Ligada a um Inimigo - Capítulo 16
- Home
- Ligada a um Inimigo
- Capítulo 16 - 16 Muito Cedo pela Manhã 16 Muito Cedo pela Manhã Após a
16: Muito Cedo pela Manhã 16: Muito Cedo pela Manhã Após a conversa sobre o laço de companheiros, Bell havia se desculpado para ir ao banheiro. Quando voltou, Renée já tinha retomado a conversa sobre o casamento e seus sonhos com seu futuro companheiro. Ashleigh não conseguia evitar de olhar de vez em quando para Bell, procurando sinais daquela tristeza que tinha vislumbrado.
Mas ela nunca voltou.
Bell sorria e ria. Fazia piadas e participava da conversa como qualquer outro dia. Ashleigh se perguntava se poderia ter imaginado isso.
Ao final da noite, as garotas adormeceram assistindo uma comédia romântica que Renée havia escolhido. Quando Ashleigh acordou para sua corrida, esperava ser a única acordada, mas notou que o lugar de Bell no sofá estava vazio.
Depois de se preparar para sair, ela saiu no ar frio da manhã e encontrou Bell sentada na varanda com uma caneca na mão.
“Oi,” Ashleigh chamou baixinho.
“Oi,” Bell respondeu com um sorriso suave.
“Por que você está acordada tão cedo?” perguntou Ashleigh enquanto continuava seus alongamentos.
“Eu poderia te fazer a mesma pergunta,” Bell começou, antes de sorrir e continuar, “mas eu não vou. Porque todos nós sabemos que Ashleigh gosta de dar uma corrida matinal antes de ir para o treinamento da manhã. Seguido por um treino no meio da manhã antes do seu treino de combate no final da manhã, etc, etc.”
Ashleigh revirou os olhos. Ela estava acostumada com esse tipo de piada. Bell nunca entendeu por que ela trabalhava tão duro em seu treinamento e habilidades de combate. Para Ashleigh, era sobre provar seu valor e ser o melhor pelo bem da matilha.
“Você sabe que você é mais do que bem-vinda para se juntar a mim em qualquer ponto dessa programação,” provocou Ashleigh.
“Um dia, talvez,” Bell respondeu baixinho.
Lá estava novamente. A tristeza que Ashleigh tinha vislumbrado na noite anterior estava de volta, mesmo que por um momento.
“Bell,” Ashleigh começou em direção à amiga, mas foi rapidamente interrompida quando uma voz familiar chamou por ela.
“Ashleigh,” Granger chamou.
Ela se virou e o viu a alguns metros de distância, caminhando em sua direção. Por um momento, ela achou estranho não ter sentido sua aproximação.
“Granger, o que você está fazendo aqui?” ela perguntou.
“Eu senti sua falta.” Granger sorriu enquanto se aproximava dela e pegava sua mão.
Ela sorriu enquanto ele pegava sua mão e a beijava levemente.
“Se me dão licença,” Bell declarou enquanto se levantava da cadeira, “é muito cedo para lidar com esse nível de doçura.”
Ela sorriu enquanto passava por eles de volta para dentro de casa. Ashleigh observou ela por um momento, considerando se deveria segui-la e descobrir o que estava deixando ela triste. Granger puxou levemente a mão dela, trazendo sua atenção de volta para ele.
“Oi,” ele começou, “o que está acontecendo?”
“O que você quer dizer?” Ashleigh perguntou.
“Só, você não parece feliz em me ver.” Ele respondeu.
“Não, claro, eu estou feliz em te ver,” Ashleigh respondeu com um sorriso genuíno. Ela estendeu os braços e puxou ele para perto num abraço apertado. “Eu só fiquei surpresa.”
“É só isso?” Granger perguntou após eles se afastarem do abraço.
“O que mais poderia ser?” Ela perguntou.
“Eu não sei, Ash,” Granger afirmou, com uma seriedade em sua expressão que deixou Ashleigh confusa.
“O que está acontecendo, Granger?”
“Eu só pensei que você estivesse brava comigo, ou talvez algo estivesse errado,” o tom dele estava ficando agressivo.
“Ok,” Ashleigh respondeu, sentindo-se desconfortável com sua mudança de atitude. “Mas, por quê? O que eu fiz?”
“Eu esperei acordado por você,” ele respondeu, prendendo a atenção dela com seu olhar intenso, “nenhuma ligação, nenhuma mensagem. Nada.”
Ashleigh não conseguiu segurar a risada constrangida escapando dela.
“É só isso?” ela riu. “Me desculpe, eu te disse que íamos ficar acordadas até tarde. Eu adormeci enquanto assistíamos um filme. Eu não quis. Eu só esqueci.”
“Não é engraçado para mim, Ashleigh,”
Ela sabia que ele falava sério, seu tom, olhos e expressão. Tudo indicava a mesma coisa—ele estava irritado.
“Eu realmente sinto muito. Foi um erro honesto,” Ashleigh respondeu suavemente. Dando um passo inconsciente para trás dele.
Seus olhos acompanharam o movimento dela, e de repente seu comportamento todo mudou. Primeiro, ele riu, uma risada leve e cheia de alegria. Em seguida, ele levantou as mãos e agarrou os ombros dela brincalhão.
“Oh Ash, me desculpe, eu exagerei,” ele riu.
Ashleigh ficou atônita, sem ter certeza do que estava acontecendo. Ela não conseguia nem encontrar palavras para responder.
“Me desculpe, eu não te assustei, não é? Eu só queria te chatear um pouco.” Granger deu a ela um desses sorrisos gentis que ela conhecia tão bem.
“Você… não está bravo?” ela perguntou cautelosamente.
“Não, querida. Me desculpe, de verdade. Eu não achava que você levaria tão a sério.” Ele riu e levantou a mão até o rosto dela com ternura.
Ela o observou cuidadosamente. Esse era o Granger que ela conhecia e amava, brincalhão, alegre. Claro, ele estava brincando — uma piada ruim — mas era uma piada mesmo assim. Ashleigh sentiu-se boba por ter levado ele a sério.
Ashleigh finalmente sorriu de volta para ele.
“Eu realmente pensei que você estava falando sério,” ela admitiu com uma risada constrangida, “agora eu me sinto um pouco ridícula.”
Granger sorriu e moveu a mão até o cabelo dela, puxando-a para ele. Ela se apoiou com as mãos no peito dele enquanto ele envolvia o outro braço em torno da cintura dela. Ele esfregou o nariz gentilmente contra o dela e pressionou suas testas juntas.
“Minha companheira não é ridícula,” ele sussurrou.
Ele a beijou suavemente.
Ashleigh beijou ele de volta outra vez, sentindo aquele calor suave rolando sobre sua pele e preenchendo seus sentidos com sua familiaridade. Novamente, ela se sentiu derretendo contra ele, suas mãos subiram ao longo do peito dele para envolver seu pescoço, e ela aprofundou o beijo.
Ele a soltou com um rosnado suave que enviou um arrepio pela espinha dela e a fez sorrir para ele.
“Então, que tal irmos para aquela corrida agora,” Granger disse, sua voz um pouco mais profunda que o normal.
Ela sentiu o rubor subir pelo seu rosto enquanto assentia com a cabeça em concordância e rapidamente saiu da varanda com uma risada.
Eles correram juntos por vários quilômetros, conversando e rindo enquanto corriam. Eles falaram sobre o casamento; Granger estava interessado em ouvir sobre os detalhes da cerimônia, o que agradou Ashleigh tremendamente.
Eles pararam para uma pausa rápida quando se aproximaram da fronteira nordeste, onde encontraram parte da cerca caída. Não era incomum.
Esse lado da montanha tinha relativamente mais vida selvagem do que qualquer outro. Os ursos eram particularmente destrutivos para os postes da cerca.
Granger começou a pegar os destroços enquanto Ashleigh continuava amarrando o que restava. Depois disso, eles enviariam uma equipe de reparo para consertar adequadamente, mas eles não podiam simplesmente deixá-la aberta por enquanto.
“Um mês ainda parece muito tempo para esperar.” Granger sorriu enquanto entregava a Ashleigh outra tábua de madeira.
“Não falta muito agora,” Ashleigh sorriu de volta. “Os detalhes finais estão sendo resolvidos, e vai chegar antes que você perceba.”
“Detalhes finais, hein? Então isso significa que todos os convites já foram enviados?” Granger perguntou enquanto empilhava os restos da cerca.
“Quase. Todos eles foram preparados e estão prontos para ser enviados, mas ainda estamos verificando se ninguém foi esquecido.”
“Eu entendo, e há convidados surpresa que eu deveria saber desta vez?” ele perguntou, agora em pé atrás dela.
Ashleigh parou o que estava fazendo. Fechou os olhos e respirou fundo antes de se levantar e se virar para ele.
“Granger, você sabe por que Caleb foi convidado para—” ela começou.
“Oh,” Granger interrompeu, “é só Caleb agora? Não é Alfa Caleb, você está próxima o suficiente agora que é só Caleb.”
“Claro que não. Nós não somos próximos, Granger. Você sabe disso!” Ashleigh se defendeu.
“Bem, na verdade, Ash, eu não sei disso. Eu ainda não entendo realmente por que você o convidou, mas mais do que isso, por que você não me disse antes.” Ele cruzou os braços sobre o peito enquanto falava.
“Me desculpe, eu deveria ter te contado. Eu só não pensei nisso,” Ashleigh suspirou.
“Eu fiquei completamente surpreso, Ashleigh!” Granger rosnou para ela.
Ashleigh estava surpresa com a raiva dele, mas uma parte dela esperava isso. Aconteceu apenas duas semanas mais tarde do que o esperado. Ele tinha todo o direito de estar chateado com ela, e ela sabia disso. No entanto, ela queria ouvir, dar a ele a atenção e o respeito que ele merecia.
Mas algo a incomodava.
“Granger,” Ashleigh disse baixinho.
“Olha, Ash, eu sei, ok, eu sei que você não quis dizer nada com isso, e era diplomacia e tudo mais. Eu sei, mas—” Granger respondeu de volta.
“Granger!” Ashleigh gritou, finalmente capturando sua atenção. Embora ele a olhasse com incredulidade, ela nunca elevava a voz.
“Ash?”
“Granger, olha,” ela sussurrou. Ashleigh estava parada ainda, mas apontava para os restos da cerca. “Olhe para a cerca.”
“Ok? E daí?” Granger perguntou, olhando na direção que ela estava apontando.
Os destroços estavam espalhados ao redor de uma brecha na cerca de quatro metros de largura, pedaços de madeira estilhaçada por toda parte.
“Isso acontece o tempo todo, Ash. Os ursos simplesmente destroem a cerca em vez de escalar às vezes. Então não é um grande problema.”
“Onde estão as marcas de garras então?” Ashleigh respondeu baixinho.
Granger deu um passo mais próximo e se ajoelhou ao lado dos destroços. Agora que ela disse isso, ele também viu. Cortes lisos, lascando pela força do impacto.
Não havia marcas de garras. Essas tábuas foram derrubadas por armas.
Ele se virou para dizer a ela o que viu, justo a tempo de ver algo passando por ele em direção a ela, mas tarde demais para perceber que era uma flecha.