Ligada a um Inimigo - Capítulo 73

73: Já Chega? 73: Já Chega? Mais uma vez, Galen sentiu o baque frio de uma bola de neve esmagando seu rosto.

“Bell! Que diabos–” Galen gritou, interrompido por outra bola de neve. Felizmente, ele conseguiu virar a cabeça a tempo de não levar neve na boca.

Ele rosnou e se virou de volta para ela. Ela estava lá, sorrindo ironicamente, segurando outra bola de neve, preparada para atirá-la a qualquer momento.

“Não ouse,” ele rosnou.

“Ah?” ela inclinou a cabeça para o lado com um sorriso sarcástico. “Agora você quer conversar?”

Bell puxou para trás e lançou a bola de neve em Galen. Ele desviou, apenas para encontrar outra já vindo rapidamente em sua direção.

“Droga!” ele gritou enquanto sua tentativa de esquivar da segunda leva foi em vão, e ele ficou coberto com mais da mistura gelada.

“Bell, você pode por favor–” suas palavras foram cortadas pela próxima bola de neve que acertou seu rosto. Desta vez, infelizmente, sua boca estava aberta.

Ele cuspiu a lama coberta de neve.

“Ok, ok,” ele disse, levantando a mão em direção a Bell enquanto continuava tentando cuspia o resto da mistura, “me desculpe por ter sido rude.”

“É só isso?” ela perguntou.

Galen olhou para ela, confuso com o que ela esperava dele. Em vez disso, ele encontrou um olhar de tristeza e raiva olhando de volta para ele.

“O que mais?” ele perguntou, sem jeito.

Bell soltou um suspiro de irritação, puxando o braço para trás e atirando nele mais bolas de neve.

“Não! Faça! Suposições!!” ela gritou com cada nova leva.

Ela jogou tantas de uma só vez que Galen foi sobrecarregado, ajoelhando-se para se firmar. Quando o ataque de repente parou, ele hesitou em olhar para cima. Mas quando o fez, viu-a ofegante, esgotada pelo esforço que fez no seu ataque. Seu rosto estava corado e aborrecido.

“Você sabe… o que acontece… quando você presume?” ela ofegou.

Galen franziu a testa, sem entender.

“Você faz um ASNO de Você,” ela declarou.

Ele se lembrou do ditado agora, ‘quando você presume você faz um ASNO de Você e de Mim.’
“E de mim,” ele ofereceu.

“Exatamente!” ela gritou, acertando-o com mais uma bola de neve. “Você é um imbecil!”

A bola de neve o atingiu, e pela primeira vez, não parecia ser uma bagunça molhada e gelada escorrendo por sua camisa. Não parecia uma bala gelada sendo atirada nele com a intenção de machucar. Não, desta vez, sentiu como uma mensagem. Uma mensagem triste e magoada de alguém que se importava.

Ele sorriu.

“Do que diabos você está sorrindo?!” Bell exigiu, “Ok, entendi, você ainda não teve o suficiente? Beleza!”

Bell se agachou, juntando um monturo de terra e neve e rolando tudo num bola desforme. Então, ela levantou acima da cabeça.

“Agora, você pediu po–”
O frio a acertou primeiro, as pontadas dolorosas de gelo contra sua pele. Então foi a sensação molhada e gelada descendo pelo seu rosto. Então, antes que ela tivesse uma chance de reagir totalmente à bola de neve que Galen havia lançado nela, sua própria bola desordenada segurada acima da cabeça desmoronou e a cobriu em mais da neve em pó.

Galen explodiu em risadas. Ele não pôde evitar; a cena era simplesmente demais para conter.

A partir deste ponto, o inevitável era o que poderia acontecer. Uma vez que a risada de Galen foi interrompida por um contra-ataque de Bell. Uma guerra total irrompeu entre os dois.

Nos próximos dez minutos, eles lançaram bolas de neve um no outro entre ataques de riso. Então, corriam e se esquivavam, mergulhando e se desviando.

Finalmente, Galen ergueu os braços no ar gritando por uma trégua. Enquanto ele tinha bastante munição, e energia para continuar, a ferida começou a doer, e ele sabia que era hora de parar.

“Os termos de rendição são os seguintes,” Bell disse enquanto se aproximava dele. Ela ainda segurava uma bola de neve em posição, só por precaução. “Um, você concordará em responder todas as minhas perguntas. Dois, você virá ao hospital esta tarde para um exame adequado nessa ferida.”

“Sério, não é necessário,” Galen interrompeu.

“Três! Você admitirá que estou certa em tudo e acatará todos os meus caprichos,” Bell disse com um sorriso brilhante.

Galen não pôde evitar sorrir para ela.

‘Você é tão malditamente fofa,’ ele sussurrou em seus pensamentos.

Ele mordeu o lábio inferior antes de dizer, “Todos os seus caprichos, hein?”

Bell sentiu o calor percorrer o seu ser.

‘Ela realmente corou,’ o pensamento o entusiasmou.

“E se eu aceitar apenas uma das suas demandas, ou duas?” ele perguntou.

“Bom,” ela respondeu, recuperando-se de seu momento de constrangimento, “a guerra continua.”

Ela levantou a bola de neve no ar, preparando para lançá-la.

“Acho que vou ter que capturar seu General então!” Galen gritou enquanto avançava e enrolava seus braços ao redor da cintura dela, puxando-a para si.

Eles caíram juntos na neve, rolando com cócegas e risadas. Foi a brincadeira mais divertida que qualquer um deles lembrava ter tido.

Quando ambos se cansaram, concordaram em encerrar a guerra. Galen decidiu checar sua ferida, e Bell concordou em ser a pessoa a fazê-lo.

Depois que a trégua foi acordada, eles continuaram a deitar na neve olhando para o céu acima, de mãos dadas, fingindo não perceber.

“Então…. Agora que nós dois ‘nos acalmamos,'” Bell começou, provocando uma risadinha leve de Galen, “você vai me dizer o que acha que sabe ou viu, ou imaginou sobre o Axel?”

Galen suspirou.

“Você sabia que eu ia perguntar; você deveria ter se preparado para isso o tempo todo,” ela disse brincando.

“Como eu ia saber que precisava me preparar; eu estava ocupado vencendo uma guerra.”

“Ah, você não venceu. Eu permiti a sua rendição.”

“Eu capturei você.”

“Você quer começar isso de novo, ou vai responder à minha pergunta?” ela perguntou com uma risada.

“Estou bem certo de que, se eu levar mais neve para dentro da minha camisa ou calças, vou morrer de hipotermia,” Galen respondeu com um suspiro, “Então acho que vou responder.”

“Boa escolha.”

Ele respirou fundo para se preparar.

“Eu passei pela casa do alfa como você mandou. Quando cheguei, vi que você estava chateada. Tentei correr até você, mas eu não fui o primeiro lá,” ele suspirou.

“Oh…Entendi,” Bell respondeu.

“Sim,” Galen disse, “Eu sei que não tenho o direito, mas vendo a intimidade entre vocês. O jeito como ele podia te confortar. Eu não gostei.”

Bell não respondeu. Galen começou a se sentir desconfortável. Ele começou a se mover para levantar quando ela de repente se virou em cima do corpo dele, deitando a cabeça contra seu peito.

“O que você–”
“Axel e eu somos amigos,” ela começou, “somos há anos. Então me sinto próxima a ele. Eu confio nele, e ele sabe coisas sobre o meu passado que a maioria das pessoas não sabe.”

Galen ficou magoado com as palavras, sabendo que havia ainda mais maneiras que Axel era mais próximo dela do que Galen poderia ser. Mas o tom na voz dela o fez querer abraçá-la. Para lhe dar conforto de qualquer forma que pudesse. Então ele envolveu os braços em torno dela.

“Não posso dizer que nunca vou te deixar desconfortável de novo. Não posso prometer que vou ficar longe do Axel, porque não vou,” Bell declarou, “Mas, o que eu posso dizer,”
Bell levantou o queixo para descansar em seu peito para que ela pudesse olhar para seu rosto.

“É que eu gosto de você. Muito.” ela sorriu. Ele sorriu de volta.

Galen afrouxou seu abraço enquanto ela movia seu corpo mais próximo ao rosto dele. Bell olhou nos olhos dele enquanto trazia o calor dos lábios dela para os dele.