Jogos da Rosie - Capítulo 467
- Home
- Jogos da Rosie
- Capítulo 467 - 467 Colheita 467 Colheita Em vidas passadas as experiências
467: Colheita 467: Colheita Em vidas passadas, as experiências de Rosalinda eram confinadas dentro das fronteiras de seu próprio Império, Aster. Isso não se devia à falta de desejo de sua parte em explorar outros reinos, mas sim ao estado caótico do mundo que impedia seu desejo de aventura.
A ascensão da Imperatriz Dorothy foi rapidamente seguida pela erupção de uma devastadora guerra, que lançou uma sombra sobre as terras. Antes disso, o Império enfrentava uma onda implacável de bestas perigosas, e mesmo antes, uma praga havia causado estragos.
Dado o tumultuado estado de coisas, o Imperador, cauteloso quanto a potenciais perigos, tomou grandes precauções para salvaguardar sua Imperatriz. Como dama de companhia de confiança de Dorothy, ela estava constantemente ao lado de sua irmã, seu vínculo inquebrável em meio às provações que assolavam o Império. Enquanto Rosalinda ansiava aventurar-se além de suas fronteiras, as circunstâncias determinavam o contrário.
Apesar de seu confinamento físico, Rosalinda mergulhou nos livros que retratavam a magnificência de outros Impérios, devorando contos de seu esplendor e suas culturas distintas.
Ela se imergiu nas descrições vívidas de terras estrangeiras, imaginando os mercados movimentados, palácios ornamentados e paisagens pitorescas que ficavam além das fronteiras de Sloryn.
Pinturas e ilustrações serviam como janelas para mundos que ela ainda tinha que explorar.
Por meio de sua sede de conhecimento e sua imaginação vibrante, Rosalinda cultivou um profundo entendimento dos Impérios que existiam além das fronteiras de Aster.
Sloryn, um próspero Império aninhado na costa, ostentava um porto movimentado e estrategicamente fortificado que servia como um portal vital para o comércio e empreendimentos marítimos. Conforme navios chegavam de terras distantes, eram saudados pelo grandioso porto de Sloryn, protegido por muralhas imponentes que serviam como testemunho da vigilância do Império contra os frequentes ataques de bestas saqueadoras.
O porto, conhecido como Porto Refúgio Azul, exalava um senso de energia e esplendor marítimos. Suas robustas muralhas, construídas a partir de pedra desgastada e reforçadas com ferro, cercavam o porto, criando uma barreira formidável entre a cidade e a natureza selvagem além dela. Torres enfeitadas com imponentes balistas e torres de vigia no alto das muralhas, mantinham um olho vigilante sobre o mar e as terras ao redor, prontas para repelir qualquer incursão de bestas.
Dentro do porto, uma floresta de mastros se erguia rumo ao céu, enquanto navios de todos os tamanhos e origens balançavam suavemente sobre as ondas azuis. O ar estava espesso com o cheiro salgado do mar, misturado com os aromas inebriantes de especiarias exóticas, madeira e comércio em efervescência. A sinfonia da vida marítima enchia o ar, desde o ranger do cordame até os chamados distantes das gaivotas sobrevoando.
O próprio porto era um centro vibrante de atividade. Robustos cais de pedra avançavam mar adentro, acomodando embarcações de vários tamanhos. Estivadores e marinheiros trabalhavam incansavelmente, descarregando cargas, consertando navios e se preparando para as próximas viagens. Comerciantes, locais e estrangeiros, se misturavam entre a multidão, fechando negócios e negociando preços, suas vozes carregando fragmentos de diferentes línguas e dialetos.
O charme do Porto Refúgio Azul se estendia além de seus aspectos funcionais. A beleza arquitetônica do porto se mesclava perfeitamente com os arredores naturais. Bandeiras coloridas tremulavam na brisa costeira, ostentando emblemas de guildas comerciais proeminentes e casas nobres. Delicadas esculturas em pedra adornavam as paredes, retratando criaturas marinhas lendárias e contos de valentes marinheiros.
Entretanto, ela não estava interessada na história de Sloryn.
Ela estava aqui por uma coisa.
Sua comida.
A atenção de Rosalinda era inabalável, seu desejo pela renomada culinária de Sloryn ofuscando qualquer interesse em sua história ou outras atrações. Enquanto ela caminhava ao lado de seu marido, Lucas, pelas ruas movimentadas perto do porto, seus olhos brilhavam em antecipação.
“Você não teme atrair muita atenção com sua aparência marcante?” Rosalinda brincou, lançando um olhar a Lucas enquanto ele finalmente decidia remover sua máscara. Com seu rosto revelado, ela presumiu que ele passaria despercebido em meio à multidão efervescente. Ela franziu a testa para ele, um sorriso travesso adornando seus lábios, enquanto ele alcançava suas mãos, entrelaçando seus dedos nos dela.
Lucas riu, o som rico e caloroso, seus olhos brilhando de diversão. “Talvez eu esteja usando meu charme para te tentar a passar a noite em Sloryn,” ele respondeu flertando.
No entanto, Rosalinda rapidamente descartou a sugestão dele. Ela não tinha intenção de passar uma noite neste lugar. Se Lucas tinha meios de trazê-los até aqui, ela tinha confiança que ele poderia levá-la embora quando ela desejasse. Em sua mente, a primeira indulgência que ela buscava eram as tentadoras iguarias do Império.
A localização costeira de Sloryn presenteava seus habitantes com uma abundante variedade de frutos do mar frescos, formando a pedra angular de sua tradição culinária. A fama da cidade por sua cozinha de frutos do mar atraía visitantes de longe, atraídos pela promessa de sabores suculentos e aromas cativantes.
A “Colheita da Sereia” se destacava como uma das iguarias mais celebradas do Porto Refúgio Azul, um verdadeiro testemunho da finesse culinária do Império. Este prato requintado apresentava lagosta perfeitamente grelhada, habilmente temperada com uma mistura de ervas e especiarias costeiras.
Ele dividia os holofotes com uma mistura de vieiras grelhadas e camarões amanteigados, dispostos com precisão artística sobre uma cama de algas macias. Um toque de limão ácido revigorava o conjunto, enquanto uma pitada de corais triturados adicionava uma crocância deliciosa a cada mordida tentadora.
Outra obra-prima adorada que gracejava as mesas do Porto Refúgio Azul era o robusto e aromático “Ensopado de Leviatã”. Pedaços suculentos de carne de besta marinha, meticulosamente cozidos lentamente até a perfeição, boiavam em meio a um caldo rico e saboroso infundido com ervas aromáticas e uma seleção de vegetais de raiz. O ensopado oferecia uma sinfonia de sabores, capturando a essência salgada do mar e o calor reconfortante de uma refeição caseira querida.
Para satisfazer o desejo por algo doce, os locais se deliciavam com o encantador “Beijo da Sereia”. Esta sobremesa decadente harmonizava a doçura do açúcar caramelizado com uma tentadora pitada de sal marinho. Camadas delicadas de massa folhada envolviam um creme de caramelo suntuoso que dançava nas papilas gustativas com prazer aveludado. Um polvilhar de cristais de sal marinho coroava a criação, proporcionando um contraste sutil que equilibrava a riqueza do caramelo, deixando uma impressão duradoura de encantamento culinário.
“Eu li sobre o Beijo da Sereia e a Colheita da Sereia,” interrompeu Rosalinda, mudando rapidamente de assunto para as iguarias tentadoras. Ela esperava desviar a atenção de Lucas da tentação de experimentar as acomodações do Império.
Assim que Rosalinda tentou direcionar a conversa para os pratos deliciosos que os aguardavam, uma voz misteriosa interrompeu seu diálogo. Surpresos, tanto Rosalinda quanto Lucas viraram a cabeça para encontrar um homem com um bode excêntrico diante deles. Vestido com um terno preto e adornado com um chapéu peculiar, ele parecia deslocado em meio à atmosfera noturna do porto.
Curiosa, Rosalinda observou a figura enigmática, seu olhar cheio de uma mistura de interesse e cautela. O homem não perdeu tempo em afirmar sua presença, sua voz impregnada de um ar de flamboyância.
“Beijo da Sereia, diz você?” ele interrompeu, sua voz transbordando de entusiasmo. “Enquanto é de fato renomado por sua combinação tentadora de doce e salgado, há algo muito mais cativante do que simplesmente se deliciar com seus sabores!”
As sobrancelhas de Rosalinda se uniram enquanto ela tentava entender as intenções do homem. Sua aparição súbita e afirmações extravagantes a deixaram tanto intrigada quanto cética. Era como se ele tivesse saído de um conto ou de um espetáculo de circo.
“Eu sou alguém que encontrou uma sereia nos mares Azuis,” declarou o homem, um brilho de empolgação em seus olhos. “Como resultado, fui abençoado com a rara habilidade de prever o futuro dos amantes!”
Antes que Rosalinda pudesse expressar seu ceticismo ou tentar levar Lucas embora, o homem continuou, suas palavras cheias de convicção. “Um Dragão e um Fênix! Eu posso ver, a aura radiante envolvendo vocês dois! Seu futuro é abençoado!”
Rosalinda, bem ciente de tais performances, instintivamente tentou puxar a mão de Lucas para longe, esperando descartar as afirmações do charlatão. No entanto, para seu desgosto, Lucas parecia genuinamente intrigado com as supostas habilidades do homem. Ele até retirou uma moeda de prata reluzente do bolso e a entregou ao místico, seus olhos cheios de expectativa.
“Nos diga mais,” pediu Lucas, sua voz misturando curiosidade e diversão.
O olhar do homem se suavizou, sua postura teatral dando lugar a um momento de sinceridade. “Sua jornada, queridos amantes, será preenchida com provações e tribulações, bem como momentos de alegria profunda,” ele prosseguiu, sua voz carregando um tom de autenticidade. “Juntos, vocês possuem a força para superar qualquer obstáculo e a sabedoria para abraçar o poder transformador do amor. Sua união, como a de um dragão e um fênix, irá acender um caminho de destino que deixará uma marca indelével no mundo.”
Rosalinda franziu o cenho, uma expressão cética marcando seu rosto. Ela sabia muito bem que indivíduos como esse homem eram artistas, habilidosos em tecer histórias que atendiam às aspirações românticas daqueles que cruzavam seu caminho.
Suas palavras eram destinadas a encantar e cativar, mas tinham pouca substância além do entretenimento. Ela não pôde deixar de se perguntar se essa era a primeira vez de Lucas com tal encantador, considerando sua fascinação com o espetáculo que se desenrolava.
“Esses artistas são comuns em festivais,” Rosalinda pensou consigo mesma. “Ele deve estar familiarizado com suas artimanhas e promessas vazias.”
Entretanto, antes que Rosalinda pudesse expressar seus pensamentos, a proclamação do homem tomou um rumo inesperado. Sua voz se elevou com empolgação enquanto ele declarava, “Estou vendo uma criança! Sim, uma criança! Eu posso ver claramente isso no seu futuro!”
O fôlego de Rosalinda ficou preso na garganta. Ela olhou para Lucas, esperando encontrar um sinal de ceticismo ou descrença refletido em seus olhos, mas para seu espanto, ele exibia um sorriso genuíno. Sem hesitar, ele alcançou seu bolso novamente e pegou outra moeda de prata, colocando-a na palma da mão do homem.