743: Reunião de família – Parte 2 743: Reunião de família – Parte 2 Robarte tomou assento diante dela, e o sorriso que parecia gentil poderia ter enganado qualquer pessoa que o encontrasse pela primeira vez. Empurrando os óculos para cima do nariz, perguntou,
“Você disse que queria falar comigo,” disse ele, mergulhando no assunto.

Penny acenou com a cabeça, colocando o copo ao lado dela na mesa de apoio, disse, “Eu queria perguntar se você viu ou ouviu algo de Grace,” ela não sabia por que não havia se lembrado disso antes de entrar nesta casa, mas agora que pensava nisso, lembrou-se de Grace falando sobre ele e como ela iria fazê-la encontrar-se com Robarte no dia em que a arrastou pela coleira até o Vale da Ilha.

“Grace Quinn?” uma expressão de indagação passou pelo rosto do homem como se ele não tivesse nenhuma ideia sobre ela, “Eu não sei. Acho que não tenho notícias dela há muito tempo. Está tudo bem?” ele perguntou a ela com uma expressão preocupada.

Ela sabia agora que suas habilidades de atuação vinham do lado de sua mãe.

“Ela não voltou para casa há quase quatro dias e todos nós estamos preocupados com onde ela foi. Fomos encontrar pessoas com quem ela tinha contato, mas até agora não ouvimos nada de ninguém. Lembrei-me disso esta noite, quando estava passando por aqui, que ela uma vez mencionou você, como um homem bonito que é, e que tomou chá com você.”

Mesmo com a pouca luz onde os olhos de Penny finalmente se ajustaram na escuridão, ela podia dizer que Robarte estava surpreso, isso porque era o que Grace lhe havia dito que na realidade não aconteceu. Tudo que Penny sabia era que Grace conhecia Robarte. Ela não podia acreditar que esse pequeno detalhe havia escapado de sua mente. Talvez tivesse sido por causa do que ela passou naquele dia, a vergonha com humilhação junto à dor de ser espancada e arrastada pelas ruas que a fez esquecer essa informação de sua mente.

Se ela não estava enganada, Grace havia decidido entregá-la a Robarte.

Robarte deu uma risada, tentando ser humilde disse, “Bem, de fato tomamos chá juntos e nos encontramos com frequência em soirées. Eu a convidei aqui e tivemos tempo para conversar, mas eu não acho que tenha entretido a garota depois disso.”

“Por que não?”

“Eu acho que ela estava sendo muito direta comigo. Sem ofensas, mas às vezes ela reclamava demais. Eu sei que não deveria dizer isso, mas ela costumava reclamar de você para mim, de seu irmão e do resto da família o tempo todo. Famílias deveriam se unir,” Robarte disse a ela.

Que hipócrita, pensou Penny consigo mesma.

“Sim, uma família deveria se manter unida. Uma pena que algumas pessoas não sigam isso e decidam apunhalar seu próprio sangue, não é?” Penny disse para vê-lo concordar, mas ela podia dizer que seus olhos estavam calculando ela e as palavras que ela acabara de falar. Uma luta entre eles era inevitável e aconteceria antes do amanhecer, ela estava apenas comprando tempo, mas a presença dele estava fazendo sua pele arrepiar.

“De fato você tem razão. Quero dizer, sei que você é uma boa garota. Ela deve ter sido muito dura com você falando mal de você.”

“De modo algum,” ela negou, não precisando da pena dele, “Meu pai me ensinou a revidar e a não me curvar se eu não estiver errada.”

“Seu pai?” Robarte questionou.

Ela lhe deu um aceno, “Todos nós temos pais, não é mesmo?” ele não respondeu a isso, e Penny desviou a conversa de volta, “Você sabe onde ela pode estar?”

“Gostaria de poder ajudar, mas infelizmente, eu não sei,” ele respondeu sem quebrar a fachada que exibia.

“Tenho certeza de que você deve saber onde minha mãe está,” isso o fez rir rapidamente.

“Por que você pensa assim?” seus olhos vermelhos a observavam através dos óculos limpos, continuou a rir antes de parar abruptamente, “Parece que a Senhorita Penelope sabe mais do que pretendia saber,” então ele suspirou, “Bem, estou feliz que tenhamos esclarecido as coisas, finalmente podemos ter uma reunião de família.”

“Não posso dizer que estou animada e ansiosa por isso,” Penny respondeu de volta às suas palavras e viu um sorriso dele exibindo as presas.

“Não se preocupe, você vai gostar tanto quanto nós.”

Do nada, uma faca voou em sua direção e ela teve que pular e rolar para longe do chão quando outras duas facas seguiram a primeira, “Você é bem rápida. Foi aquele vampiro de sangue puro que te ensinou?”

Penny sacou sua própria arma, e não hesitou em puxar o gatilho enquanto mirava nele para vê-lo esquivar, “Por que você se importa?” ela perguntou a ele.

“Na verdade eu me importo. Quando recebi a informação que você estava sendo vendida no mercado, eu estava lá mas infelizmente o vampiro de sangue puro aumentou tanto o valor do dinheiro que eu não pude comprá-la.”

“Deve ser muito difícil viver na linha da pobreza enquanto tenta se mostrar como um vampiro normal para se misturar. Lamentável,” ela declarou, dando outro tiro nele e ele continuou a atirar uma faca atrás da outra que assobiava no ar antes de cair ou ficar presa nas paredes.

De repente, do nada, Penny sentiu suas pernas sendo puxadas pelos brotos emergentes que começaram a círculá-la pelas pernas e a avançar para suas mãos.

“Ouvi de sua mãe que ela te transformou em uma criança obediente, mas você tem sua própria boca,” ele começou a andar em direção a ela enquanto Penny tentava se livrar dos brotos.

“Porque ela pertence a mim e você deveria saber. Sua irmã não faz nada além de mentir,” quando ela sorriu, Robarte lhe lançou um olhar confuso e virou a cabeça para olhar para trás, onde Piers estava com a arma e o bruxo negro começou a atirar em Robarte que esquivava por todo o quarto e saltou pela janela.