734: Dor – Parte 1 734: Dor – Parte 1 Recomendação musical para este e o próximo capítulo: Keosz – Forlorn
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Dois dias se passaram e em uma dessas tardes de meio-dia, Penny adormeceu com um livro na mão que pertencia a Damien. E, durante esse tempo, sua mente, que estava calma, começou a divagar e revelar outra lembrança sua que pertencia ao seu passado.

Penny era uma menina pequena e estava perto da margem do rio com seus pais, que estavam um diante do outro.

Seu pai disse, “Vá daqui, agora mesmo! Posso sentir os outros vindo agora e eles não ficarão felizes ao nos ver aqui.”

“Não posso deixar você aqui sozinho,” a mãe dela respondeu ao pai. A mulher tinha lágrimas nos olhos enquanto olhava para o marido. Gabriel deu um passo à frente para abraçar a mulher, esfregando as costas dela suavemente.

“Eu sei que é difícil, mas você vai precisar confiar em mim. Já deixamos a vila em segurança sem ninguém saber, mas de alguma forma, ouvi alguém falar sobre estarmos aqui. Estamos sendo seguidos agora. Se formos juntos, será difícil. Separar-se é a única opção para que você possa levar Penny a um lugar seguro,” ele recuou e colocou as mãos nos ombros dela, “Prometi encontrá-la novamente. Só preciso despistá-los para outro lugar e é apenas uma questão de tempo.”

A menininha também tinha lágrimas nos olhos. Ela não entendia completamente o que estava acontecendo naquele momento, pois parecia que seu pai estava mandando sua mãe e ela para algum lugar sem acompanhá-las.

“Se as pessoas souberem que estamos aqui, então não será fácil fugir. Eles nos caçarão ambos! Vamos juntos,” ela tentou persuadi-lo.

“Laurae, por favor,” o homem falou o nome da esposa, “Não temos tempo. Você precisa ir agora!” sua cabeça virou para olhar a floresta e depois de volta para a mulher, “Por favor.”

A mulher o encarou por bons segundos. Como se estivesse sendo dilacerada por dentro e ela assentiu com a cabeça, “Ok.”

Antes que Penny pudesse ser levada pela mulher para proteção, Gabriel se agachou de forma que pudesse encontrar os olhos da garota sem que ela tivesse que esticar o pescoço para cima para olhá-los, “Minha filha,” ele puxou a menina para seus braços. O homem não soltou sua filha. Ela era a coisa mais preciosa deste mundo para ele, “Cuide de si mesma. Certifique-se de ouvir sua mãe e fique sempre feliz. Do jeito que você sempre foi,” afastando-se, ele beijou a testa de sua filha.

A menina tinha lágrimas nos olhos, pois as palavras de seu pai pareciam ser um adeus, “Por que você não virá conosco?” ela perguntou baixinho, seus olhos verdes olhando nos olhos dele, que eram de uma cor semelhante à dela.

“Eu me juntarei a você assim que puder. Papai só precisa lidar com algumas coisas, uma vez que estivermos prontos, iremos para Mythweald. Para mostrar a você o sol brilhante onde você pode sentir os raios do sol.”

A menina mordeu os lábios e perguntou, “Juntos?”

O pai dela parecia angustiado naquele momento. Ele não sabia o que o futuro reservava e não queria prometer palavras vazias à sua filha. Ele nunca tinha feito isso antes e não queria fazer, mas ao mesmo tempo, o homem queria garantir que sua filha estivesse tranquila.

“Sim, juntos. Como você sabe, estamos viajando há algum tempo agora. Uma vez que tudo isso termine, vamos lá juntos e aproveitar o sol. Sua mamãe vai levá-la lá por enquanto e eu me juntarei em breve. E se eu não puder chegar a tempo, você ainda me encontrará quando os raios do sol tocarem você, eu estarei bem ali ao seu lado.”

“Eu esperarei,” disse a menininha.

Inclinando-se para a frente, ele beijou sua testa e a abraçou novamente, esperando que tudo corresse como planejado. Tudo o que ele tinha que fazer era desviar os caçadores de bruxas de sua esposa e filha, e depois dele mesmo.

Ele não sabia como tinham descoberto sobre ele e sua família estarem aqui. Obviamente, eles estariam no final da floresta, esperando a família chegar para que os caçadores pudessem matá-los, o que ele não permitiria. Ter a família separada diminuiria as suspeitas sobre eles.

Ele tinha lançado um feitiço em sua filha no momento em que a segurou nos braços pela primeira vez. Ele tinha certeza de esconder sua verdadeira identidade para que ela pudesse levar uma vida normal sem ter que fugir das pessoas e se esconder.

Levantando-se e olhando para sua filha e esposa, Gabriel disse, “Vá agora!” sua esposa assentiu e ela rapidamente levou sua filha para longe dele, andando o mais rápido que podiam.

Quando se separaram, a menininha teve que acompanhar os passos de sua mãe enquanto voltavam para a floresta. Eles tomaram a direção certa por um tempo. Caminhando por quase duas horas e a menina não conseguia mais se mover. Parando para descansar, a menina deslizou pelo chão sujo e adormeceu com a mãe sentada ao seu lado.

Ela não sabia quanto tempo tinha passado, mas quando a menina abriu os olhos, estava completamente sozinha. Ela procurou por sua mãe, seu coração um pouco desesperado por ser a única pessoa e foi em busca de sua mãe. Ela começou a procurar por todos os lados e quando ouviu alguns sons vindo perto da água corrente que deveria estar conectada ao mesmo rio que eles haviam passado anteriormente, seus passos seguiram na direção de onde ouvia os sons de metal se chocando antes que parassem.

Assim que ela saiu à beira da floresta, um sorriso brilhante se formou em seus lábios.

Ela viu seu pai lá com alguns homens e sua mãe ali com ele.