e se contorcendo enquanto ele agarrava ela.
‘Por que não posso lutar?’ ela se perguntou, sentindo como se toda a sua força estivesse saindo de seu corpo.
Caleb a agarrou rudemente, levantando-a e puxando-a para fora de trás da árvore. Ele a jogou no chão. Ela caiu com força, gritando de dor.
Ele riu.
“Caleb?” ela chamou desesperadamente, “Para! Você está me machucando!”
Caleb olhou para ela, seus olhos preenchidos com uma fria fúria que ela não reconhecia.
“Esse é o ponto,” ele rosnou, chutando-a dolorosamente.
Seu corpo estava em chamas. A dor de seu braço continuava mandando ondas debilitantes. Mas a dor em seu coração era insuportável.
“Eu não entendo!” ela gritou através de lágrimas. “Por que você está fazendo isso?”
Ele se inclinou e a levantou de joelhos. Ela não resistiu.
Caleb se agachou, para que estivessem cara a cara.
“Caleb…” ela sussurrou, lágrimas correndo livremente por seu rosto, “Eu não entendo…”
“Não?” ele perguntou, com um sorriso amargo no rosto. “Eu vou te matar. Você entende isso?”
Ashleigh não conseguia respirar. Seu coração estava batendo em seus ouvidos. A dor em seu braço estava se espalhando por todo o seu corpo.
“Não…” ela conseguiu dizer com dificuldade. “Não… você ama–”
“Eu te amo?” ele riu, “É isso que você pensa?”
Seus olhos frios olhavam de volta para ela. Eles eram irreconhecíveis.
“Eu te usei, Ashleigh,” ele rosnou, cerrando o maxilar. “Pretendi me importar com você, amar você. E você engoliu tudinho.”
“Não…” ela gritou em angústia.
Seu peito estava apertando, seus pulmões trabalhando mais do que nunca.
“Sinto muito, querida,” ele sorriu, colocando a mão em seu queixo suavemente.
“Por quê?” ela perguntou. O mundo ao redor estava começando a perder sua cor. Ela mal podia se manter mais de pé.
“Porque seu pai merece perder sua princesinha preciosa,” ele rugiu, agarrando seu queixo com força. “Eu não dou a mínima para você, Ashleigh. Tudo o que eu sempre quis foi fazer seu pai sofrer.”
Caleb alcançou sua mão atrás das costas, trazendo à tona uma faca de caça. Ele sorriu para ela.
“Obrigado por toda sua ajuda.”
Ele puxou seu queixo em sua direção, esmagando suas bocas juntas, forçando um beijo áspero nela antes de cravar a faca em seu peito.
Ela gritou contra sua boca enquanto ele a segurava firmemente contra ele.
A escuridão se instalava sobre ela conforme ela sentia a vida drenando de seu corpo. A última coisa que ela ouviu foi sua risada amarga.
***
“O que diabos aconteceu!” Bell gritou, entrando no quarto e empurrando a enfermeira para o lado. Ela verificou o pulso de Ashleigh. “Droga! Precisamos de um desfibrilador! Agora!”