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- Capítulo 562 - 562 O Fim 1 562 O Fim 1 Quando Lucas chegou ao centro do
562: O Fim 1 562: O Fim 1 Quando Lucas chegou ao centro do outrora nevado norte, seu rosto imediatamente se contorceu de angústia ao contemplar a desolação à sua frente.
Ele esperava ver a barreira, mas diante dele jazia algo que só podia descrever como ruínas.
As ruínas ficavam como testemunhas silenciosas de algum terrível acontecimento. Árvores que outrora cresciam altas e orgulhosas agora estavam espalhadas como brinquedos quebrados.
O manto nevoso que cobria o solo estava revirado, revelando manchas da terra abaixo, como se uma mão gigante tivesse misturado a neve em pilhas desordenadas.
Seu coração batia acelerado no peito, a ansiedade o apertando fortemente. De onde ele estava, podia ver a barreira, que permanecia intacta, mas o mundo ao redor havia desmoronado.
Um pesar intenso se instalou em seu estômago.
Sem pensar duas vezes, ele correu em direção à barreira e encontrou uma figura ensanguentada caída por perto.
“Rosalinda!” Lucas exclamou, sua voz tensa de pânico, enquanto segurava a forma sem vida dela em seus braços. Num instante, ele desapareceu e, quando reapareceu, estavam de volta ao seu quarto.
Ele colocou Rosalinda gentilmente na cama, os olhos embaçados de lágrimas. Ele verificou o corpo dela, buscando desesperadamente por algum sinal de vida. Mas o quarto estava silencioso, destituído de esperança.
“Não,” Lucas sussurrou, com a voz embargada. Ele havia se ausentado por apenas alguns minutos, e agora seu amor jazia imóvel diante dele.
“NÃO!” Lucas rosnou, cerrando os dentes. “Você prometeu me encontrar na barreira!” Ele fechou os olhos e canalizou suas habilidades, tentando reanimá-la. Ele se recordou dos ensinamentos dos antigos demônios de sua juventude, mas nenhum deles parecia funcionar.
Pela primeira vez em sua existência, ele sentiu algo mais… algo que só podia ser descrito como desespero. “Não…” isso não é possível. Como Rosalinda poderia estar morta?
Lágrimas brotaram nos olhos de Lucas enquanto ele segurava o corpo sem vida de Rosalinda. O que estava acontecendo com ele? Por que tudo parecia tão pesado?
Ele podia sentir o peito apertado, um peso forte pressionando sobre ele. O desespero roía seu coração, e ele recusava aceitar a cruel realidade diante dele.
Suas mãos trêmulas, buscavam desesperadamente qualquer sinal de vida, qualquer faísca de esperança. Mas não havia nada. O quarto ecoava com seus sussurros implorantes, “Por favor, Rosalinda, acorde. Por favor.”
O tempo parecia se estender, minutos se sentindo como horas, enquanto ele tentava cada método que conhecia, cada tentativa mais desesperada que a anterior.
Ele sussurrava palavras de amor, memórias compartilhadas e promessas para o futuro como se pudessem trazê-la de volta. Mas sua imobilidade permanecia, zombando de seus esforços fúteis.
“Não…” Lucas sussurrou quando percebeu que o cabelo cinza vibrante dela estava agora se tornando… preto.
“Não!”
Com as mãos trêmulas, ele tocou o rosto dela, acariciando sua pele fria, esperando sentir um lampejo de calor retornar. Mas não havia nada, apenas a dolorosa ausência de vida.
Lucas fechou os olhos, sua voz se quebrando enquanto continuava a despejar toda sua energia tentando reanimá-la. Mas, por mais que tentasse, por mais que quisesse, Rosalinda permanecia imóvel, tão sem vida quanto antes.
Trincando os dentes, ele lentamente recolocou o corpo dela na cama. Era uma ironia amarga que ele, que uma vez considerou usá-la e até planejou abandoná-la, agora sentia essa profunda tristeza com sua ausência.
Ele não pode evitar questionar a crueldade do destino, suas próprias falhas e arrependimentos.
Lucas andava de um lado para o outro pelo quarto, seus pensamentos uma mistura de desespero e raiva. Foi nesse momento que ele chegou a uma compreensão chocante: não era apenas uma atração pelo mistério de Rosalinda que o ligava a ela. Era algo mais profundo, algo ao qual ele tinha sido cego até agora.
A compreensão o atingiu como um raio.
Ele a amava, com um amor tão poderoso que o consumia. Não era apenas uma emoção passageira.
Ele não conseguia imaginar um mundo sem ela ao seu lado e não suportava a ideia de perder a mulher que havia se tornado o verdadeiro coração de sua existência.
“Quando começou?” ele ponderou silenciosamente. Apenas algumas horas atrás, ele tinha ridicularizado a noção de amor, e ainda assim…
Ele zombou de sua própria tolice. “Como isso poderia ser possível?” Ele sempre se orgulhou de ser diferente de sua mãe, acreditando que nunca deixaria suas emoções o controlarem.
Lucas se repreendia, tentando se agarrar à razão, mas a dor em seu peito era física agora, um lembrete agudo de que a lógica não podia aquietar a turbulência interior.
Como isso é possível?
Como algo… pode doer tanto?
O amor havia se infiltrado em seu coração, e era mais dominador do que qualquer força que ele já conheceu.
Ele desafiava suas tentativas de suprimi-lo, deixando-o apenas com desespero e um desejo inabalável de trazê-la de volta.
Uma vez mais, ele olhou para o corpo de Rosalinda. Seus olhos se estreitaram.
Ele vai trazê-la de volta!
Afinal de contas, ele não era Belisarius.
Ele não ia se sentar e esperar que ela voltasse em outro corpo!
Ele não era idiota!
Ele tinha uma compreensão clara das leis do universo e sabia que havia coisas que não devia quebrar.
Reviver alguém que já havia morrido era uma dessas coisas.
Depois de um tempo, ele levantou a mão, e tentáculos de sombras negras saíram de seus dedos e se aproximaram de Rosalinda. Então as sombras lentamente limparam o sangue no corpo de Rosalinda e até em suas roupas. Vendo a aparência pálida de Rosalinda, Lucas franziu a testa.
Ele acenou com a mão e a sombra negra envolveu o corpo de Rosalinda, protegendo-a como um casulo. Lucas estreitou os olhos e então desapareceu de onde estava.
Ele reapareceu em outra dimensão, um lugar onde ele havia frequentado no passado. Ele então olhou para o rústico Belisarius, que estava sentado à beira de um rio.
“Veio para zombar de mim?” Belisarius proferiu, seu rosto pálido. Logo ele olhou para Lucas e deu um sorriso irônico. “Vá em frente… pode rir. ”
“Rosalinda está morta,” Lucas disse.
Isso de alguma maneira chamou a atenção de Belisarius. “Você— ”
“Teve algo a ver com a barreira. Ela lutou contra alguém e, de alguma forma… Eu não senti sua morte.”
Belisarius apenas o observou sem dizer uma palavra, seu rosto inexpressivo. “Você estava chorando…”
Lucas não negou. Até agora, seu peito ainda sentia pesado, mas ele não ia deixar suas emoções vencerem. Seu cérebro estava acima do seu coração por um motivo.
“Você estava chorando…” Belisarius repetiu.
“Eu vou reanimá-la.”
“As leis deste mundo não permitiriam que fizesse isso.” Belisarius não tentou reviver a deusa no passado porque isso quebraria as leis deste mundo.
“Eles podem assistir,” Lucas disse. “E eles não seriam capazes de fazer nada a respeito.”
“E está me dizendo isso porque… ” Belisarius perguntou. Anteriormente, a luta deles havia terminado com ele exausto e ferido, enquanto Lucas estava ileso, nenhum arranhão sequer podia ser visto nele.
Sua arrogância apenas havia enfurecido Belisarius, tanto que ele contemplou matar Rosalinda para punir seu amigo.
Amargura envolveu Belisarius quando viu Lucas partir sem mostrar nenhum interesse em matá-lo. O que era pior do que ser traído por um amigo? Era deixá-lo vivo, lembrando-lhe dessa traição.
“Porque eu não vou poder vir a este lugar novamente,” Lucas disse. Havia coisas que ele precisava sacrificar para poder reanimar Rosalinda e uma delas era a capacidade de pisar neste mundo… nunca mais. “Tome isso como um castigo pela minha decepção,” Lucas disse
. “Estar vivo… mas não poder estar com a pessoa que você mais ama.”
“Está brincando?” Belisarius perguntou.
“Está me vendo rir?”
“Como você poderia— ”
“Como eu não poderia?” Lucas zombou.
“Onde você ficaria?” Belisarius perguntou. Ele estava bem ciente das leis deste mundo que até o Imperador Demônio não poderia quebrar. Aqueles que as quebrassem e ficassem forçadamente neste mundo teriam que sofrer pesadas consequências.
Belisarius tinha certeza de que Lucas preferiria morrer do que enfrentar essas consequências.
“Há um lugar além deste mundo. Um lugar no limbo que os demônios estão usando para poder cruzar para outros mundos. No entanto, isso já não é mais da sua conta.” Lucas proferiu. Então ele se virou. “Estou partindo. Provavelmente não vou te ver novamente.”
“Você— ”
Contudo, antes que Belisarius pudesse dizer uma palavra, Lucas já havia partido, desaparecendo diante dele como se nunca tivesse estado ali.
….
Nota do Autor: Se você leu O Pecado do Licano, então você saberia para onde Lucas foi. hehehehe… É um lugar onde demônios podem ficar livremente. Como uma dimensão entre outras dimensões.