Jogos da Rosie - Capítulo 460
- Home
- Jogos da Rosie
- Capítulo 460 - 460 Estabilidade 460 Estabilidade Haviam sido vários dias
460: Estabilidade 460: Estabilidade Haviam sido vários dias tensos e ansiosos desde que os imponentes portões da grande propriedade foram selados. Sussurros se espalharam como fogo entre os habitantes da região norte, alimentando um sentimento de medo e incerteza.
Alguns especulavam que o fechamento era um sinal portentoso de um desastre iminente, enquanto poucos selecionados, cientes de informações clandestinas, suspeitavam de um motivo diferente por completo – os preparativos ocultos do Duque para assegurar um herdeiro.
O Rei, inflexivelmente protegido e intransigente, recusava-se a revelar a verdade por trás dos portões selados. Em vez disso, ele oferecia garantias vagas, alegando que tudo estava bem dentro dos muros da propriedade.
Enquanto isso, a Rainha se trancou no opulento palácio e se retirou da vista pública. Ela evitou banquetes, negligenciou suas responsabilidades como Rainha e cessou todas as interações com a nobreza, incluindo seu dever de presidir celebrações e eventos importantes.
Inquietas e consumidas pela curiosidade, as famílias nobres do reino ficavam cada vez mais agitadas, desesperadas para descobrir o verdadeiro propósito por trás das ações enigmáticas do Duque.
Rumores circulavam, e a intriga espessava o ar como uma névoa invisível, enquanto cada casa nobre enviava seus enviados mais habilidosos para sondar os segredos escondidos dentro da propriedade selada.
Ainda assim, enquanto a região norte definha em um impasse perturbador, os Sete Impérios e suas influentes famílias dominantes permaneciam indiferentes, preocupados com seus próprios problemas e desafios.
Apesar de enviarem representantes para se informar sobre a agitação que se desenrolava no norte, sua atenção foi breve, desviada por problemas pessoais que exigiam sua atenção imediata.
Três longas e suspenseful semanas se passaram desde o fechamento da propriedade quando notícias do Império Aster quebraram o frágil equilíbrio.
Num movimento repentino e chocante, os portões do Império Aster foram também bruscamente fechados, mergulhando a capital e outras cidades no caos. Traidores emergiram das sombras, semeando sementes de discórdia e rebelião.
Sussurros carregavam contos de um confronto climático entre o Imperador reinante e o Duque de Duance, enquanto espiões transmitiam histórias de um assalto audacioso ao palácio e a morte prematura de inúmeros oficiais de alta patente.
Contudo, a autenticidade desses relatórios permanecia duvidosa, pois o Império Aster havia selado seus portões, aprisionando todos os indivíduos suspeitos e obscurecendo a verdade por trás de suas formidáveis paredes.
Ao ouvir essas notícias perturbadoras, a testa de Rosalinda se franziu com profunda preocupação. Um nó de inquietação torceu dentro de seu estômago, e sua mente não pôde evitar fazer uma conexão arrepiante – a recente visita de Lucas.
Lentamente, ela descascou a pele de uma suculenta uva, o som de arrancar mascarando seus pensamentos perturbados enquanto ela absorvia o último relatório de Magda. Seria realmente mera coincidência Lucas ter passado um tempo em Aster apenas algumas semanas atrás, ou havia algo mais sinistro em jogo?
“Sua graça, não há necessidade de se preocupar com assuntos como este,” Magda tranquilizou, com sua voz tingida de um pingo de preocupação enquanto terminava de examinar os relatórios. “Você deve focar em cuidar do seu bem-estar, corpo e espírito. A neve do inverno começou a derreter, e uma mudança de temperatura nos aguarda no norte. As roupas da Senhorita Monoroe chegaram, e se você quiser vê-las, por favor me avise que chamarei os criados para trazê-las para você.”
Rosalinda ofereceu a Magda um sorriso irônico, um toque de diversão dançando em seus olhos. Parecia que desde que ela ascendeu ao papel de Duquesa, uma peculiar transformação havia ocorrido.
Os habitantes da grande propriedade, do mais humilde criado ao mais estimado nobre, a tratavam como se fosse uma flor frágil, necessitando de proteção constante.
Mas por quê? Ela havia perdido alguma informação vital do seu passado? O enigma roía sua curiosidade, instigando-a a desvendar os segredos que encobriam seu recém-descoberto status.
“Não é necessário, Magda. Eu confio no gosto impecável da Senhorita Monoroe,” Rosalinda respondeu, sua voz preenchida com uma tranquila confiança. Afinal, ela nunca foi de passar seu tempo ociosamente. Com um sorriso caloroso, ela gesticulou em direção a um monte de papéis arrumados sobre a mesa à sua frente.
Neles continham planos detalhados para seu ambicioso projeto de estufa e a construção adicional que ela havia encomendado para Elias e outros. A construção havia progredido rapidamente, e as estruturas logo estariam prontas para ocupação em alguns dias.
Os olhos de Rosalinda brilhavam com determinação enquanto ela examinava os esboços arquitetônicos e cálculos. A estufa representava mais do que apenas uma estrutura física; era um símbolo de sua resiliência, um testemunho de sua capacidade de prosperar mesmo sob as condições mais rigorosas.
Dentro desses muros, a vida vibrante floresceria, transcendendo as limitações impostas pelas estações.
Quanto mais ela se aprofundava nesse assunto, mais empolgada ela se tornava.
Não muito tempo após seus devaneios, Denys trouxe notícias de que seu marido, o Duque, havia solicitado sua presença para um almoço. Sem hesitar, Rosalinda se levantou de seu assento e se dirigiu ao opulento salão de jantar onde Lucas a aguardava.
O cômodo, antes adornado com uma longa mesa retangular, havia passado por uma transformação. Reconhecendo a antipatia de Lucas pela configuração alongada, a chegada de Rosalinda o levou a encomendar uma reforma. Uma pequena e elegante mesa circular agora ocupava o espaço, criando um ambiente íntimo para suas refeições compartilhadas.
Um sorriso adornou os lábios de Rosalinda enquanto ela observava o banquete de pratos deliciosos que os aguardavam. Desde o casamento, Lucas a havia introduzido a uma variedade de cozinhas de reinos distantes, ampliando seu paladar e expondo-a a sabores que ela jamais havia imaginado.
A exploração de novos gostos havia se tornado um ritual precioso entre eles, uma maneira de forjar conexões além das fronteiras de seu próprio reino.
Enquanto a comida era servida, a atenção de Lucas voltava-se para Rosalinda, seus olhos preenchidos com uma mistura de ternura e curiosidade. Com um gesto delicado, ele adicionou mais iguarias ao prato dela, um gesto de afeição e cuidado.
Sua conversa fluía sem esforço, carregada pelo aroma das especiarias exóticas e pelo calor de suas risadas compartilhadas. No meio das delícias culinárias, Lucas abordou um tópico aparentemente inocente, perguntando sobre as joias que Rosalinda havia recebido mais cedo. Seu tom, no entanto, carregava um vestígio de tensão, como se sua pergunta escondesse emoções mais profundas.
“Sim, recebi as joias que você pediu para Magda me entregar,” Rosalinda respondeu, sua voz infundida de curiosidade e confusão. Os presentes requintados que ela havia recebido a confundiam bastante. Magda apenas havia mencionado que eram do Duque, mas enquanto Rosalinda examinava as joias cintilantes, a dúvida nublava seus pensamentos. Poderiam elas realmente ser uma oferta genuína de Lucas, ou havia algo mais em jogo?
Os presentes em si possuíam um apelo inegável. Cada peça irradiava uma beleza cativante, com gemas que brilhavam como luz de estrelas capturadas. Sua grandiosidade e opulência eram inconfundíveis, um testemunho de seu imenso valor.
Embora Rosalinda apreciasse coisas bonitas, ela não podia deixar de questionar a finalidade por trás dessas ofertas suntuosas. Num reino cheio de incertezas e motivos ocultos, ela se encontrava hesitante em abraçar a extravagância diante dela.
O olhar de Lucas se acentuou, um lampejo de possessividade cintilando em seus olhos. Sua voz, carregada com um aviso subjacente, cortou o ar como uma lâmina afiada. “Essas bugigangas foram meras ofertas das famílias nobres,” afirmou ele, suas palavras transbordando de implicações veladas.
“Se você as considerar desagradáveis, sinta-se livre para descartá-las, jogue-as fora,” ele acrescentou.
“Elas não são ruins,” Rosalinda sorriu, sua voz tingida de um toque de diversão. Ela havia se acostumado ao peculiar hábito de Lucas de não gostar de presentes dos outros. Quer isso viesse de sua natureza infantil ou possessividade, ela não poderia ter certeza.
No entanto, ela achava a ideia de descartar as joias bastante dispendiosa. “Seria um desperdício jogá-las fora. Se eu não me agradar delas, posso sempre vendê-las e ganhar algum ouro.”
Para Rosalinda, a perspectiva de vender as peças extravagantes parecia muito mais sensata do que deixá-las acumular poeira em alguma gaveta esquecida. A ideia de desperdiçar uma oportunidade valiosa de ganhar dinheiro parecia tola aos seus olhos. Afinal, os fundos adquiridos por meio de sua venda poderiam ser utilizados para diversos fins, como comprar vários ingredientes para cozinhar mais comida.
Lucas fez uma pausa no meio da refeição, seu olhar perfurando-a como uma lâmina afiada. Sua atenção se desviou das joias para ela, com uma expressão misturada de confusão e preocupação. “Você já viu os livros?” ele indagou.
Rosalinda franziu a testa, lutando para compreender por que ele levantaria tal tópico naquele momento. “Livros? Ah… você quer dizer as contas da propriedade?” ela respondeu, tentando entender suas intenções.
“Sim,” ele confirmou, seus olhos fixos nela.
“Claro, eu vi,” Rosalinda respondeu. Denys havia a guiado meticulosamente através das complexidades dos registros financeiros da propriedade, garantindo que ela possuísse uma compreensão abrangente de sua riqueza e recursos.
“Então você deve saber que a propriedade não falta dinheiro,” afirmou Lucas com naturalidade.
Os pensamentos de Rosalinda giravam, tentando conectar os pontos entre suas perguntas e a estabilidade financeira da propriedade. De acordo com os livros, sua riqueza era vasta, construída através de investimentos astutos e empreendimentos florescentes em outros Impérios. A abundância de recursos à disposição deles havia deixado a impressão de que dinheiro era a última coisa que precisavam.
“Ah…” Rosalinda assentiu pensativamente, a realização despertando dentro dela. A prosperidade financeira da propriedade era inegável.
“Então, você acha que sua mesada mensal não é suficiente?” A voz de Lucas carregava uma mistura de confusão e preocupação, seu olhar buscando respostas dentro dela.
“O quê? Não. Claro que não. É mais do que suficiente,” Rosalinda respondeu, sua voz repleta de tranquilidade. A generosa mesada mensal que ela recebia da propriedade excedia suas necessidades. Na verdade, ela achava que era uma abundância de riquezas, muito além do que ela jamais havia imaginado.
“Então, por que você está vendendo coisas assim? Se você não gosta delas, apenas jogue-as fora,” falou Lucas, com o rosto sério. “Se você realmente se encontrar em necessidade de fundos, basta me informar. Eu nunca permitiria que minha esposa passasse por qualquer tipo de dificuldade.”
“…” Rosalinda não sabia o que dizer.