501: Sacrifício 501: Sacrifício EDEPES
E, assim como isso, o caos que se seguiu era algo que Rosalinda nunca tinha visto antes. Rosalinda não estava longe dos majestosos portões do Reino de Edepes. A essa altura, sua presença já havia chamado a atenção de alguns demônios, e alguns começaram a se mover em sua direção.
Então ela ergueu a mão e lembrou-se de alguns flashes de memórias. Imitou como a mulher usava suas habilidades enquanto fechava os olhos. Ela precisava usar rapidamente tanto as bênçãos da escuridão quanto da luz enquanto Lucas e Belisarius lutavam contra os demônios. Lentamente, ela começou a sentir calor ao redor do seu corpo.
O calor se intensificou, envolvendo Rosalinda como um casulo de energia. Seus olhos fechados pulsavam com uma luz de outro mundo, reflexo das bênçãos antigas que estava invocando. O caos ao seu redor continuava a aumentar.
Demônios, atraídos pela estranha energia que emanava dela, fechavam o cerco de todos os lados. Suas formas grotescas e sorrisos malévolos eram suficientes para desestabilizar qualquer um, mas Rosalinda estava determinada.
Lucas e Belisarius lutavam bravamente, suas armas se chocando contra a sorceria negra e as garras retorcidas dos demônios. Espadas e presas chispavam pelo ar, e a paisagem outrora intocada era agora um campo de batalha.
À medida que os poderes de Rosalinda tomavam forma dentro dela, ela liberou as bênçãos duplas. Tentáculos escuros disparavam de uma de suas mãos, amarrando e imobilizando alguns demônios. As criaturas repugnantes se contorciam de agonia conforme a combinação de escuridão e luz atingia seus corpos.
Ao mesmo tempo, sua outra mão irradiava uma luz brilhante que formava barreiras protetoras ao redor de seus companheiros, protegendo-os dos ataques implacáveis do bando demoníaco.
Mas o preço de empunhar uma magia tão antiga e poderosa era alto. Rosalinda sentia sua energia se esvaindo rapidamente, como uma força vital sendo sugada.
Ela cerrou os dentes, decidida a suportar só mais um pouco. A batalha continuava, e Lucas e Belisarius lutavam com vigor renovado, sabendo que Rosalinda agora podia usar a bênção.
Ao ver sua expressão séria, tanto Lucas quanto Belisarius também deram tudo de si para lutar contra os demônios. Ambos não puderam deixar de suprimir a surpresa em seus olhos ao vê-la usando a bênção juntos.
Os três logo formaram um trio inquebrável, cada membro complementando os outros com suas forças únicas.
Mas os demônios não eram de subestimar. Furiosos pela incapacidade de romper as defesas de Rosalinda, eles entoavam encantações ainda mais sombrias. O chão abaixo deles tremia violentamente à medida que energia maligna surgia. Sombras se coalesciam em formas monstruosas, e o ar ficava espesso com uma escuridão opressora.
O coração de Rosalinda afundou ao sentir a magia sinistra se aproximando.
O que Rosalinda não sabia era que a Matéria Negra sob seus pés recuava lentamente. O líquido preto estava desaparecendo lentamente de onde estavam!
Ao ver isso, Belisarius mais uma vez não conseguiu conter a surpresa em seus olhos.
Rosalinda não é a verdadeira deusa…
Como era possível para ela fazer algo tão poderoso? Pela primeira vez desde que a conheceu… Belisarius estava realmente em dúvida.
…
LONYTH
Bem abaixo da extensão coberta de neve do frio Norte, escondido dos olhares indiscretos do mundo acima, jazia uma base grande e misteriosa onde feiticeiros e demônios de baixo nível trabalhavam juntos em uma aliança improvável.
As câmaras subterrâneas eram adornadas com símbolos místicos gravados nas paredes, brilhando com uma luz estranha e de outro mundo. Runas arcanas intrincadas dançavam pelo chão, criando padrões complexos que pulsavam com uma energia antiga. Era um lugar onde os limites entre o sobrenatural e o mundo mortal se confundiam.
Feiticeiros, vestidos com túnicas escuras adornadas com sigilos místicos, moviam-se com uma autoridade aérea. Eles entoavam encantações que ressoavam pelas câmaras subterrâneas, aproveitando as forças arcanas que os cercavam. Seus feitiços eram potentes, seus poderes imensos, e seu conhecimento das artes místicas era incomparável.
Apesar disso, os feitiços pareciam não ter efeito algum. O único que parecia ter experimentado o feitiço era o homem cujo corpo flutuava no meio da sala. Esse homem era ninguém menos que Brinley Fleur.
“Foi de fato um sacrifício muito poderoso e um tanto quanto desperdiçador”, Ena Thun franziu os lábios enquanto olhava para o corpo sem vida de Brinley. “Você tem certeza de que isso é o suficiente para quebrar a barreira?” Ela olhou para o homem encapuzado ao lado dela. “Trabalhei com os feiticeiros e até enganei outro indivíduo abençoado por causa do que você prometeu.”
“Você não confia em mim?” o homem riu, seus olhos cheios de ganância enquanto ele olhava diretamente para o corpo de Brinley. “Embora este vaso seja um pouco fraco, servirá. Em dois dias, a barreira se romperá naturalmente. Uma vez que isso aconteça, os feiticeiros serão capazes de usar suas habilidades e você – o selo que está impedindo você de ganhar mais habilidades será naturalmente levantado. Uma vez que isso acontecer, você se tornará o indivíduo mais poderoso deste continente.”
“Hmph!” Ena resmungou. Ela havia tramado demais apenas para fazer Brinley confiar nela. Eles simplesmente não podiam cometer erros agora! Seria um desperdício de seus esforços.
“Hm?” o homem ao lado dela de repente congelou.
“O que?” Ena perguntou imediatamente. “Aconteceu alguma coisa?” ela perguntou.
Dessa vez, o homem não disse nada. Ele já havia explicado a ela que, mesmo sendo considerado muito poderoso, a barreira neste continente estava agindo como um selo, impedindo-o de usar todas as suas habilidades. Então, ele precisava de sacrifícios para poder usar seus feitiços. Como um demônio de alta patente, isso parecia antinatural, mas Ena não sabia disso.
Ela fez algumas perguntas e o demônio a assegurou várias e várias vezes que isso a tornaria mais poderosa.
“Alguém interveio!” o homem sibilou. “Rápido! Leve-me para o sul!” A armadilha que eles prepararam estava no sul. Para evitar suspeitas e problemas, o demônio decidiu convencer Ena a ir para o norte. Este lugar era todo neve, e poderia agir como o lugar perfeito para eles planejarem seus esquemas!
Por anos, os dois estavam fazendo o melhor de si para quebrar a barreira. Lentamente, eles finalmente estão mostrando sinais de sucesso.
“Do que você está falando?” Ena sibilou, irritada. “Quem ousaria intervir? Você disse, nossas bênçãos não funcionariam nesses demônios! Aquela Matéria Negra que você falou… nem mesmo eu posso tocá-la!” Neste continente, Ena Thun sabia que havia apenas algumas pessoas que poderiam lutar contra eles.
Logo, o demônio explicou que isso era por causa da barreira. Aparentemente, a barreira os estava enfraquecendo.
Pelo motivo desta explicação apenas, Ena estava bastante confiante de que nenhum membro das sete famílias interviria. Além disso, ela fez o melhor para criar mais caos em todos os lugares para desviar a atenção de todos e garantir que ninguém prestasse atenção ao Edepes.
Então… quem ousaria intervir agora?
“Você está surdo? Leve-me para lá!” o demônio ordenou, sua voz tremia, algo que ela nunca havia ouvido dele no passado.
Enquanto ainda resmungava, ela escolheu ouvi-lo e imediatamente usou um relicário de teletransporte para transportá-los para uma área perto de Edepes.
O que eles presenciaram lá foi nada menos que espantoso. Dois homens estavam em meio a uma horda enfurecida de demônios, lutando valentemente contra as criaturas malignas. Suas armas brilhavam com um propósito mortal, cada movimento deles era preciso e coordenado.
Mas o elemento mais cativante da cena era a esfera extremamente brilhante suspensa no meio dos dois combatentes. Esta esfera radiante emitia uma luz brilhante, quase cegante, que parecia repelir a escuridão que se aproximava. Ela pulssava com uma energia que desafiava explicação, e estava claro que esta esfera luminosa era o epicentro da batalha.
Ena e o demônio trocaram olhares confusos. Este giro inesperado dos acontecimentos os deixou momentaneamente sem palavras.
O espanto de Ena aumentava conforme ela olhava para a esfera radiante. Era diferente de tudo que já havia encontrado em seu vasto conhecimento de feitiçaria e sobrenatural. Os mistérios em torno da esfera aprofundaram sua curiosidade, e ela não pôde deixar de expressar seu espanto.
“O que é isso?” Ena perguntou. Suas dúvidas sobre se algum feiticeiro poderia conjurar tal fenômeno a roíam. Ela esperava que seu companheiro desse uma resposta, mas em vez disso, ele parecia estar oprimido por algo que estava além de seu entendimento.
O homem ao lado dela começou a tremer. Por algum motivo, Ena sentiu imediatamente a inquietação dele. Sua reação era perturbadora e lhe causou arrepios.
Ela rapidamente percebeu que, seja lá o que fosse essa esfera luminosa, teve um efeito profundo em um demônio de patente mais alta. O poder da luz atravessou suas defesas, deixando-o vulnerável e abalado.
“Deixe… vamos embora…” o demônio finalmente falou, sua voz impregnada de urgência. “Precisamos sair deste lugar.”
Ena não precisava de nenhum incentivo adicional. Ela confiou nos instintos do demônio, e sua inquietação foi suficiente para convencê-la de que deveriam recuar por ora.
Eles haviam testemunhado algo extraordinário, algo além de sua compreensão, e estava claro que essa esfera radiante continha um poder que desafiava a explicação.
Por enquanto, eles vão embora.