Jogos da Rosie - Capítulo 439
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439: Bolo de Aniversário 439: Bolo de Aniversário “A Rainha convocou você ao palácio,” Magda transmitiu rapidamente a informação para Rosalinda assim que ela chegou à enfermaria.
“Por que você não me avisou antes?” Rosalinda suspirou, esperando evitar mais complicações.
“As quatro famílias nobres queriam garantir que você recebesse o descanso de que precisava. Eles ainda estão lá fora, cercando a enfermaria,” acrescentou Magda, com um tom cheio de urgência.
A mente de Rosalinda acelerou, tentando entender a situação. Os líderes das quatro famílias estavam de guarda, prontos para confrontar a Rainha e seus cavaleiros em seu nome? Isso estava além de tudo que ela poderia ter imaginado. “Certamente essa medida extrema não é necessária,” ela murmurou incrédula.
“Você acabou de salvar a vida de pessoas próximas às quatro famílias. Não é surpresa que eles estejam dispostos a ir a tais comprimentos, mesmo contra a Rainha,” explicou Magda. “Por favor, me avise quando estiver pronta para partir. Preparei a carruagem e um pouco de mingau nutritivo para você.”
Rosalinda assentiu, sem conseguir encontrar as palavras certas. Toda a situação parecia surreal.
Desde seu renascimento, ela encontrara muitas pessoas novas que nunca tinha visto antes, mas nenhuma a tratou com tanta reverência. Essas pessoas devem saber que ela possuía uma poderosa feitiçaria, certo? Afinal, ela deixou todos acreditarem que poderia manejar a escuridão. Ela deveria inspirar medo, não lealdade. No entanto, lá estavam eles, desafiando a Rainha por ela.
A mistura de emoções estranhas e calorosas a sobrecarregou. Ela não pôde ignorar o sentimento que surgia dentro dela. Depois de mais alguns minutos de reflexão dentro dos confins da enfermaria, ela tomou uma decisão de sair. Instruindo Magda para informar a todos que ela se juntaria a eles depois do café da manhã, Rosalinda reconheceu que tinha passado por muito. Embora não estivesse fisicamente cansada, a fome lhe roía por dentro.
Com fome, de fato.
Quando Magda anunciou que os líderes haviam partido, Rosalinda saiu da enfermaria e deparou-se com Lucas dentro da carruagem. Seu coração deu um salto, memórias de sua promessa no dia do casamento inundando sua mente. Ele tinha jurado voltar no dia de seu aniversário, e hoje, dia de todos os dias, era o seu aniversário.
Será que ele está aqui para consumar o casamento?
Mantendo a compostura, Rosalinda entrou tranquilamente na carruagem e sentou-se em frente a Lucas. Mas antes que pudesse se acomodar, ele gentilmente a puxou para o seu colo, fazendo suas bochechas corarem de colorido.
“Sua tola,” Lucas riu, seus olhos cheios de alegria. “É seu aniversário, e ainda assim você se esgotou.”
O casamento deles havia acontecido apenas dois dias atrás e, enquanto ele não a tratou mal, ela sentiu uma certa distância. Ela atribuiu isso às circunstâncias difíceis e não pensou muito sobre isso.
Lucas parecia diferente agora, e Rosalinda não pôde deixar de se perguntar se o assunto em questão tinha sido resolvido.
Ela piscou, sua irritação crescendo a cada momento que passava. “Você queria que seus soldados morressem?” ela perguntou, seu tom tingido de frustração.
Não eram apenas os soldados que a incomodavam; seu estômago roncando só intensificava seu humor. O mínimo que este homem poderia fazer depois de abandoná-la em sua noite de núpcias era trazer-lhe algo para comer. Ela franziu a testa quando percebeu que seus pensamentos ainda estavam presos naquela noite de casamento.
Para seu desgosto, Lucas respondeu com uma risada. “Como eles poderiam morrer de uma simples gripe?” ele retrucou.
“Simples gripe?” Rosalinda estreitou os olhos para ele. “Denys já deve ter te informado sobre a situação dos demônios. Que gripe é essa que você está falando?”
Os olhos de Lucas brilharam com um brilho travesso. Ele acariciou seu quadril, e uma onda de calor percorreu seu corpo. Era uma sensação conflitante—momentos atrás, ela estava contemplando sua noite de casamento e agora, com seu toque, sentia vontade de afastar sua mão.
O que ela estava pensando? Ela precisava se recompor. Não era assim que uma mulher experiente que vivenciou muito em sua vida passada deveria agir.
“Mas não estamos aqui para discutir esse assunto,” Lucas murmurou, sua mão acariciando gentilmente sua bochecha enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da sua orelha. A ação a pegou de surpresa, e ela engoliu seco.
“Feliz aniversário,” ele sussurrou, revelando uma pequena caixa em sua mão esquerda. Sua atenção se voltou para a caixa que era um pouco maior do que sua palma.
Ela olhou para a caixa, sua mente ansiando por algo mais tangível—como comida. Ela não tinha interesse em joias ou bugigangas. Tudo o que desejava era um pedaço para satisfazer sua fome.
Contudo, como ela poderia recusar um presente? Com um sorriso hesitante, ela aceitou a caixa e abriu-a lentamente, apenas para seus olhos se arregalarem de espanto.
Era um bolo.
O bolo estava diante dela—uma confeitaria simples, mas seu significado era profundo. Era algo que ela realmente podia comer, um luxo do qual foi privada por tempo demais.
Os olhos de Rosalinda brilharam de antecipação enquanto a voz de Lucas rompeu o silêncio. “Assopre,” ele instruiu, e de repente, uma única vela materializou-se em cima do bolo.
Um sorriso genuíno se espalhou pelo rosto de Rosalinda. “Por dezessete anos, nunca tive um bolo no meu aniversário,” ela confessou, sua voz tingida de nostalgia. “Nas terras de fronteira, Milith costumava caçar coelhos para mim. Eles não eram nada extravagantes, mas eram maiores do que os que normalmente tínhamos.” Ela piscou, uma ponta de melancolia cintilando em seus olhos. Sem esperar pela resposta de Lucas, ela se inclinou para a frente e soprou suavemente a vela, seu desejo levado embora pela chama vacilante.
Ele não disse uma palavra, em vez disso, envolveu-a em seus braços e deu um beijo carinhoso em sua têmpora. Era um gesto cheio de calor e conforto, algo que ela passou a apreciar em sua presença.
“Você está esperando o quê?” a voz de Lucas interrompeu o silêncio. “Você não deveria estar se deliciando com ele imediatamente?”
“É assim?” Rosalinda respondeu sua voz leve com um toque de diversão. Dispensando as formalidades, ela aceitou o garfo que ele ofereceu e atacou o bolo. A sala foi envolvida em silêncio enquanto ela saboreava cada pedaço, apreciando a doçura e a textura. Antes que percebesse, o bolo havia desaparecido, consumido com uma fome quase voraz.
Naquele momento, enquanto limpava a última migalha dos lábios, Rosalinda percebeu que não era apenas o bolo que havia devorado—era um gosto de liberdade, um lembrete de que a vida oferecia alegrias simples mesmo no meio da agitação. E por aquele breve instante, ela se permitiu desfrutar do prazer que isso lhe trouxe.
……
“Esta situação não pode continuar,” a voz da Rainha Aurinda gotejava desdém gelado enquanto ela fixava os olhos em seu próprio marido. Sua expressão endureceu, revelando sua frustração profunda. “Eu fui entregar um presente à Duquesa, e não só ela se recusou a me ver como também ousou enviar os líderes das quatro grandes famílias contra mim. Marido… nós realmente caímos tão baixo?” Suas palavras pairaram no ar, pesadas com acusação.
“O que você quer dizer com ‘caídos tão baixo’?” A voz do Rei continha um toque de irritação. “Você bem sabe que a estabilidade do Norte depende do apoio das quatro grandes famílias. É de conhecimento comum que os pilares de Wugari servem apenas à família Rothley. Não há nada obscuro sobre essa questão.”
“Eu entendo a política, mas estou falando da arrogância dela,” retorquiu a Rainha Aurinda, sua voz tingida de indignação. “Você não vê? Como ela pôde permitir que esses líderes me desrespeitassem? Ser esposa do homem mais poderoso do Norte não lhe dá o direito de me tratar assim!”
As sobrancelhas do Rei se franziram, seu olhar se estreitando em contemplação. Ele estava no meio de seu café da manhã quando Aurinda entrou tempestivamente, recusando seu convite para comer e lançando suas queixas em seu lugar. “Isso é sobre a Lady Dorothy?” ele perguntou. “Notei sua irritabilidade desde a chegada dela. Agora, você deixou o palácio por um período prolongado apenas para visitá-la nas muralhas. Sem informar a ninguém com antecedência, devo acrescentar. E agora, você está reclamando das consequências. Posso saber o que você estava esperando?”
“Você— Você realmente não se importa comigo, não é?” A raiva brilhou nos olhos de Aurinda enquanto ela olhava fixamente para seu marido. “Eles me insultaram, e ainda assim você é tão rápido em me culpar?”
Sem dizer mais uma palavra, o Rei calmamente terminou seu chá amargo, um gosto amargo permanecendo em sua língua. Ele suspirou profundamente, sua expressão carregada de cansaço. “Não toque na Duquesa de Wugari,” ele finalmente falou, sua voz cheia de uma seriedade rara. “Preste atenção nas minhas palavras.”
“Ou o quê?” o tom de voz de Aurinda tremia misturando desafio e desespero. “Você está me ameaçando, Marlin?”
“Não, isso não é uma ameaça,” a voz do Rei se suavizou, revelando um indício de tristeza. “Considere isso um aviso. Você falha em compreender a essência de tudo. Só porque ela não era originalmente uma Rothley, você acha que isso lhe dá o direito de criar problemas?”
“Pense nas consequências que isso pode levar, Aurinda,” o Rei continuou, seu olhar preenchido com uma mistura de preocupação e decepção. “Você tem uma posição de poder, mas com esse poder vem a responsabilidade. Não se trata de intimidar ou afirmar dominação. Trata-se de fomentar a união e a força dentro do nosso Reino.”
“Força e união?” Os olhos de Aurinda estreitaram com fúria, sua voz carregada com uma incredulidade amarga. “Que união você está se referindo? Eles me desrespeitaram, a Rainha, e ainda assim você fala de força e união como se justificasse as ações deles?” Ela não esperou que ele respondesse. Em vez disso, saiu marchando do quarto, seu rosto sombrio.