Liberar-me, Amar de Novo-O Casamento Relâmpago com o Sr. CEO - Capítulo 617
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Capítulo 617: Não a desafie.
Embora Arwen tivesse acabado de sair da sala, assistir à sua figura se distanciar perturbou o coração de Aiden.
Seu rosto escureceu, e seus maxilares se apertaram.
“Aiden,” Selene chamou suavemente.
Seu olhar se voltou para ela — frio e afiado.
Ela quase se encolheu, mas rapidamente se recompôs.
“Você já cuidou do ferimento dela. Ela ficará bem. Não se preocupe —”
“O que você disse para ela, Selene?” Aiden interrompeu, recusando-se a seguir em círculos.
Selene piscou para ele, fingindo completa confusão. “O que você quer dizer, Aiden?” Suas sobrancelhas se arquearam enquanto ela apontava um dedo para si mesma. “Você está sugerindo que eu disse ou fiz algo para magoar ela?” Seus olhos se arregalaram em descrença enquanto ela balançava a cabeça. “Como você pode sequer pensar algo assim?”
Aiden não respondeu. Ele apenas continuou olhando para ela.
Selene lembrou-se de como ele havia olhado para Arwen mais cedo. Seus olhos estavam sombrios — mas não eram cruéis. Haviam suavizado, demostrando preocupação, até mesmo ternura.
Mas agora, olhando para ela, ele não era nada além de distante. Frio. Insensível.
“Não consigo acreditar, Aiden,” ela disse, soltando um suspiro seco. “Estou assim na cama e você acha que eu fiz algo a ela. Para sua paz de espírito, deixe-me dizer isso claramente: não foi ela quem agiu sem motivo. Ela jogou a estatueta no chão. Não fui eu. Eu não tinha levantado da cama. Como você pode me olhar como se eu fosse quem a machucou?”
Ainda assim, Aiden não disse nada. Não porque estivesse se segurando… mas porque estava lhe dando a chance.
As chances que ele lhe devia.
Dando-lhe um último olhar, ele se virou para sair.
Assim que deu um passo à frente, sua voz o parou novamente
“Aiden,” ela disse, mais suave desta vez, quase um sussurro. “Por que você está me tratando assim? Você não me tratava dessa forma antes. O que mudou tanto agora? Você se esqueceu de mim, ou esqueceu —”
“Eu não esqueci nada, Selene,” Aiden interrompeu, ainda de costas para ela. “E não vou esquecer.”
“Ele fez uma pausa, então continuou.
“Tudo que você pedir —eu vou garantir que você receba, desde que seja meu para lhe dar, assim como eu havia prometido.”
Ele olhou por cima do ombro, sua expressão indecifrável.
“Mas você também precisa lembrar de algo.”
“Toda promessa tem um limite. Até mesmo a minha.” Seus olhos se tornaram afiados. Claros e definitivos. “Arwen é minha única esposa —e também minha linha de fundo. Não ultrapasse ela, Selene. Ou eu posso esquecer o que lhe devo.”
O silêncio que se seguiu foi esmagador. Selene ficou congelada, sua expressão lentamente se desmoronando. Ele não esperou por sua resposta.
Sem mais uma palavra, Aiden saiu. Ele parou na porta, apenas para dizer, “Além disso — o médico disse que você desmaiou de exaustão. Descanse bem esta noite. Senhor Jones vai organizar alguém para te levar de volta amanhã. Ele também designará alguém para te ajudar a se instalar durante sua estadia em Cralens.”
Antes que Selene pudesse protestar, a porta se fechou atrás dele com um clique suave, mas firme.
————
Lá fora, o corredor estava escuro, a casa silenciosa — silenciosa demais.
Aiden olhou para Senhor Jones e disse baixinho. “Envie alguém para limpar o quarto.”
Senhor Jones fez um pequeno aceno, então estendeu um rolo de gaze. O olhar de Aiden caiu sobre ele, e suas sobrancelhas se arquearam — lembrando que Arwen não o deixou terminar de vestir seu ferimento.
Ele pegou o rolo, prestes a ir embora, quando o Senhor Jones falou gentilmente, “Senhor, mal-entendidos corroem mesmo os laços mais fortes. O seu ainda está se formando.”
Quando viu Aiden olhando para ele, continuou, “Você aprendeu a receita de massa com a falecida senhora para que pudesse cozinhar para a dama. Mas mesmo essa sinceridade sua … está em risco de ser mal interpretada. Isso não está certo. Você não pode deixá-la entender errado algo tão pequeno — não quando seu amor é tão evidente.”
Aiden não respondeu de imediato. Ele sabia. Sabia melhor do que ninguém; não queria que Arwen o entendesse mal. Mas em algum lugar, ele já estava falhando.
A maneira como ela se afastou dele mais cedo era a prova disso.
No entanto, no fundo, ele segurava algo mais forte que o medo.
Uma confiança silenciosa e inabalável.
Que nada — nem mesmo o tempo, nem mesmo o destino — poderia separá-los.
Nem mesmo a morte.
E ele escolheu continuar acreditando nisso, enquanto fazia ela acreditar no mesmo.
“Ela esqueceu disso, Senhor Jones,” Aiden disse por fim, sua voz baixa. “Não mencione na frente dela. Em hipótese alguma.”
Senhor Jones hesitou, descrente, mas deu um pequeno aceno.
Aiden olhou para a gaze, depois se virou e caminhou pelo corredor.
Seus passos pararam quando ele alcançou o quarto principal.
Empurrando a porta, encontrou as luzes já apagadas.
Ele franziu a testa — Arwen sempre mantinha um abajur aceso. Mas naquela noite, o quarto estava iluminado apenas pela pálida prata do luar.
Ele ficou na porta por mais um segundo, observando sua forma imóvel na cama. Sem movimento. Sem som.
Ele entrou, lentamente. O ar parecia mais pesado que o usual.
Ao se aproximar, ele a viu deitada do lado dela da cama, de frente para a janela. Seus olhos estavam fechados, lábios levemente cerrados.
Um sorriso suave puxou os cantos de sua boca enquanto ele se abaixava ao lado dela.
Ela parecia tranquila — nada como a tempestade que carregava quando saiu.
Ele estendeu a mão, puxando gentilmente o cobertor para verificar sua mão.
Ela tinha dito que cuidaria disso sozinha.
Mas, assim como ele esperava — ela não tinha feito.
A ferida permanecia intocada. Sem curativo.
Balançando a cabeça, ele cuidadosamente enrolou sua mão na gaze, seus dedos rápidos mas gentis. Uma vez terminado, ele ajustou sua mão, certificando-se de que ela estava confortável.
Assim que ele se levantou e estava prestes a se virar e ir embora, uma mão agarrou a dele, parando-o.
Ele parou.
Virando-se, encontrou seus olhos abertos — olhando diretamente para os dele, como se esperasse por algo.
“Você não tem algo para me perguntar?”