- Home
- Ligada a um Inimigo
- Capítulo 623 - Capítulo 623: Primeiramente e Antes de Tudo
Capítulo 623: Primeiramente e Antes de Tudo
Sozinha no quarto com uma Corrine adormecida, Fiona sentou-se quieta, encarando sua velha amiga. Ela tinha ficado com ela a noite inteira, esperando qualquer sinal de que acordaria.
Fiona puxou sua cadeira mais perto da cama e segurou a mão de Corrine.
“Você está cochilando há muito tempo, minha querida,” Fiona sorriu. “Seus filhos estão esperando por você.”
Ela engoliu seco, olhando para baixo, enquanto o vazio dentro dela ficava mais pesado. Então, finalmente, ela respirou fundo e colocou um sorriso no rosto.
“Axel ainda está sendo tratado, mas ele é tão forte,” ela sussurrou. “Ele vai superar isso. Disso, não tenho dúvida. Mas sei que você não vai acreditar em mim a menos que confirme com seus próprios olhos, então… acorde.”
Fiona olhou para Corrine, depois para os monitores. Esperando que houvesse qualquer coisa indicando que ela podia ouvi-la. Mas não havia nada.
Respirando fundo pelo nariz, Fiona lambeu os lábios e tentou novamente.
“Ashleigh também não acordou,” ela disse suavemente. “Mas todos os sinais vitais dela estão melhorando. O corpo dela está se recuperando dos ferimentos com os quais chegou em casa. Eu sei que ela adoraria acordar e ver você sorrindo para ela.”
Fiona pausou, mordendo o lábio.
“Ela vai precisar da mãe,” ela sussurrou, engolindo seco. “Caleb… ele se foi.”
Fiona fechou os olhos, apertando o maxilar enquanto seu estômago revirava. Dizer as palavras a deixava nauseada, com raiva e triste.
“Eu vou fazer o meu melhor para ajudá-la,” Fiona fungou. “Mas ela vai precisar da mãe para passar por isso.”
Novamente, ela olhou para sua amiga e para os monitores. Mas nada mudou. Fiona apertou o maxilar, a frustração crescendo dentro dela. O vazio em seu peito se encheu da raiva e amargura de tudo o que havia acontecido.
“Ah, vamos lá, Corrine!” Fiona gritou, lágrimas furiosas queimando em seus olhos. “Pare de ser tão egoísta!”
Ela abaixou a cabeça enquanto um soluço roubava seu fôlego.
“Eu preciso de você….” ela sussurrou com uma respiração dolorida. “Você é tudo que tenho…. Meus meninos….”
Fiona se inclinou para frente, baixando a cabeça até os joelhos, enquanto seus ombros tremiam com lágrimas pesadas. Então, respirando de forma instável, ela sussurrou: “Eles se foram.”
A raiva e a amargura se transformaram em tristeza e solidão num instante. Seu coração estava partido, sua esperança desaparecida. Ela queria ser forte, mas como poderia? Como alguém poderia?
“Eu estou completamente sozinha….” ela sussurrou.
“Não,” veio uma voz suave da porta.
Fiona ofegou surpresa e virou para ver Bell parada ali, com uma expressão gentil no rosto.
“Você não está sozinha, Fiona,” Bell disse, “você tem a nós.”
Bell entrou no quarto, segurando Ren em seus braços. Ela sorriu para Fiona.
“Você sempre terá a nós,” Bell sorriu.
Fiona levou a mão à boca, lágrimas enchendo seus olhos enquanto o calor crescia.
“Ah, sua coisinha preciosa….” Fiona sussurrou. Ela abriu os braços para eles.
Bell veio até ela e colocou Ren nos braços à espera de Fiona.
Fiona olhou para o doce bebê adormecido e sorriu, pensando em seu pai. Então, ela olhou para Bell, estendendo uma mão para ela, que Bell aceitou de bom grado.
“Obrigada,” Fiona disse. “Eu precisava disso.”
Bell assentiu.
“Eu sei,” ela disse. “Ouvi dizer que você ficou aqui a noite inteira. Achei que ajudaríamos a respirar um pouco da luz dele.”
Fiona deu uma risadinha.
“Ajuda.”
Bell sorriu.
“Eu também precisava um pouco disso,” ela disse.
Fiona olhou para cima. Ela podia ver que Bell segurava sua própria dor.
“Como você está?” Fiona sussurrou. “De verdade.”
Bell deu de ombros.
“Minha família substituta está toda em diferentes estados de emergências médicas,” ela começou. “Com um deles sendo meu próprio paciente. Meu marido está desaparecido e, pelo que eu ouvi, presumido como morto.”
Fiona apertou a mão de Bell; ela lamentou ter dito em voz alta que Galen tinha partido. Eles não tinham confirmação disso. As linhas de comunicação foram cortadas antes que a equipe dele pudesse dar notícias. Ainda era muito possível que ele estivesse vivo.
“Eu sinto muito,” Fiona sussurrou. “Eu não deveria ter dito isso.”
Bell balançou a cabeça.
“Não é nada que eu já não tenha pensado antes,” ela respondeu, limpando a lágrima que escapou do olho.
Fiona não sabia o que dizer. Ela sabia que nada que dissesse iria aliviar a mente de Bell. Especialmente quando ela lutava com os mesmos medos.
Mas ela estava preocupada. Bell era uma pessoa que lutava para compartilhar seus fardos. Quando ela e Galen se casaram, Corrine chamou Fiona de lado para garantir que ela entendesse alguns dos hábitos de Bell. Ela disse para Fiona cuidar dela, protegê-la de si mesma.
Na verdade, Fiona queria ser essa pessoa para Bell, mas pelo que ela tinha observado, só Galen conseguia realmente atravessar aquelas paredes fortes de autopreservação.
“Eu estou aqui por você,” Fiona disse, olhando para Bell. “Sempre.”
Bell olhou para Fiona, ela engoliu em seco, mas então sorriu e assentiu. Bell olhou para longe e respirou fundo. Então, limpando os olhos, ela voltou com um sorriso.
“Já está muito tarde, e fui banida para descansar um pouco,” ela disse.
Fiona deu uma risadinha. Ela se inclinou para frente e beijou a testa de Ren antes de devolvê-lo para Bell.
“Isso é uma boa ideia,” Fiona disse.
Bell olhou para Corrine, dando um sorriso gentil e sua própria oração para que ela abrisse os olhos antes de se voltar novamente para Fiona.
“Corrine está sendo monitorada de perto. Peter me avisará no momento em que ela acordar,” ela disse. “Por que você não volta para a casa comigo? Podemos descansar e voltar em algumas horas.”
Fiona olhou para Corrine e depois para Bell.
“Provavelmente é uma boa ideia,” ela disse. “Mas, quando ela acordar, quero estar com ela. Muitas coisas aconteceram, e eu só quero ter certeza de que ela está bem. Também quero checar Ashleigh.”
Bell assentiu.
“Eu entendo,” ela disse. “Mas estou instruindo alguém a trazer um colchão para você se deitar.”
Fiona riu e assentiu.
“Obrigada, você é uma garota doce.”
“É claro,” Bell disse, “como eu poderia fazer menos pela minha sogra.”
Fiona sorriu suavemente.
“Por muitos anos, eu considerei Galen meu outro filho,” ela suspirou. “Mas acho que ele nunca conseguiu realmente ver além da Luna e me aceitar como mãe.”
Ela deu de ombros, mas Bell pôde ver a decepção em seus olhos.
“Vou contar um segredo para você,” Bell disse, “Galen, por mais bobo que ele seja, é muito formal e respeitoso. Ele sempre se refere a você como a Luna em público.”
Fiona assentiu com um suspiro.
“Mas em casa,” Bell continuou. “Você é, antes de qualquer coisa, a mãe dele.”
Fiona olhou para cima, surpresa. Ela fechou os olhos com um sorriso dolorido. Lágrimas frescas escaparam de suas pálpebras fechadas enquanto seu coração sentia uma sensação quente.
“Obrigada,” ela sussurrou.