Capítulo 495: Podemos ter filhos juntos?

Depois de ajudá-la a tomar banho, Aiden envolveu Arwen no roupão e a trouxe delicadamente para fora do banheiro.

Indo direto para a penteadeira, ele a sentou antes de se mover atrás dela para secar seu cabelo.

Arwen deixou que ele cuidasse dela em silêncio, observando seu reflexo no espelho.

Depender dele sempre foi reconfortante. Mas até que ponto… ela finalmente descobriu hoje.

Isso não a fazia sentir-se como um fardo —pelo contrário, fazia-a sentir-se amada.

Ele se abaixou novamente, pronto para levantá-la, quando ela o interrompeu.

“Minhas pernas não estão torcidas,” ela disse com uma risada suave, captando seu gesto de cuidado excessivo. “Elas estão funcionando bem. Posso andar.”

No entanto, a expressão de Aiden permaneceu séria.

“Está bem. Deixe-me fazer isso hoje. Você ainda não está na sua melhor forma.”

“Eu estou melhor agora, marido,” ela disse, segurando sua mão com um sorriso.

“Você me fez sentir melhor com seu calor e cuidado. Então, está tudo bem se, por um tempo, em vez de cuidar de mim… você cuidar de si mesmo.”

Então seu olhar recaiu sobre ele.

“Você está encharcado. Se permanecer assim por mais um momento, pegará um resfriado.”

Ela se levantou e lentamente levantou a mão para desabotoar a camisa dele. O tecido, úmido de antes, colava-se firmemente à sua forma —definindo cada músculo, cada contorno.

Seus dedos roçaram contra seu peito enquanto ela desabotoava o primeiro botão, depois o próximo.

“Você estava muito bonito esta noite,” ela murmurou. “Mas eu não tive uma boa visão.”

Sua voz não era intencionalmente sedutora, mas carregava um calor… uma suavidade entrelaçada com um desejo silencioso. Especialmente quando combinada com seu olhar demorado.

“É bastante lamentável, sabe?”

A mandíbula de Aiden tensionou ligeiramente, seus músculos flexionando com contenção.

Notando isso, os lábios dela se curvaram em um sorriso involuntário. Ela não pretendia provocá-lo… mas, agora que o fizera, não pôde deixar de aproveitar.

“Está afetando você?” ela perguntou, seus dedos descendo sobre seus abdominais. “Está—”

Antes que ela pudesse terminar, suas mãos foram gentilmente, mas firmemente, seguradas.

Ele não as afastou. Ele não a afastou.

Ao invés disso, ele simplesmente pressionou a mão dela contra ele, deixando-a sentir.

“Lua, você está brincando com fogo,” ele disse, sua voz baixa e perigosamente calma. “E esta noite… você pode não ser capaz de lidar com isso.”

Ele sabia disso. E é por isso que ele estava se segurando.

Aquela contenção silenciosa, seu cuidado altruísta… derreteu algo dentro dela.

Não era nada novo. Ele sempre era assim.

Sempre colocando o conforto dela acima do seu desejo.

O olhar de Arwen suavizou. Ela gentilmente puxou suas mãos de volta e deu um passo atrás, “Tudo bem. Não vou brincar então,” disse ela, fazendo beicinho levemente. “Mas você precisa ir e se refrescar. Agora.”

Ela gesticulou em direção ao banheiro e disse, “Vá. Não demore mais, ou realmente pegará um resfriado.” Ela o empurrou delicadamente naquela direção. “Vou esperar por você. Então, venha logo.”

Aiden olhou para o rosto dela por um segundo, como se estivesse confirmando algo. E quando estava seguro, assentiu, dirigindo-se ao banheiro.

Arwen o observou desaparecer e, então, virando-se, olhou para si mesma no espelho. Seus olhos pareciam inchados, mas seus lábios já podiam se curvar agora.

Ele estava certo. Ela havia chorado o suficiente hoje…

Depois de hoje, ela não choraria mais por isso. Catrin Quinn não poderia mais machucá-la.

Com aquela determinação fervendo em seus olhos, ela se observou uma última vez no espelho antes de virar e seguir para o closet.

Depois de um tempo, ela voltou e se sentou na cama. Suas costas repousavam contra o travesseiro enquanto ouvia o som da água vindo do banheiro.

E não demorou muito para que cessasse.

A porta do banheiro deslizou e revelou Aiden novamente, vestido em seu roupão.

“Você terminou?” ela perguntou, ouvindo-o murmurar.

“Vou me trocar primeiro.” Com isso, ele foi para o quarto de closet. E Arwen o observou novamente. Ele entrou e depois apareceu de volta em pouco tempo, vestindo um par de calças de moletom confortáveis e uma camiseta.

Um olhar e qualquer um poderia dizer que ela estava esperando por ele.

Como Aiden não poderia?

Andando até a cama, ele perguntou, “Você tem algo a dizer?”

Arwen o encarou antes de assentir. “Eu queria me desculpar pelo que aconteceu esta noite. Você não merecia testemunhar o que presenciou. Minha mãe —sua grosseria, aqueles comentários rudes —você não fez nada para merecer isso.”

“Eu merecia cada pedacinho disso,” ele disse, acomodando-se ao lado dela.

Ela não entendeu e olhou para ele com olhos cheios de perguntas.

Para isso, ele assentiu mais firmemente. “Sim, eu merecia —por deixá-la sozinha para enfrentar tudo aquilo,” ele disse, e Arwen percebeu de onde isso estava vindo.

Enquanto ela lamentava sua dor, ele se culpava por tudo.

Como ela não percebeu?

Balançando a cabeça, ela rapidamente disse, “Não, você não é responsável por isso, marido.” Ela se virou para ele, desesperada para que ele entendesse. “Você não é. Você não estava lá —não porque queria me deixar lidar com isso sozinha. Mas sim porque não tinha escolha. Seu trabalho era importante, caso contrário, você nunca faria isso.”

Aiden balançou a cabeça. “Nada é mais importante do que você.”

“Não,” ela suspirou suavemente, segurando seu rosto. Ela não havia notado antes, mas seus olhos estavam tristes com dor e arrependimento. “Eu sei que você me coloca acima de tudo. Mas não é necessário ser sempre assim. Embora você se culpe agora, não é como se eu não soubesse que você fez isso por mim.”

Arwen continuou, olhando nos olhos dele. “Você poderia ter caminhado comigo hoje e feito todos falarem sobre nosso casamento. Mas com propósito, você escolheu aparecer depois para que o encanto da minha conquista tivesse tempo suficiente para ser reconhecido. As coisas simplesmente não saíram do jeito que pensávamos. Não foi sua culpa. Você não quis isso. Então não se culpe.”

“Não foi você,” ela balançou a cabeça para ele, instando-o a entender. “Foi minha mãe.”

Aiden também sabia disso, mas ainda assim se culpava.

Arwen se aproximou dele, inclinando-se em seu abraço. Ela ficou ali por um tempo, sem dizer nada, apenas pensando profundamente em algo.

O silêncio permaneceu entre eles por um bom tempo antes que ela finalmente falasse, “Aiden, podemos ter filhos juntos?”