Capítulo 754: Adeus-I
Venervy caminhava de um lado para o outro dentro de seu quarto. Após ouvir sobre a iminente partida de Dalton, ela ficou cada vez mais inquieta. Era um fato inegável que ela amava Dalton desde que o viu pela primeira vez.
O Senhor Beelzebub havia lhe dito para proteger o homem humano e foi durante esse tempo que os olhos de Venervy se moveram quando ela viu o homem com seus próprios olhos.
Seu Senhor havia lhe dito para simplesmente observar o homem de longe, mas Venervy não conseguia evitar o desejo de se aproximar de Dalton e protegê-lo do lugar mais próximo.
Ela se lembrou do momento em que houve demônios que tentaram atacá-la enquanto ela seguia Dalton de longe para protegê-lo anonimamente.
Ser atacada por demônios era uma ocorrência normal para as pessoas no Inferno, sem exceção para Venervy. Ela reuniu seu poder em suas mãos. Embora fosse menos forte fisicamente na luta com outros demônios por ser de sangue misto, ela era forte quando se tratava de seu poder mágico.
Para ela, não levaria nem um minuto para afastar esses demônios e seguir Dalton mais de perto, pensava Venervy consigo mesma. Mas antes que ela pudesse derrotar os demônios, ficou surpresa quando um dos demônios que estendeu a mão para agarrar seu ombro caiu no chão.
Foi Dalton quem a salvou.
Mesmo sendo humano, e mesmo que esses demônios fossem mais fortes que ele, representando mais perigo para ele que era um ser mais fraco, Dalton não hesitou em se atirar no círculo da luta para ajudá-la.
Este momento estava fresco na mente de Venervy. A memória de quando Dalton lhe estendeu a mão, “Você está bem?” Sua pergunta foi gentil antes de fugirem dos demônios.
De volta ao presente, Venervy sentia seu coração encorajando-a a seguir Dalton para o mundo dos humanos. Embora isso parecesse uma escolha fácil para outros e parecesse uma escolha ainda mais fácil para ela, Venervy estava lutando com sua escolha.
Ela não tinha família que precisasse cuidar no Inferno. Nenhum amigo próximo que a prendesse ao Inferno.
Mas ela tinha um Senhor a quem servira e jurara ficar com para sempre.
Da mesma forma que Dalton a via como sua salvadora, para Venervy, Beelzebub foi a mensagem enviada pelo Céu para sua vida condenada. Se não fosse por ele, ela teria sido nada comparado a agora. Talvez, ela teria morrido no canto de um beco, esquecida pelos transeuntes como um tapete jogado fora.
Foi o Senhor Belzebu que salvou sua vida e em algum lugar de sua mente, ela pensou que lhe devia mais do que qualquer coisa por ser capaz de estar viva agora.
Em troca de sua gratidão, ela jurou segui-lo pelo resto de sua vida. Não era um exagero para ela, considerando que Belzebu lhe havia dado a chance de viver a vida que tinha agora.
Quando as escolhas caíram entre lealdade e amor, Venervy escolheria a primeira em vez da última. Doía em seu coração que amanhã seria a última vez que se encontraria com Dalton, mas ela preferiria perder seu amor por ele a desonrar seu juramento.
Venervy fechou o amor em seu coração de uma vez, apertando as mãos juntas enquanto tentava esquecer todos os sentimentos que já teve por Dalton.
“Posso entrar?” A voz de Belzebu soou enquanto a porta de seu quarto era batida.
Venervy se recompôs, passando pelo espelho onde viu a borda de seus olhos levemente vermelha e tirou um breve momento para se acalmar antes de abrir a porta.
O Senhor Belzebu olhou para a jovem mulher que lhe mostrou um sorriso. Mas ela não conseguia esconder a tristeza que abrigava em seu coração.
“Podemos conversar?” O Senhor Belzebu perguntou. Venervy não sabia sobre o que ele iria falar, mas balançou a cabeça positivamente e deixou-o entrar em seu quarto.
Dentro do quarto, Venervy rapidamente trouxe o jarro de água para o Senhor Belzebu beber enquanto ele olhava silenciosamente ao redor do quarto.
“Há algum problema?” Venervy perguntou, imaginando por que ele estava ali.
“Essa deveria ser a minha pergunta. Tudo está feito, não há mais perigo nos rondando, mas você não parece feliz,” o Senhor Belzebu observou.
“Eu não estou infeliz,” Venervy negou rapidamente, “Eu não estava me sentindo bem. Sim, é isso.”
O Senhor Belzebu murmurou. Ele podia ver que Venervy havia decidido escolher sua lealdade a ele em vez de seu amor por Dalton, algo que ele não podia repreender.
“Quando eu te trouxe para cá. Você era uma criaturinha tão pequena. Mal conseguia andar e mal conseguia falar. Você desconfiava de tudo ao seu redor e quando te trouxe para este quarto, você sabe qual foi a sua primeira reação?” O Senhor Belzebu perguntou de repente, surpreendendo Venervy.
“Eu me lembro de chorar,” Venervy respondeu. Isso aconteceu há muito tempo e ela havia esquecido.
“Você não só chorou, mas chorou até não poder mais. Você se sentia segura quando estava em uma multidão de pessoas e ficou aterrorizada ao estar sozinha em um quarto grande. Francamente, isso me fez lembrar de mim mesmo,” o Senhor Belzebu explicou, “Eu temia a solidão mais do que tudo depois daquele acidente que tirou a vida da minha família. Mesmo sendo perigoso para mim estar fora entre todos aqueles demônios, eu preferia a companhia dos diabos a estar sozinho.”
Venervy desviou o olhar, se houvesse outra pessoa que pudesse entender o sentimento do enor Belzebu seria ela, que passou por experiências similares às dele.
“Você continuou a chorar rios mesmo depois que eu sugeri que trocasse para um quarto menor. Você rejeitou minha oferta, insistindo em dormir aqui apesar do medo de ficar sozinha no quarto. Você sabe o que isso diz sobre você, Venervy?”
Venervy balançou a cabeça negativamente.
“Significa que, apesar do medo de ficar sozinha, ainda há um cantinho suave no seu coração que queria companhia. Lá no fundo, você teme a solidão mais do que qualquer outra coisa. Você quer seguir Dalton para o mundo mortal?” O Senhor Belzebu fez sua pergunta diretamente, deixando Venervy sem palavras de surpresa.