Jogos da Rosie - Capítulo 471
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471: Atitude Nobre 471: Atitude Nobre A expressão de Rosalinda contorceu-se em um franzido, suas sobrancelhas se aprofundando logo que o nome do homem chegou aos seus ouvidos. Levou apenas alguns instantes para ela testemunhar duas figuras emergindo das sombras ao fundo do palco.
Era de fato Brinley, acompanhado por uma jovem mulher que se parecia tanto com ele que poderia ser confundida com sua filha. Embora o próprio Brinley não fosse velho, parecendo estar no final dos vinte anos, a mulher diante dela parecia ser apenas uma adolescente.
Seus longos cabelos pretos perfeitamente encaracolados caíam ao seu redor, enquadrando um par de olhos inocentes mas intensamente ardentes. Embora um sorriso lhe adornasse os lábios, a feroz determinação emanando de seu olhar era inconfundível.
“Eu pensei que ele fosse casado,” Rosalinda sussurrou para si mesma, sua voz quase inaudível. Ela acreditava que apenas casais eram permitidos a participar neste jogo. Se Brinley e Princesa Ishmael estavam de fato juntos, então o que dizer de sua esposa? O pensamento permaneceu em sua mente, confundindo-a.
“Ele é,” Lucas respondeu, seu tom surpreendentemente audível apesar do sussurro dela. Optando por responder em um volume normal, ele revelou a informação. Rosalinda apenas acenou com a cabeça em reconhecimento. Brinley era, sem dúvida, casado.
Além disso, ela não pôde deixar de se perguntar por que eles estavam tão abertamente presentes. Não estavam preocupados com as ameaças iminentes do Império Korusta? A Família Blaize estava incessantemente tentando pressionar o Império Sloryn a se render Brinley. Naturalmente, Sloryn jamais cederia, mas Rosalinda lutava para compreender a base de sua inabalável confiança.
“Por que eles estão tão confiantes em deixar Brinley sair e permitir que ele participe das festividades?” A voz de Lucas reverberou em sua cabeça, providenciando uma possível explicação. Mais uma vez, ela silenciosamente concordou com suas palavras.
Entre os aplausos jubilosos e adoração ressoando da multidão ao redor, Rosalinda já podia discernir sua reação a esse iminente noivado. Seu olhar se desviou para a mulher ao lado de Brinley, e como se fosse combinado, os olhos da mulher encontraram os dela.
No momento da conexão, os olhos limpos da mulher se fixaram nos de Rosalinda. Embora um sorriso estivesse em seus lábios, Rosalinda, sintonizada com as sutilezas das auras alheias, sentiu um profundo descontentamento se formando dentro dela. Era evidente que a mulher não abrigava felicidade alguma em relação a esse arranjo.
Os sentidos de Rosalinda aguçaram abruptamente, uma sensação inquietante se assentando ao redor dela como um manto. Suas sobrancelhas se franziram em resposta, e instintivamente ela vasculhou o ambiente, procurando pela fonte da aura ominosa que pairava no ar. Um presságio de mal-estar a dominou, mas frustrantemente, a presença sinistra desapareceu tão rapidamente quanto aparecera, deixando-a questionar sua própria intuição.
A voz do apresentador cortou o silêncio, atraindo a atenção de todos de volta para o palco. “Agora, senhoras e senhores, permitam-me apresentar os demais participantes da emocionante caça ao tesouro desta noite,” anunciou o apresentador, sua voz ressoando com entusiasmo. “Primeiro, temos a estimada filha do Duque Cedric Harrington e Duquesa Genevieve Harrington, a radiante Senhora Seraphina Harrington, acompanhada por seu amado, o valente General Alexander Stormcrest!” Com sorrisos radiantes, um casal de cabelos loiros entrou no holofote, sua alegria contagiante preenchendo a sala.
O apresentador continuou, revelando o próximo par. “Em seguida, temos o estimado Marquês Gabriel Merrow e sua encantadora noiva, Senhora Luna Skylark!” Cada nome foi enunciado com um floreio, capturando a atenção da audiência.
À medida que o apresentador prosseguia chamando os nomes dos participantes restantes, Rosalinda observou que todos eles eram casais nobres, realização que a surpreendeu. Ela não esperava que o fascínio por esses jogos se estendesse também aos nobres. Enquanto uma parte dela desejava abraçar a excitação, ela não conseguia se desfazer da inquietação que a sensação peculiar anteriormente experimentada lhe causara.
“Por favor, me coloque no chão,” Rosalinda pediu, sua voz firme, porém tingida de apreensão. Lucas atendeu sem dizer uma palavra, baixando cuidadosamente seus pés no chão. “Acredito que seria prudente para nós deixarmos este lugar,” ela declarou, seu tom resoluto.
Lucas ergueu uma sobrancelha, aparentemente incônscio da aura perturbadora que tinha desassossegado Rosalinda. No entanto, uma centelha de dúvida cruzou sua mente, incerta se ele realmente permanecia não afetado por ela. “Oh? Você não está interessada em testemunhar este espetáculo cativante?” ele perguntou, um toque de curiosidade colorindo suas palavras.
“Não,” Rosalinda respondeu firmemente, seus instintos a instigando a evitar envolvimento em qualquer perigo potencial que espreitasse abaixo da superfície.
Para surpresa de Rosalinda, Lucas acedeu ao seu pedido sem mais perguntas, uma resposta que apenas alimentou sua crescente suspeita. Enquanto eles conseguiam se extrair da multidão de espectadores cada vez mais entusiasmados, que se reuniam ansiosamente para vislumbrar os participantes nobres, ela não perdeu tempo em abordar suas preocupações.
“Você também sentiu, não foi?” ela perguntou assim que encontraram um refúgio longe da multidão barulhenta. A atmosfera ao redor do evento havia se eletrificado, e as pessoas estavam se reunindo em direção ao palco, fazendo a área ficar densamente lotada.
“Eu senti,” Lucas confirmou, sua voz carregando uma nota de reconhecimento. Sem perder o ritmo, ele a guiou para uma pequena barraca afastada da comoção. Com um ar despretensioso, ele pediu uma porção de bastões de peixe seco, entregando-os a ela. “Estes são deliciosos. Experimente.”
Rosalinda acenou com a cabeça, sua curiosidade ainda pairando, mas ela decidiu momentaneamente deixar de lado suas perguntas, optando por saborear o petisco saboroso em vez disso. Após dar a primeira mordida, ela constatou que a recomendação de Lucas era precisa — o peixe seco era realmente delicioso. Com a boca cheia, ela retomou a conversa.
“Então… você acha que eles são…?” ela começou, com a intenção de perguntar se a presença perturbadora que havia sentido poderia ser atribuída a demônios, mas hesitou, deixando suas palavras se esvaírem.
“É bastante provável,” Lucas respondeu com um semblante calmo, seus olhos focados no caminho à frente.
“Neste lugar?” Os olhos de Rosalinda se arregalaram em espanto, percebendo a gravidade da situação.
“Sim,” Lucas respondeu sem mostrar nenhum sinal de surpresa ou preocupação.
“E isso não te preocupa?” ela sondou enquanto continuavam a se distanciar do clamor da multidão.
“Não,” Lucas respondeu francamente, sem deixar espaço para mais perguntas. Rosalinda ponderou pressionar por uma explicação, mas optou contra isso, ciente de sua indiferença para com tais assuntos no passado. Afinal, ela sabia muito bem que Lucas dava pouca importância para a existência de demônios.
“Devo me preocupar?” Lucas virou-se para encarar Rosalinda, seu olhar procurando por reassurance.
“Não,” Rosalinda respondeu, pegando outra mordida do peixe seco. No entanto, uma inquietação subjacente a roía. Quantos demônios haviam conseguido romper as barreiras e se infiltrar neste continente? Ela não pôde deixar de se perguntar. “Você conseguiu rastrear a fonte?” ela perguntou, esperando por algum esclarecimento.
“Não,” Lucas admitiu com um toque de frustração. “Aconteceu tão rápido. O perpetrador se escondeu habilidosamente, mas é altamente provável que um dos nobres participantes esteja envolvido.”
Rosalinda acenou com a cabeça, absorvendo a informação em silêncio. Sua mente girava com perguntas, e ela não pôde resistir a sondar mais a fundo. “Essas criaturas… elas são realmente difíceis de derrotar?” ela perguntou. Com a família de Lucas tendo protegido a barreira por gerações, ela supunha que ele possuísse conhecimento sobre os demônios.
Lucas acenou com a cabeça, sua expressão solene. “De fato, eles são adversários formidáveis.”
“No entanto,” Rosalinda hesitou, finalmente reunindo coragem para expressar sua preocupação mais profunda, “se os eliminarmos, isso não diminuiria a probabilidade da entidade dentro de mim ressurgir?”
Nesse momento, Lucas interrompeu sua marcha, seu olhar intensamente focado nela como se tentasse decifrar seus pensamentos. Inabalável, Rosalinda manteve contato visual, se recusando a recuar. Inesperadamente, Lucas se inclinou e beijou seus lábios, pegando-a de surpresa.
“O que você está—” Rosalinda começou, surpresa com sua ação repentina. Irritada, ela reagiu mordendo seu lábio inferior, surpreendendo-o. Ele se inclinou para trás, rindo suavemente. “Estávamos tendo uma discussão séria,” ela o repreendeu.
“Hmm, de fato estávamos,” Lucas reconheceu, lambendo seu lábio inferior. “Aquilo não foi muito bom,” ele admitiu.
“O beijo?” Rosalinda piscou, ligeiramente desorientada pela mudança súbita na atmosfera. Teria sido por causa do peixe seco? Ela comeu demais e começou a cheirar como um peixe?
“Morder seu marido,” Lucas esclareceu com um sorriso travesso, em seguida, acenou em direção a um prédio próximo. “Ao lado de uma pousada, nada menos.”
O rosto de Rosalinda ardeu de embaraço ao perceber o local onde estavam—parados em frente a uma pousada. Ela estava tão absorta em seus pensamentos sobre demônios que não notou o ambiente ao seu redor. Mortificada, ela rapidamente tentou puxar Lucas para seguir adiante, determinada a deixar a área e seus olhares potencialmente indiscretos para trás.
“Por que você tem que agir como um arruaceiro?” ela o repreendeu, seu tom carregando uma mistura de exasperação e embaraço confuso. Como ele poderia fazer piada da situação deles, especialmente em um espaço tão público?
Lucas riu baixinho, sua gargalhada se misturando com o ambiente ao redor. “Testar as camas é ser um arruaceiro? Eu pensei que isso fosse um ato bastante nobre,” ele brincou, encontrando diversão em sua troca de palavras.
“Abaixe a voz!” Rosalinda sibilou através dos dentes cerrados, seu desconforto crescendo. Ainda havia muitas pessoas por perto, e ela não pôde deixar de notar a presença de crianças ao alcance da voz. Quão sem vergonha esse homem poderia ser? Ela lutou para encontrar palavras para expressar sua frustração, momentaneamente sem palavras.
Sensível à crescente frustração de Rosalinda, Lucas cedeu, sua risada diminuindo.
Mas ele não se afastou da pousada.