Ligada a um Inimigo - Capítulo 25
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25: Compartilhar é se Importar 25: Compartilhar é se Importar Galen agachou no corredor, cotovelos nos joelhos, descansando o queixo contra os dedos entrelaçados. Ele vinha encarando a porta reforçada e preta desde que
Ashleigh tinha entrado. Já fazia mais de uma hora.
Ele se levantou e começou a andar de um lado para o outro.
“O que eu faço?” ele se perguntou em voz alta com um suspiro pesado.
Galen esperou mais uma hora antes de se afastar da parede onde estava encostado.
“É isso,” ele declarou firmemente, “preciso verificar como está o Caleb.”
Ele se moveu rapidamente antes que pudesse mudar de ideia. Abrindo a porta, ele não tinha certeza do que esperava encontrar.
Ele ligou o celular, usando a tela como uma lanterna enquanto apontava para onde Caleb deveria estar acorrentado à parede.
Onde ele deveria ter sido acorrentado à parede.
Galen ofegou, ele rapidamente virou para a direita, depois para a esquerda. Lá ele os encontrou. Ashleigh sentada no chão, de costas contra a parede. A mão direita dela descansava em cima da cabeça de Caleb.
Caleb estava dormindo, seu corpo encolhido no chão, apenas a cabeça protegida em seu colo. Ashleigh acariciava seu cabelo suavemente, enquanto a outra mão era segurada por ele, firmemente contra seu peito.
Galen olhou para ela, que fitava Caleb. Mesmo na luz fraca do celular, Galen podia ver as marcas de lágrimas em seu rosto.
“Ashleigh?” Galen chamou.
“Ssshhh,” ela sussurrou de volta. “Ele está exausto.”
“Você está bem?” Galen sussurrou.
Ela olhou para cima e deu a ele um sorriso triste.
“Estou cansada,” ela sussurrou de volta, a voz embargada.
“Eu posso cuidar dele,” ele respondeu.
“Não,” ela sorriu, balançando a cabeça, “se eu sair, ele vai saber. Ele se esgotou lutando contra a atração, agora seu corpo está usando todas suas reservas de energia para
se curar das algemas.”
Galen olhou de volta para as correntes, e novamente para o casal no chão.
“Você deixou ele descer?” Galen perguntou preocupado.
“Eu tive que fazer isso; você não me seguiu para dentro.” ela riu.
“Sinto muito, minha Luna!” Galen gritou se desculpando.
“Ssshh!” ela sussurrou alto.
“Desculpa,” ele sussurrou.
“Tudo bem, você não era para ter vindo,” ela sorriu para ele. Seus olhos desviaram de volta para Caleb, acariciando seu cabelo mais uma vez. “Isso era algo que só nós poderíamos fazer.”
Galen assentiu, observando-os por um momento. Apesar de estar preocupado com seu amigo, ele sentiu um alívio no peito ao vê-los juntos assim.
“Galen,” ela chamou sua atenção mais uma vez.
“Sim?” ele respondeu.
“Nada mudou,” ela sussurrou. Sua voz tremia.
“O que você quer dizer?” Galen perguntou cautelosamente.
“Eu não sou a sua Luna,” ela respondeu com um pequeno soluço na voz.
Galen olhou para o rosto adormecido de Caleb. Ele parecia contente. Galen sentiu uma tristeza aflorar em seu coração.
“Eu não entendo,” ele sussurrou enquanto lágrimas quentes se formavam em seus olhos.
Ashleigh soltou uma risada miserável.
“Você já teve o coração partido, Galen?” ela perguntou suavemente após tomar um fôlego profundo.
Suas palavras atingiram Galen fortemente enquanto ele se acalmava. O peso da mão de seu pai em seu ombro ainda parecia fresco, como se Galen ainda estivesse vivendo aquele momento. Ele não tinha entendido o peso disso na época, mas já havia se gravado em sua alma para sempre.
“Todo mundo já teve, né?” Galen respondeu, afastando a lembrança.
“Não,” Ashleigh sorriu, “até agora, eu nunca havia conhecido a desilusão amorosa.”
Galen se sentiu cansado de repente. Ele se sentou no chão na frente dela. Olhando para Caleb novamente, verificando se ele ainda estava dormindo. Um sorriso doloroso surgiu em seus lábios; seu Alfa nunca tinha parecido tão em paz.
“Conheci meu companheiro quando eu tinha dezesseis anos,” ela começou com um sorriso na voz. “Eu não podia acreditar quão sortuda eu era. Eu conhecia lobos que estavam no fim de suas vidas e nunca haviam encontrado os seus.”
Galen fechou os olhos ouvindo suas palavras como armas cortando lentamente seu melhor amigo.
Ashleigh olhou para baixo, para Caleb, e seu rosto se contorceu em uma expressão de dor. Ela continuou a passar os dedos pelo cabelo dele enquanto falava.
“Se não fosse pelas tradições da minha alcateia, eu já estaria casada há dois anos,” ela disse fungando.
Ashleigh tirou um momento para deixar sua mente vagar por aquele pensamento. Ela se viu com Granger, em uma casa própria e um filhote em seus braços. Ele sorria para ela, o sorriso doce que ele só mostrava para ela. Ele beijou o bebê e depois ela.
Ela apertou os olhos com força, soltando um soluço.
“Eu não sabia,” ela disse com dor. “Eu nunca soube que poderia doer tanto sentir amor.”
“O que?” Galen perguntou, abrindo os olhos para olhar para ela confuso.
Ashleigh tomou um fôlego profundo, ela retirou a mão do cabelo dele, um grito suave escapou dos lábios dele. Ela enxugou suas lágrimas e então voltou a acariciar suavemente seu cabelo.
“Deixa pra lá,” ela sussurrou. “Você pode ir. Volte antes do amanhecer e me deixe sair.”
“Mas—” Galen começou, querendo pedir que ela continuasse a conversa.
“Há coisas que precisam ser ditas,” ela respondeu, “mas eu preciso dizer para ele.”
Galen olhou para Caleb, que ainda segurava firmemente a mão dela contra seu peito.
Pelo menos enquanto Caleb sonhava nesta noite, ele podia sentir o laço deles sem dor.
***
Lentamente, o mundo estava voltando para ele, seu corpo estava pesado, suas pálpebras lutavam contra a abertura.
Ele cheirou algo familiar. Era terroso e amargo. Café.
Caleb abriu os olhos; o mundo estava de lado. Ele se sentou esperando sentir tontura, mas nenhuma tontura veio. Ele sentia o peso do sono mas nada mais.
Ele alcançou o café antes de perceber que podia.
“Onde estão as correntes?” ele pensou consigo mesmo.
Ele olhou em volta da sala, a porta estava aberta, ele estava no chão a dois pés de distância das correntes. Olhando para seus pulsos as queimaduras estavam quase curadas, o que significava que ele tinha sido solto das correntes por pelo menos quatro ou cinco horas.
Caleb saboreou o café; o amargor era um gosto bem-vindo em sua língua. Ele tentou juntar sua memória, mas tudo o que conseguia pensar era o quão próximo
ele havia chegado de perder o controle. Ele se lembrava de colocar as correntes, lembrava-se do inferno em sua pele e da sensação sufocante.
“Ei, você acordou!” Galen chamou da porta.
Ele segurava duas caixas em suas mãos, pelo cheiro Caleb sabia que era café da manhã. Ele pegou a caixa que foi oferecida a ele. Dentro havia ovos, bacon, linguiça e torradas de sourdough. Eles estavam empilhados altos, com comida suficiente para alimentar duas pessoas.
Caleb devorou a caixa inteira; ele até roubou um pedaço de torrada do Galen.
“Cara!” Galen riu enquanto Caleb roubava sua torrada.
“Compartilhar é se importar,” Caleb respondeu.
“Certo, tudo bem.”
Eles sentaram em silêncio enquanto comiam. Caleb focou sua atenção no café enquanto Galen terminava a refeição.
“Ela esteve aqui,” Galen declarou.
“O quê?!” Caleb engasgou enquanto se engasgava com o líquido quente.
“Acho que você realmente não se lembra.” Galen riu.
“O que aconteceu?”
“Vocês dois foram afetados pela lua cheia. Acho que Ashleigh foi atraída por você. Ela encontrou o quarto e entrou. Você parecia que estava morrendo
quando ela chegou, mas ela também parecia bem abalada.”
Caleb escutou atentamente. Por que ele não conseguia se lembrar de nada disso?
“Eu os deixei sozinhos, foi cerca de duas horas antes que eu entrasse. Quando entrei, ela tinha tirado você da parede. Você estava dormindo no chão, ela sentada ao seu lado.”
Galen desviou o olhar de Caleb enquanto dizia a última frase.
“E depois?” Caleb perguntou.
“Depois, eu não sei. Quando ela saiu, ela disse que vocês dois precisavam conversar.”
O coração de Caleb tinha pulado várias batidas desde o dia em que ele conheceu Ashleigh, agora ele se perguntava se tinha parado completamente. Até agora, eles haviam evitado qualquer conversa sobre o laço que compartilhavam. Agora, parecia que ela queria falar sobre isso.
Caleb se levantou rapidamente de seu assento no chão, correu para fora da porta e pelo corredor.
“Caleb! Espere!” Galen chamou atrás dele.
Sua mente estava acelerada, por que ela tinha vindo até ele? Ela tinha decidido aceitá-lo? Ele queria aceitá-la?
Cada pergunta alimentava seu desejo de encontrá-la.