745: Reunião de família – Parte 4 745: Reunião de família – Parte 4 Damien não se importava com o que Grace fazia a menos que tivesse algo a ver com a família. Ele frequentemente ignorava seus chiliques e dramas, concordando por conveniência, mas ouvir que a menina estava morta seria difícil quando chegasse a hora de dar a notícia à sua família. Ele se perguntava o que ela havia feito todo esse tempo para chegar aqui e ser morta.

Ele inclinou a cabeça para o lado, “Por que você a matou?”

Laurae pareceu levemente surpresa com a falta de emoção que ela esperava ver nessa pessoa.

“O que é isso? Você não deveria estar triste pela perda de um dos membros da sua família?” perguntou Laurae.

“Infelizmente, não estou triste. Acho que ela me irritava tanto que não sinto a perda pelo que aconteceu com ela, mas ao mesmo tempo ela ainda era minha família e eu terei que vingar a morte dela.”

A mulher riu de longe, carregando balas na arma enquanto se abrigava atrás de um grande armário de madeira que havia sido afastado da parede para lhe dar espaço suficiente para ficar de pé, “Parece que somos iguais nesse aspecto.”

“Por favor,” Damien exalou com um suspiro cansado, “Não me coloque na mesma caixa que você. Eu não me lembro de abandonar minha própria criança e tentar sacrificá-la,” ele puxou o ferrolho no chão enquanto as balas eram carregadas nele.

“Hmm, vejo que minha filha está remoendo isso. Ela deveria entender como é a vida de uma bruxa,” a mulher balançou a cabeça, “Ela sempre foi assim. Igual ao pai dela. Muito apegada.”

“Mas isso não te impediu de matá-lo,” as palavras de Damien vieram mais como um elogio sarcástico.

“Claro que não. Quando você não ama a pessoa desde o início, eu não sei que tipo de expectativa de amor eles estão esperando que eu dê.” Laurae empurrou o armário e começou a atirar no vampiro de sangue puro enquanto se abrigava em cada lugar por onde se movia, encurralando o homem um passo após o outro.

Quando Damien teve uma chance de atirar na bruxa negra, ele atirou em seu ombro e em sua perna para imobilizar seus movimentos, mas isso não funcionou. Ela continuou se movendo sem ser afetada. Andando em direção a Damien, ela ergueu o vampiro, parecendo ser muito mais forte do que ele, e o jogou pelo quarto.

Ele se levantou do chão, tirando a poeira que aderira às suas roupas. As bruxas negras haviam perdido seus poderes, o que era a razão pela qual ele não entendia como ela estava mais forte do que ele naquele momento. Depois que Penny havia selado o portal empurrando a magia negra de volta para o buraco negro, a magia havia sido selada e não era usável pelas bruxas negras, ainda assim essa mulher estava mais forte e lançou um feitiço sobre ele, sussurrando algo no ar, mas felizmente não funcionou nele.

Laurae deu a Damien um olhar, “Minha magia não funciona em você… Por quê?”

“Você deveria agradecer a sua filha por isso,” Damien não se deu ao trabalho de contar o que estava bloqueando a magia negra de ser lançada sobre ele. Pegando uma das cadeiras, ele a quebrou em pedaços, “Laurae, o que acha de ser perfurada?” ele jogou um pedaço direto nela fazendo-a desviar quando se moveu para o lado e usou suas próprias mãos para arranhar seu rosto.

Embora Laurae agora parecesse forte para uma bruxa negra, Damien ainda era um vampiro de sangue puro que era um vampiro de segunda geração. Quando Laurae decidiu cravar suas garras em seu rosto, tentando descascar e puxar a pele do seu rosto, Damien segurou a mão dela e a torceu com toda a força que pôde até ouvir a mulher gritar.

“Minha meia-irmã fez algo assim com a sua filha,” disse Damien, com uma expressão séria no rosto enquanto se lembrava do tempo em que Grace não era nada menos que uma irmãzinha irritante dele.

“Penny tem esse efeito nas pessoas, querendo que as pessoas a machuquem por causa de sua desobediência, mas então vejo que seus braços estão bem intactos,” disse Laurae, torcendo o braço de volta para se soltar do homem antes de chutar seu estômago.

Damien tossiu levemente quando Laurae soprou um pó de sua mão no ar. A poeira era cinza-esverdeada e tinha um cheiro de erva que estava sendo assada no fogo. Ele já tinha sentido esse cheiro antes e não podia acreditar que essa mulher estava carregando isso no bolso quando todos acreditavam que tinham queimado cada grama de mola que havia nas quatro terras do império.

Ele podia sentir sua frequência cardíaca aumentando e seu pulso batendo rapidamente, e seus olhos ficando ligeiramente embaçados antes de sua visão voltar ao normal novamente, “Você não estava esperando por isso, estava?”

“Não, eu não estava, mas não deveria esperar nada menos de uma bruxa negra como você,” Damien declarou, tentando se livrar da fumaça que havia inalado.

Isso não era bom, pensou Damien consigo mesmo. Antes que pudesse ir muito longe, seu corpo começou a reagir ao spitgrass que ela havia soprado no quarto.

“Não se preocupe, é tudo o que tenho comigo. Eu guardei só para você sabendo que viria até aqui com minha querida filha.”

“Que gentileza da sua parte fazer isso,” Damien tossia ainda mais e respirava com dificuldade enquanto seu corpo começava a doer. A corrupção que Penny havia diminuído durante o fechamento do portal, ele podia sentir voltar duas vezes mais forte do que antes.

“Como eu disse, era o último pacote de spitgrass que eu tinha comigo. Eu o tornei o mais forte e concentrado possível. Para que, assim que você respirasse, mesmo uma pequena quantidade pareceria como se tivesse inalado três doses dele,” Laurae moveu o braço que tinha ficado deformado porque tinha sido torcido antes. Ela moveu o braço como se o ajustando de volta à posição e andou para ficar em frente dele quando ele deslizou contra a parede e se sentou para aliviar a dor que estava sentindo.

Ninguém jamais teria pensado na possibilidade de que o perigoso veneno ainda existisse. Sua visão estava embaçando de ida e volta. Levantando a mão, ele tossiu e quando a afastou viu sangue em seus dedos e na palma da mão.

“Mais cedo ou mais tarde, você perderá o sentido e começará a matar pessoas. Quão incrível é isso?” Laurae pegou a arma que pertencia a ele que tinha caído pelo chão. Ela puxou o ferrolho e deu um tiro bem na perna dele, “Isso é para garantir que você não se mova demais. Parabéns antecipados por ser convertido em um vampiro corrompido que você caça. Vamos ver quanto tempo você aguenta,” sorrindo a mulher saiu do quarto deixando Damien em dor.

Com a poeira que se assentou no chão sujo, Damien já havia inalado muito dela que havia entrado em seu corpo e agora estava em seu sangue, e ele podia sentir isso.

Isso estava sufocando seu corpo. Ele queria e precisava de sangue para saciar sua sede. Suas garras arranhavam o piso de madeira, rangendo enquanto raspavam a superfície.