Liberar-me, Amar de Novo-O Casamento Relâmpago com o Sr. CEO - Capítulo 635
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Capítulo 635: Era ele.
Arwen ficou surpresa. “O acidente que eu tive quando estava no Colégio Cralens?” ela perguntou, como se apenas buscasse confirmação.
Aura assentiu.
“Mas como isso é possível?” A voz de Arwen estava cheia de descrença. “Foi Ryan quem me levou ao hospital.”
Ela pode ter esquecido muitas de suas memórias, mas uma coisa que ela lembrou vividamente foi acordar e ver Ryan sentado ao seu lado. Sua mãe o apresentou então, dizendo a ela que foi ele quem salvou sua vida.
O momento foi decisivo para ela.
Deu a Catrin uma razão válida para fazê-la se sentir em dívida com ele, e forçá-la a se aproximar de Ryan —de bom grado. Se nada mais, pelo menos como amiga.
Ele a levou ao hospital e a salvou naquele dia. Agradecê-lo era algo que ela sentia que devia a ele. Mais tarde, essa crença serviu como a razão pela qual ela concordou em ficar noiva dele.
Não inteiramente por gratidão, mas porque Catrin insistiu que ele merecia ela, porque uma vez a salvou. E com ele, ela estaria segura. Como antes, ele sempre viria para protegê-la.
Ela olhou para Aura agora, seu olhar piscando, buscando uma resposta —uma que pudesse ajudá-la a entender o que estava faltando todos esses anos.
Foi Aiden quem a salvou naquele dia? E não Ryan?
Talvez Aura entendesse a tempestade dentro dela. Ela colocou a mão gentilmente sobre a dela na mesa e deu um pequeno aceno. Então seu olhar aprofundou-se, voltando-se para dentro enquanto seguia pelo caminho das memórias para revisitar aquele dia terrível.
“Sim,” Aura disse suavemente. “Eu vi com meus próprios olhos.”
Ela deu um momento antes de continuar.
“Quando ele entrou correndo para te encontrar, eu não sabia quem ele era. Mas eu vi o desespero em seus olhos. Ele parecia alguém que estava te procurando em todos os lugares, apavorado que algo pudesse ter acontecido. Ele perguntou ao professor sobre você, mas como você não tinha aparecido na escola, o professor também não sabia de nada.”
A voz de Aura tremeu ligeiramente enquanto a memória retornava.
“Ele saiu depois disso —mas algo sobre isso não me caiu bem. Eu não podia me concentrar, senti esse… desconforto. Então, inventando uma desculpa, eu o segui. Eu chequei ao redor do campus mas não conseguia te encontrar. Foi aí que eu saí para procurar mais longe.”
Ela lembrou disso em detalhes porque aquele dia a traumatizou.
Ela tinha visto o acidente acontecendo bem na frente de seus olhos. Como poderia esquecer?
Ela olhou para Arwen, e tudo parecia um pesadelo. Mas ela sabia que não era. Ela tinha visto acontecer com seus próprios olhos. Sua mão se fechou sobre a de Arwen enquanto lutava para manter a compostura.
“Depois de procurar por um tempo, finalmente te vi caminhando ao longo da estrada, um pouco longe. Eu ia chamar seu nome quando um caminhão passou rapidamente na minha visão. Eu não conseguia te ver, mas ouvi alguém gritar um nome aos berros. Lua.”
Arwen ofegou. Aquele nome. Ela não lembrava de ninguém chamando ela assim, exceto Aiden. Ela esperou e escutou enquanto Aura continuava a narrar tudo.
“E então —quando o caminhão se afastou, eu te vi caída na estrada numa poça de sangue. A uma distância. A multidão se reuniu, mas eu não conseguia me mover ou reagir. Eu fiquei lá por um longo tempo, até que vi ele sair da multidão, carregando você em seus braços, inconsciente.”
Arwen não sabia por quê, mas lágrimas ardiam no canto de seus olhos quanto mais ela ouvia. Sua garganta apertou, e suas mãos ficaram suadas.
Aura a observou, respirando fundo. “Mais tarde, quando fui te visitar no hospital, era Ryan lá. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, todos já acreditavam que ele era quem te salvou. Eu até disse à sua mãe que parecia haver uma confusão, mas ela estava firme sobre Ryan. Então, eu pensei que talvez eu tivesse visto errado. Afinal, tudo aconteceu tão rápido, e o garoto que eu vi não estava em nenhum lugar no hospital. Eu tomei como minha imaginação.”
“Só quando eu o vi com você da última vez na loja, percebi que não era nenhuma imaginação, mas ele realmente existia neste mundo. Eu pensei em te contar naquela noite mesmo, mas então eu não tinha certeza.”
Ela disse tudo, e Arwen olhou para ela. Sua expressão era difícil de ler, mas antes que Aura pudesse perguntar o que ela estava pensando, ela ouviu ela falar.
“Era ele, Aura. Era ele.”
Aura piscou. “Você acredita.”
Arwen sorriu e assentiu. “É claro que acredito.” Ela então tirou sua mão do aperto e lentamente empurrou a cadeira para levantar-se. “Obrigada por me ajudar a descobrir isso, Aura. Isso me ajudou a entender algo com que eu estava lutando há muito tempo.”
Aura não sabia do que ela estava falando. Mas havia algo que ela queria perguntar.
“Arwen, nós vamos continuar as mesmas? Você é uma amiga que eu não posso suportar perder.” Ela perguntou, levantando-se lentamente da cadeira. Sua emoção estava claramente refletida em seus olhos —culpa misturada com medo.
Arwen a encarou. “Aura,” ela começou lentamente. “Eu não esperava que meus amigos mentissem para mim. Mas você mentiu —não uma vez, mas várias vezes. Mas mesmo assim, …” ela pausou para dar um pequeno e gentil sorriso. “Eu acredito que suas mentiras não foram para me enganar. Eu reagi exageradamente. Afinal, você também era uma criança e, em idade jovem, todos nós ficamos com medo. Eu não te culpo, mas espero que depois disso, sejamos sinceras uma com a outra.”
Os olhos de Aura se encheram de lágrimas. Olhando para ela, ela assentiu. “Claro. Eu não posso mentir para minha amiga nem para minha parceira de negócios.” Ela levantou os três dedos. “Eu juro, não vou mentir para você nunca mais.”
Arwen sorriu antes de checar a hora em seu relógio. “Está ficando bem tarde agora. Eu vou embora agora.”
Ela não encontrou tudo. Mas o que encontrou foi suficiente para ajudá-la a descobrir o resto.