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- Capítulo 549 - 549 Sacrifício 4 549 Sacrifício 4 Você vai matar eles A voz
549: Sacrifício 4 549: Sacrifício 4 “Você vai matar eles!” A voz de Lucas reverberou na cabeça de Rosalinda enquanto o coração dela acelerava no peito. Ela olhou em volta, o pânico crescendo dentro dela. Ela não conseguia entender por que se sentia assim.
Novamente, Lucas gritou e chamou pela deusa, mas a outra mulher nunca mais abriu os olhos. Era como se ela estivesse agora enterrada fundo em seu próprio mundo, incapaz de ouvir ou sentir qualquer coisa.
Rosalinda encarou a expressão sombria de Lucas. Ao lado dele estava Belisarius, que parecia tão angustiado quanto ele. Infelizmente, ela não conseguia ouvir a conversa deles enquanto permanecia no interior do vórtice. Ela só podia ver pela perspectiva da deusa, que já não podia mais ouvi-los.
Logo, as terras ao redor começaram a tremer, os céus escureceram, e Rosalinda sentiu como se estivesse sendo arrastada para um abismo escuro e profundo. Ela segurou o peito, sem conseguir compreender por que sentia como se alguém a tivesse esfaqueado no mesmo lugar onde a deusa foi ferida. Será que ela estava sentindo a dor da deusa?
‘Eles me traíram,’ uma voz fria ecoou dentro de Rosalinda.
‘Os humanos… nos traíram.’
Rosalinda olhou em volta e percebeu que a deusa nem mesmo estava olhando para ela. O vórtice ao redor delas crescia mais forte, sem mostrar sinais de diminuir. Enquanto isso, Lucas parecia desaparecer, deixando o caos lá fora.
Além do vórtice turbulento, o mundo estava em turbulência. Vilas antes pacíficas agora estavam preenchidas com pânico e confusão. As pessoas fugiam em todas as direções, segurando seus pertences e entes queridos, com medo estampado em seus rostos. O chão abaixo deles tremia, tornando difícil manter o equilíbrio.
Ao longe, as montanhas negras liberavam rios de lava em chamas nos mares, enviando colunas de fumaça e cinzas para o céu. O ar carregava o cheiro acre de madeira queimada, e o crepitar das chamas enchia o ar enquanto as florestas viravam cinzas. Se Rosalinda estava certa, eles estavam atualmente nas Montanhas Uivantes.
Então Rosalinda testemunhou algo ainda mais estranho. Do nada, outro vórtice apareceu acima deles.
Dessa vez, parecia com o portal que ela tinha visto em Aster. Não era grande, mas havia algo nele que fazia sua pele se arrepiar. O rosto de Rosalinda empalideceu quando ela viu dois grandes olhos parecidos com os de uma serpente fixos na deusa.
O peito de Rosalinda ficou pesado, sufocando-a com o terror enquanto ela observava o portal engolir a deusa. Então sua visão escureceu.
A próxima coisa que ela soube, a cena havia mudado.
Diante dela estava a deusa, em um penhasco.
Ao lado dela estava Lucas, vestido todo de preto, com os olhos estranhamente vermelhos.
“Eu te amaldiçoo,” a voz da deusa tremeu ao lançar uma maldição em Lucas. “Eu te amaldiçoo a viver uma vida eterna, mas cheia de solidão e sofrimento.”
A voz da deusa se tornou mais forte enquanto ela continuava, “Você nunca encontrará consolo na companhia de outros, pois eles murcharão e desaparecerão enquanto você persiste. Você verá gerações nascerem e morrerem, suas vidas fugazes como o sopro do vento, enquanto você permanece imutável.”
Lágrimas surgiram nos olhos da deusa, “E quando minha consciência retornar, quando eu renascer, você encontrará um fim miserável. Sua imortalidade será uma maldição, pois você morrerá em agonia, ansiando por um amor que nunca poderá ser.”
Os olhos da deusa se fixaram em Lucas com uma mistura de tristeza e fúria, sua voz tremendo. “Pois você me traiu,” ela sussurrou, suas palavras impregnadas de desgosto. “Você, aquele que eu pensei que ficaria ao meu lado, tirou tudo que eu queria. Você estilhaçou meu coração, ou o que restava dele.”
“Você viverá para sempre em solidão e miséria, como seu castigo pela sua ganância e traição. E quando chegar a hora de eu renascer, você conhecerá o tormento de perder o amor que já foi seu.”
A forma outrora radiante e poderosa da deusa começou a murchar, sua força se esvaindo. Ela tropeçou, seus passos vacilantes, e foi Lucas quem correu para ampará-la, seus braços sustentando sua figura frágil e esmaecente.
Foi então que Rosalinda viu uma espada no estômago da deusa, uma espada estranhamente familiar. Não demorou muito para que ela percebesse que estava olhando para a espada de Lucas.
Segurando a deusa enfraquecida, Lucas disse, “Se você acredita que impedir você de sacrificar todos os humanos para o Imperador Demônio foi uma traição, que assim seja,” ele declarou, seu olhar firme.
“Eu não me arrependo de querer estar com você. Eu não me arrependo de querer estar com uma mulher que não está disposta a sacrificar os demais por seu próprio ódio e objetivos. Se tivesse outra chance, eu faria tudo de novo.”
“Você covarde…” disse a deusa, com voz suave. “Era uma chance para você se tornar o novo Imperador Demônio, mas você tinha que frustrar meus planos. Valeu a pena?” ela perguntou, sua voz tremendo. Infelizmente, ela não ouviu a resposta dele pois fechou os olhos.
“Valeu…” Lucas engoliu em seco. Ele fechou os olhos. Quando os abriu novamente, seus olhos haviam retornado à cor azul original. Ele a encarou, seus olhos cheios de uma gentileza que parecia despedaçar o coração de Rosalinda em pequenos pedaços. “Valeu muito a pena,” ele adicionou.
Rosalinda nem percebeu quando começou a chorar. Ela limpou as lágrimas das bochechas. Embora não tivesse visto tudo nesta visão, a deusa já havia enviado o resto de suas memórias para Rosalinda.
Os humanos a traíram pela segunda vez. Desta vez, ela havia abençoado aquele povo, mas eles ainda usaram uma adaga amaldiçoada para danificar sua alma. Essa traição foi a gota d’água.
A deusa decidiu usar os sete indivíduos como sacrifícios para fazer seus poderes crescerem mais uma vez. Ela aprendeu que quanto mais fortes fossem os sacrifícios, mais forte ela se tornaria.
Essa traição, no entanto, a levou ao limite enquanto ela perdia o controle de sua magia e buscava sacrificar os humanos naquele continente. Todos dentro daquela barreira morreriam, tornando-se peças sacrificiais para derrotar o Imperador Demônio.
Infelizmente, ainda não estava claro por que ela queria derrotar o Imperador, e Rosalinda sabia que apenas Lucas poderia explicar tudo.