Capítulo 753: Até Logo-III

Dalton deixou o abismo com o rosto redimido de felicidade, mas também de tristeza, pois teve que deixar seu irmão em um lugar abandonado por todos os residentes no Inferno ou no Céu.

“Você pode visitá-lo novamente,” disse Beelzebu a ele.

O homem mais jovem olhou para o demônio com sua decepção visível, “Vai demorar muito? Para eu encontrá-lo novamente?”

“Em outros vinte anos, o mais rápido,” respondeu Beelzebu sem mentir. Ele só via que mentir neste momento destruiria o pobre coração do homem mais jovem. “Durante esse tempo, seria melhor você viver uma vida plena — uma vida onde você pudesse compartilhar orgulhosamente com ele quando se encontrarem novamente. Ele não queria que você se arrependesse da vida dele e, neste ponto, só posso ver que apenas a sua felicidade ajudaria ele.”

Dalton espremeu um sorriso de seu rosto. “Eu pensei que você fosse uma pessoa assustadora, Sr. Beel. O Senhor Ian é assustador, mas ainda tem algo humano sobre ele. No entanto, você é diferente.”

“É porque eu sou um demônio puro,” ele respondeu. “Mas eu entendo de onde você vem. Você acha que mudei agora?”

“Não,” Dalton balançou a cabeça, “Eu não acho que você mude jamais. No fundo, você é diferente de outros demônios com a bondade que você possui.”

“E você,” Beel levantou o dedo apontando para ele, “Inesperadamente você é um homem corajoso por ficar no Inferno por um ano sem desistir.”

“É tudo graças a você e à ajuda do Venervy. Eu ouvi falar que… o Senhor Ian pediu para que você cuidasse de mim. Estou envergonhado de como todo esse tempo eu tive sorte de ter conseguido sobreviver sozinho pelas minhas próprias habilidades. Ainda sou ajudado por outros ao meu redor.”

“Ninguém pode sobreviver sozinho. Estou aqui porque um sacrifício de uma alma pura e inocente. Eu também quero consertar um pouco. Enquanto Ian me pediu, a ideia veio de Elise.”

“Vou lembrar disso quando encontrar a senhora novamente. Mais uma vez, obrigado, Sr. Beel.”

Beelzebu não pôde deixar de sorrir enquanto Dalton o agradecia e acenava com a mão ao se afastar, “Então—” seus olhos foram para Venervy que os seguia e ouvia a conversa deles enquanto agia como se não o fizesse, “—Onde você planeja ficar a partir de agora?”

Dalton espalhou seu sorriso, “O Inferno é um lugar perigoso, mas também vi sua beleza,” o sorriso de Venervy subiu com isso, mas caiu quando Dalton continuou, “Mas tenho que dizer que estarei voltando para o mundo mortal. De fato, acho que preciso construir uma vida de felicidade lá e continuar a defender a justiça como membro da igreja.”

Venervy, que ouviu isso, correu para fora rapidamente e deixou o lugar, deixando Dalton confuso ao vê-la se apressar enquanto Beelzebu suspirava.

Assim que chegaram de volta à mansão, Beelzebu falou com Ester, “Você viu Venervy?”

Ester, que estava vestida com sua camisola, balançou a cabeça e curiosamente fez uma pergunta, “Como você conheceu Venervy?”

Beelzebu sentou-se ao lado dela e murmurou, “Lembro de encontrá-la toda ensanguentada. Ela foi espancada pelos demônios ao seu redor. Não é uma visão rara no Inferno, mas ela me lembrou de Welyn que era de sangue misto e, no caso de Venervy, ela foi rejeitada por isso. Por muito tempo me perguntei se eu poderia realmente aceitar uma pessoa como minha amiga sem ver seu valor.”

“O que você quer dizer?” Ester perguntou.

Beelzebu olhou para ela e começou a contar sua preocupação que ele havia ignorado por anos, “Sempre que me familiarizava com uma pessoa, tudo o que eu via primeiro era seu valor. Se isso me traria benefícios. Eu não estava interessado em Ian como pessoa no início. Eu o via como uma chave para obter uma forma perfeita de vida. Para ser brutalmente honesto, eu acolhi Venervy não porque eu queria ajudá-la ou porque ela me lembrou de Welyn que despertou minha simpatia. Eu simplesmente queria alguém que eu pudesse usar para minha vantagem.”

“E isso te sobrecarregou?” Ester questionou observando-o acenar com a cabeça. O momento atual para Ester parecia que seu dedo pairava sobre o núcleo mais macio do coração de Beelzebu, um privilégio no qual apenas ela teria.

“No fundo, eu queria ser uma pessoa melhor. Eu não me arrependo do que fiz, nem planejo me impedir de tirar a vida de pessoas ou seres perigosos ao meu redor.”

“Está tudo bem,” Ester pressionou gentilmente seus dedos nas costas dele. “Para mim, você já é uma pessoa ótima. Você pode dizer que só viu que salvar Venervy seria benéfico para o seu futuro, mas, além desse fator, posso dizer que você a ajudou porque não queria que ela morresse. Hoje também. O fato de você ter ajudado Dalton sem esperar uma retribuição mostra sua bondade.”

Os olhos de Beelzebu sorriram enquanto seus lábios se curvavam para cima, “Eu sou abençoado por ter você como minha amada.”

Ester acenou com a cabeça e aconchegou seu rosto sobre o pescoço dele, “Mas por que você está procurando por Venervy?”

Ela olhou para cima e viu Beelzebu que suspirou, “Eu vi com meus olhos como Venervy parece ter se apaixonado por Dalton. Eu não me oponho a isso, mas se ele está se mudando para o mundo mortal, seria um problema.”

“Que problema? Ela também poderia se mudar para lá,” explicou Ester, apenas para Beelzebu balançar a cabeça em resposta.

“Seria tão fácil, mas Venervy jurou me seguir por toda a sua vida. Conhecendo-a, tenho certeza de que ela priorizaria seu juramento a mim antes de Dalton, mas eu aprendi a dor de perder uma pessoa e o medo que sofri quando pensei que perderia você,” Beelzebu disse enquanto colocava a mão sobre as bochechas de Ester.

“Noé,” ela sorriu. “Você vai ajudá-los?”

“Eu só poderia permitir que ela deixasse o Inferno, mas quanto a se ela poderia ganhar o coração dele, isso está em suas próprias mãos.”

(****)

Nota do Autor/Autora: Obrigado pelo apoio contínuo em A Noiva do Demônio. O livro está seguindo para o seu fim nos últimos capítulos!! Por favor, comente se você gostaria de um capítulo extra com a carta do personagem para todos pessoalmente e de qual personagem você gostaria de uma carta^^!!