Jogos da Rosie - Capítulo 473
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- Capítulo 473 - 473 Precisão Mortal 473 Precisão Mortal Senhora Seraphina
473: Precisão Mortal 473: Precisão Mortal “Senhora Seraphina…” a voz do General Alexandre manteve-se surpreendentemente composta apesar da tensão no ar. Rosalinda esperava que ele tentasse pacificar a Senhora, mas suas próximas palavras estavam longe de serem reconfortantes. “Por favor, feche a boca.”
Rosalinda piscou, trocando um olhar rápido com Lucas. Memórias de sua vida passada inundaram sua mente; ela sabia que este General sobreviveria aos primeiros meses da guerra, apenas para encontrar seu fim na segunda onda de ataques inimigos. O ponto de virada da guerra em Sloryn, onde ele havia sobrevivido milagrosamente a uma emboscada, tinha se tornado matéria de lendas.
Embora o renascimento de Rosalinda tivesse alterado o curso da história e poupado Sloryn da devastadora guerra, ela não conseguia alterar o destino do General. Era semelhante à trágica morte de sua amiga Milith, a quem ela havia tentado salvar em vão.
Com a iminente guerra contra Korusta no horizonte, Rosalinda não podia deixar de se perguntar sobre o destino deste jovem General. A incerteza pesava fortemente em seu coração.
A voz da Senhora Seraphina quebrou o silêncio, curiosidade misturada com desdém enquanto ela perguntava ao General, “O que foi que você disse?” Embora seu noivado fosse meramente uma formalidade, Seraphina não nutria amor pelo General Alexandre devido à sua origem não nobre. Sua ascensão a partir de origens humildes, treinando sob o comando do pai de Seraphina, fora uma fonte de desagrado para ela.
Para ela, ter nascido nas montanhas e possuir uma tez mais escura tornava o General indigno de comparação com os estimados Príncipes de Sloryn. Ela havia ressentido o noivado forçado, sua reputação em jogo, mas seu pai o havia pressionado apesar de suas objeções.
“Você—Você acabou de—” a voz da Senhora Seraphina vacilou enquanto ela lutava para encontrar as palavras certas.
“Feche a boca,” o General reiterou firmemente, seus olhos fixos em Lucas com uma seriedade que enviou arrepios pela espinha de Rosalinda. Embora mais alto que a maioria dos homens, o General parecia quase diminuído na presença de Lucas. No entanto, o que o alarmava não era a diferença de altura, mas sim a leve aura de sede de sangue emanando de Lucas.
O General reconheceu aquele instinto predatório de seus encontros com animais selvagens no passado. Ele sabia instintivamente que Lucas era um adversário formidável, muito além de suas próprias capacidades.
“Este lugar está fechado para estranhos,” declarou o General com resolução, dirigindo-se a Lucas.
Lucas assentiu, satisfeito com sua própria contenção, por ter escolhido não escalar a situação.
“Por favor, saiam,” adicionou o General Alexandre.
“Hmm…” Lucas assentiu, um ar de calma o envolvendo. Hoje, a sorte parecia favorecer seu humor, poupando qualquer outra pessoa de experimentar sua ira. Ele cuidadosamente guardou seus pertences em sua bolsa e segurou a mão de Rosalinda, levando-a para longe da cena contenciosa que se desenrolara.
Mas, assim que começaram a se distanciar, a fúria de Seraphina transbordou. Ela não suportava mais o desrespeito percebido e agarrou o punho de sua espada curta, brandindo-a ameaçadoramente na direção de Rosalinda. “Você não me ouviu?” ela exigiu, sua voz tremendo com raiva. “Deixem seus nomes, ou nem pensem em deixar este lugar!”
Sua condição como filha de um Duque havia concedido a ela uma vida de privilégios e deferência, e ela não podia tolerar esse descaso flagrante. Seu coração batia com indignação enquanto ela cerrava os dentes, sua fúria agora direcionada a Lucas, que parecia desprezá-la completamente, voltando sua atenção para o General.
Antes que Seraphina pudesse proferir mais uma palavra, uma dor súbita e ardente eclodiu em seu pulso, fazendo sua espada cair no chão, junto com sua mão.
“AHHHHH!” Um grito angustiante perfurou o ar enquanto sangue jorrava do membro decepado, seu rosto perdendo a cor antes de desmaiar, dominada pelo choque e pela dor.
Seu noivo, que estava parado atrás dela, correu em seu auxílio, ajudando-a enquanto ela jazia inconsciente. Lucas apenas sorriu, suas palavras terrivelmente calmas, “Ela tem sorte… Estou de excelente humor hoje.” Sem mais delongas, ele pegou a mão da atônita Rosalinda e silenciosamente a levou embora.
A ajuda finalmente chegou, mas o dano estava feito, e o General sentia-se totalmente impotente. Ele não podia negar a verdade diante dele – Lucas era um enigma, um mestre da espada que se movia com precisão mortal.
O General nem mesmo viu Lucas se mover um centímetro! Tudo aconteceu rápido demais e, na próxima coisa que souberam, Lucas já havia ido embora.
As habilidades do próprio General empalideciam em comparação, e ele sabia que confrontar Lucas seria fútil.
De volta ao Ducado, o General Alexandre reuniu a coragem para relatar o encontro ao Duque. Sua voz tremia com uma mistura de arrependimento e humildade. “Sim, vossa graça, eu falo a verdade. Eu não reconheci o homem. Sua aparência e habilidade com a espada eram extraordinárias. Se ele fosse de Sloryn, eu sem dúvida saberia seu nome,” ele confessou, com a cabeça baixa em vergonha.
O Duque, que havia mentorado e cuidado do General como um pai, ouviu com o coração pesado. “Isto não é sua culpa,” ele tranquilizou o General. “Não podemos prever cada reviravolta do destino. O que importa agora é seguir em frente e aprender com isso.” O Duque franzia a testa.
Ainda assim, o General Alexandre não conseguia sacudir o peso da culpa, sentindo que havia falhado com seu estimado mentor e permitido que o mal acometesse sua amada filha. Num momento de desespero, ele avançou, apresentando seu pulso com uma adaga na mão. “Eu devo assumir a responsabilidade,” ele declarou firmemente. “Uma mão por uma mão. É apenas justo.”
“O que você pensa que está fazendo?” A voz do Duque reverberou dentro dos confins de seu estudo, seu olhar penetrando no General, a quem ele havia criado e estimado como seu próprio filho. “Pare com essa tolice. Levante-se, eu digo! Isso não vai mudar nada!”
“Mas vossa graça, isso—”
“Ela sofreu porque falhou em reconhecer a força. Considere isso uma lição para ela,” interrompeu o Duque severamente. “Como ela poderia se comportar com tal arrogância, agindo como se possuísse os céus? Se aquele homem é tão poderoso quanto você diz, ela tem sorte por ele não ter tirado sua vida. Se ele pôde cortar a mão dela com tanta facilidade, o que o teria impedido de ir para o pescoço?”