Jogos da Rosie - Capítulo 450
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450: Tranquilidade No Meio do Caos 450: Tranquilidade No Meio do Caos “Este lugar é tão lindo,” Rosalinda observou, seus olhos cheios de maravilhamento enquanto contemplava o jardim vibrante diante dela. As flores pareciam possuir uma qualidade etérea, diferente de qualquer outra que ela já havia visto. Virou-se para Lucas, que estava ao seu lado, com uma expressão tão estoica quanto sempre. “Onde exatamente estamos?” ela perguntou, com a curiosidade aguçada. Após ‘comerem’ no escritório, Lucas a levou para conhecer a Mansão. Então, eles acabaram aqui.
Lucas fez uma pausa por um momento, escolhendo cuidadosamente as palavras. “Estamos atualmente na barreira,” ele respondeu. “A Família Rothley foi confiada com sua proteção por gerações.”
Rosalinda franziu a testa, a confusão evidente em seu rosto. “A barreira?” ela repetiu, lutando para compreender o significado de suas palavras. “Estamos de volta à ilha?”
Lucas balançou a cabeça negativamente. “Não, este é um lugar diferente. Um santuário escondido guardado pela Família Rothley. Ninguém mais, além de seus membros, pode entrar neste espaço.”
Uma sensação de reverência tomou conta de Rosalinda. Ela aceitou a xícara de chá que Lucas ofereceu, sentindo o calor da porcelana contra suas pontas dos dedos. Saboreando o chá aromático, ela contemplou.
“O que aconteceria se a barreira se rompesse?” Rosalinda perguntou. Ela não pôde evitar de especular sobre as consequências de tal violação.
Os olhos de Lucas encontraram os dela, irradiando uma calma confiança. “Ela não se romperá,” ele afirmou com firmeza, sua crença inabalável ecoando em suas palavras.
O silêncio se instalou enquanto Rosalinda absorvia sua resposta. Ela não pôde evitar de considerar a possibilidade de um desfecho diferente.
Seus pensamentos se voltaram para a ameaça iminente de sua alma se fundir com aquela que estava dentro dela. Lucas havia dito que absorver a essência do demônio poderia evitar essa fusão, mas a dúvida ainda persistia dentro dela.
E se tivesse uma agenda diferente? E se ela reencarnou por causa dessa alma?
A mera ideia fez um arrepio percorrer a espinha de Rosalinda. Como se sentisse seu desconforto, Lucas envolveu-a com um cobertor quente, oferecendo conforto tanto físico quanto emocional. Ela encontrou seu olhar, buscando consolo na segurança que encontrou ali.
“Devemos retornar agora?” Lucas sugeriu, quebrando o pesado silêncio que os envolvia.
Perdida em seus pensamentos e no reino enigmático em que se encontravam, Rosalinda havia perdido a noção do tempo. Mas na presença de Lucas, o tempo parecia insignificante.
Ela assentiu, concordando silenciosamente com a proposta dele. Havia muito para processar e contemplar, e estar em sua companhia lhe trazia uma sensação de paz. Além disso, este lugar era realmente muito bom. Como Lucas afirmou, havia comida que eles podiam comer. Embora ela não tivesse a menor ideia da origem do banquete suntuoso em que haviam se deliciado dentro deste santuário escondido, ela não podia negar que os sabores eram diferentes de tudo que ela já havia experimentado antes.
Era como se um mundo de possibilidades inexploradas tivesse sido aberto diante dela, e ela estava ansiosa para explorá-lo, lado a lado com Lucas.
Contudo, as palavras de Lucas serviram como um lembrete contundente de suas responsabilidades além desse lugar encantador. Eles não eram mais apenas dois indivíduos perdidos num santuário escondido; agora eles detinham os títulos de Duque e Duquesa de Wugari, com o dever de proteger seu povo.
A realidade do mundo exterior, atormentado por bestas implacáveis e a turbulência política entre os Impérios, voltou a correr em sua mente.
“Você acha que poderemos voltar aqui?” Rosalinda perguntou, um brilho de esperança em seus olhos enquanto se apegava à ideia de revisitar esse lugar de tranquilidade em meio ao caos.
A resposta de Lucas foi resoluta. “Sim, voltaremos,” ele afirmou, sua voz transbordando confiança.
Um sorriso de pura alegria adornou os lábios de Rosalinda. Era um alívio saber que este santuário permaneceria acessível a eles sempre que precisassem de um descanso de seus papéis exigentes.
Justo quando ela pensava que a conversa tinha concluído, Lucas produziu um colar, aparecendo aparentemente do nada. Ele o estendeu em direção a ela, seu olhar cheio de uma mistura de ternura e expectativa.
“Se você desejar retornar, este colar lhe concederá acesso ao meu escritório,” ele explicou. “Basta visualizar-se em pé no escritório, e você será transportada para lá.”
A curiosidade surgiu dentro de Rosalinda enquanto ela examinava o colar simples. Sua simplicidade a intrigava; não havia pedras preciosas ou desenhos ornamentados. Em vez disso, o pingente parecia ser feito de madeira humilde, sua superfície lisa exalando um ar de elegância discreta.
Grata por seu gesto atencioso, Rosalinda virou, movendo graciosamente os cabelos para expor a nuca. Ela sentiu o toque suave de Lucas ao prender o colar em volta do seu pescoço, suas pontas dos dedos roçando a pele dela, acendendo um rastro de calor.
“Obrigada,” ela murmurou. O colar agora repousava contra seu colo, um símbolo tangível de sua conexão e a promessa de futuras visitas ao santuário que agora compartilhavam.
Após alguns minutos, caminharam de volta ao escritório dele, de onde se teleportaram de volta ao seu quarto.
Lucas imediatamente mergulhou nos relatórios que Denys havia entregado, sua expressão mudando de calma para leve diversão. “Quatro dias de silêncio, e agora estão correndo para o Rei por respostas? Até mesmo alguns Impérios enviaram seus representantes para inquirir,” ele riu com sarcasmo. Parecia que alguns dos outros Reinos estavam ficando impacientes e recorreram a contar suas preocupações sobre a misteriosa doença que havia afetado os soldados.
“É natural que se preocupem com a propriedade e suas questões,” Rosalinda opinou, seus dedos delicados pegando um novo lote de pastéis que acabara de chegar no escritório. O cheiro de doçura amanteigada e quente preencheu o ar, distraindo-a momentaneamente do peso de suas responsabilidades.
Lucas a olhou fixamente, seu olhar intenso, e ele assentiu pensativamente. “Você está certa,” ele disse.
Suas sobrancelhas se franziram em confusão.
Por que a resposta dele parecia estranha? Ela disse algo errado?
Apesar de suas dúvidas persistentes, ela não pôde deixar de se manter firme. “É claro que estou,” ela respondeu.
Ela sabia que suas palavras tinham mais peso do que uma simples discussão sobre contar ao Rei. Havia uma teia intrincada de intrigas cercando a Propriedade Rothley — uma que havia atraído olhares cobiçosos por anos.
Por gerações, a família Rothley havia se mantido como guardiões de suas terras, afastando as bestas invasoras sem ajuda externa. A mera menção de seu nome instilava medo nos corações daqueles que ousavam desafiar seu domínio.
Mas ao lado de sua nobre reputação, existiam indivíduos que nutriam um desejo ardente de descobrir os segredos ocultos que jaziam dentro dos muros da propriedade. E agora, neste clima de incerteza, parecia oportuno para esses estrategistas aproveitarem qualquer vantagem que pudessem encontrar.
Contudo, Rosalinda optou por não se aprofundar na questão. Ela conhecia o preço que isso cobrava em sua mente, o esgotamento que consumia todos os seus pensamentos. Seu cansaço não era meramente físico; era uma fadiga mental que ameaçava consumi-la.
Para reabastecer suas forças, ela buscou consolo no ato simples de comer, encontrando alívio no sabor e na textura dos pastéis que enfeitavam a mesa.
Um brilho astuto surgiu nos olhos de Lucas enquanto ele contemplava a situação atual. “Então vamos aproveitar a oportunidade que nos foi apresentada,” ele declarou, sua voz impregnada de determinação. “Vamos explorar o caos e a incerteza que nos cercam.”
Rosalinda o considerou, a curiosidade mesclando-se com um toque de apreensão. Ela reconheceu a natureza calculista do plano dele, entendendo que isso exigiria pulso firme e determinação inabalável.
“Mantenham os portões fechados,” Lucas instruiu, sua voz autoritária. “Não respondam perguntas, não forneçam explicações. Temos suprimentos suficientes para nos sustentar e a nossos soldados por meses a fio. Não há urgência em receber convidados neste momento. Informem que a doença que aflige nossos soldados é altamente contagiosa, transmitida pelo simples toque e pelo ar. Não devemos impor vidas inocentes nessa questão. Mantenham os detalhes vagos, mas instilem um senso de perigo iminente. Você sabe o que fazer?” Seu olhar penetrante fixou-se em Denys, aguardando sua resposta.
Com um aceno firme, Denys confirmou seu entendimento. “Sim, meu senhor,” ele respondeu, com voz estável. O conhecimento de Denys sobre a dança estratégica da verdade e da decepção não deve ser subestimado.
Denys partiu imediatamente do escritório, deixando Rosalinda sozinha com Lucas. Seus olhos se estreitaram enquanto ela o observava.
“Você está usando esta situação como desculpa para nos confinar nos muros desta mansão?” Suas palavras foram tingidas com um tom de acusação, como se ela tivesse descoberto um segredo que ele estava desesperadamente tentando esconder. No fundo, ela sentia que seu verdadeiro motivo não era apenas a segurança da propriedade.
Lucas, no entanto, pareceu inabalável diante de seu escrutínio. Ele encontrou seu olhar com um sorriso despreocupado, seus olhos brilhando maliciosamente. “Por que não?” Sua resposta veio sem esforço, sem nenhum indício de culpa ou remorso. Era como se ele tivesse antecipado sua pergunta e estivesse preparado para defender seus desejos pouco convencionais.
Rosalinda só pôde olhar para ele, sua boca entreaberta em descrença. Ela esperava alguma forma de explicação ou justificativa, mas sua admissão descarada a deixou momentaneamente sem palavras. A audácia com a qual ele exibia suas verdadeiras intenções ao mesmo tempo a enfurecia e intrigava.
“Como você pode ser tão descarado a respeito disso?” ela finalmente conseguiu dizer, uma mistura de exasperação e diversão colorindo suas palavras. Havia uma parte dela que admirava sua ousadia, sua recusa em se conformar com as normas sociais. Mas outra parte dela ansiava pela seriedade de suas responsabilidades para tomar precedência.
Lucas diminuiu a distância entre eles, sua voz baixando para um sussurro rouco. “Porque, meu amor,” ele murmurou, sua respiração quente roçando contra a orelha dela, “às vezes devemos aproveitar os breves momentos de tranquilidade no meio do caos. Não podemos permitir que o peso do mundo nos consuma inteiramente, podemos?”
Ele soava sincero, mas Rosalinda tinha uma suspeita de que ele já havia planejado isso desde o início.